Entrevista: Arrayan Path



Não há volta a dar – mesmo que os Arrayan Path queiram fazer um disco direto e mais metal oriented, a verdade é que as suas capacidades criativas conseguem sempre introduzir os adequados arranjos e floreados estilísticos. The Marble Gates To Apeiron, oitavo álbum dos cipriotas, vinha assim rotulado e até é o próprio Nicholas Leptos que nos confessa que pretendia músicas ainda mais curtas... mas, a meio do processo, deu conta que isso não era um objetivo viável. Por isso, The Marble Gates To Apeiron volta a ser um disco como só os Arrayan Path sabem fazer.

 

Olá, Nicholas, espero que esteja tudo bem contigo, família e amigos nestes tempos de crise. Depois de três álbuns em três anos, vocês pararam um pouco e para este novo lançamento tiveram um período de tempo mais longo. Uma espécie de recarga de baterias?

Olá pessoal! Não sei, normalmente bandas recarregam as suas baterias durante 2 ou 3 anos, nós precisamos de 6 meses (risos)! Não, a sério, foi mais como dar um passo atrás e avaliar a situação. Na realidade não foi fadiga mental nem corporal, foi mais uma questão financeira, já que todas as gravações, filmagens, lyric-videos são cobertos pela banda.

 

Como és um músico que está sempre a escrever, pergunto se essas músicas foram todas criadas especificamente para este álbum ou algumas delas foram recuperadas das tuas criações anteriores.

Como disseste, porque estamos constantemente a escrever música, há sempre ideias antigas a flutuar nas nossas cabeças. No entanto, não são músicas acabadas; apenas melodias aqui e ali.

 

De qualquer forma, desta vez tiveram uma abordagem um pouco diferente, com um som mais voltado para o metal. Foi uma ideia desde o início do processo ou simplesmente aconteceu?

Sim, foi uma decisão consciente. O último álbum foi um pouco difícil de consumir, portanto pensamos que talvez desta vez poderíamos dar aos nossos fãs algo mais ‘fácil de ouvir’ (se assim o podes chamar).

 

Mas isso não significa que não mantenham esses arranjos incríveis nas músicas. Como conseguiram essa mistura com músicas mais pequenas, mais diretas, mas ainda evolutivas e desafiadoras?

Bem, não tenho certeza! Queríamos músicas mais pequenas, mas ao mesmo tempo não somos uma banda punk, portanto, seguindo alguns clichés do power metal, arranjamos as músicas de acordo. Para falar verdade, eu queria que as músicas fossem ainda mais curtas, mas ao longo do processo percebi que não era um objetivo viável.

 

O álbum está dividido em três partes, cada uma delas com três canções. Tematicamente, existe alguma conexão entre as músicas ou entre as partes?

O tema de cada música é diferente. No entanto, todos eles giram em torno da natureza humana e como ela permaneceu diacrónica ao longo dos tempos. Pessoas ambiciosas, pessoas astutas, pessoas gentis... Todas seguiam os mesmos padrões de pensamento, o mesmo comportamento, se preferires.

 

O primeiro single foi A Silent Masquerade. Por que escolheram essa música? É o reflexo do álbum?

Não, a explicação é mais simples. Tivemos uma votação dentro da banda!

 

Por falar em músicas, têm aqui uma intitulada Virus. Foi criada com esta situação de pandemia ou não está relacionado com isso?

Sim, está relacionado. Queríamos expressar os nossos sentimentos sobre a situação. E, por meio desse procedimento, livramo-nos de todos esses sentimentos de negatividade.

 

E olhando agora para o título, qual é o significado de The Marble Gates To Apeiron?

O Marble Gate é a porta através da qual a humanidade pode comunicar com os antigos deuses. Os antigos deuses são entidades que adorávamos como deuses na antiguidade. Na verdade, é mitologia. Ou alguns diriam que não!

 

No press release a que tivemos acesso, nenhum baterista é citado. Quem tocou bateria no álbum? Voltaram a trabalhar com Mark Zonder?

A bateria foi tocada por Danny Conway, que é baterista de sessão da banda. Também é o nosso baterista ao vivo. Ele é mencionado no booklet do CD. Não sei por que não apareceu no press release.

 

E para quando um baterista definitivo e permanente nos Arrayan Path?

Provavelmente nunca (sisos)! Não sei se isso irá acontecer. Temos tido muito azar com bateristas (risos).

 

Falando em outro assunto, és o atual vocalista dos Warlord. Como estão as coisas com esta banda lendária?

Infelizmente, os Warlord estão num hiato, ou melhor, "no gelo". Não há sinais que indiquem um álbum ou um espetáculo ao vivo. É realmente uma pena. Sempre pensei que os Warlord tivessem uma última corrida.

 

Mais uma vez, Nicholas, muito obrigado pelo teu tempo! Queres deixar alguma mensagem para os seus fãs?

Quero agradecer a todos pelo apoio. Agradeço também à Via Nocturna por todo apoio ao longo de todos estes anos!



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