Let Yourself Down (FEVERSEED)
(2021, Hice Records)
Em Nova Iorque, George Panagakos (vocalista) e Chris Crosby (baixista) fundam os Feverseed. E sem demoras estreiam-se com o EP de 4 temas (três mais uma radio edit) intitulado Let Yourself Down. E devemos dizer que, para primeira proposta, o resultado é bastante satisfatório. E deixa vontade de ouvir um longa-duração quando ele surgir. O EP abre com uma canção guitar-driven rock bem elaborada e estruturada, evoluiu para um Beat Me curto com uma postura mais direta e até algo punk numa abordagem que nos remete para o legado dos The Rolling Stones. Continua com um agradável Imprint, com uma introdução com base acústica e piano subtil e a evoluir para um rock de linhas mais alternativas à lá Muse. O fecho faz-se com o tal radio-edit de Beat Me. Como se percebe, cada tema tem a sua personalidade, cada tema cria a sua própria áurea e essa diferenciação é a tal alavanca de positividade que cria a vontade de aprofundar mais o conhecimento a respeito deste coletivo. Venha rápido algo mais substancial! [77%]
Magic Diamonds (DORO)
(2020, Rare Diamonds
Productions/Rough Trade)
Foi já perto do final do ano passado que Doro surpreendeu o mundo com um lançamento altamente especial. Magic Diamonds é uma fantástica caixa com 3 CDs, dividido em três partes: The Best Of Rock, The Best Of Ballads e Rare Treasures. Na prática são mais de quatro horas de música com 56 tesouros de rainha do metal apresentado uns na sua forma tradicional, outros em versões alternativas, muito particularmente com orquestra sinfónica. É um best of, sim senhor, mas daqueles best of que ficam bem em qualquer coleção. Desde logo por ser um trabalho de quem é: da icónica vocalista alemã; depois, por ser um autêntico documento histórico. Para os maiores fãs, ainda há uma edição especial que inclui o perfume exclusivo de Doro, True At Heart. E o que seria de um disco desta natureza sem a presença dos seus amigos? Por isso Doro apresenta fantásticas interpretações de Egypt (The Chains Are On), de Dio, Nothing Else Matters, dos Metallica e Breaking The Law, dos Judas Priest. E também há duetos encantadores com Lemmy, em Love Me Forever, Pete Steele (Descent), Tarja Turunen (Walking With The Angels) e Udo Dirkschneider (Breaking The Law). Quem também não falta é Slash com a sua guitarra em Now Or Never e Warrior Soul, o tema do filme Anuk – The Way Of The Warrior. Magic Diamonds – um momento de nostalgia para os seus fãs de sempre e a oportunidade para as novas gerações conhecerem a verdadeira metal queen! [96%]
Heads Or Tails (CRYSTALLION)
(2021, Pride & Joy
Music)
Os Crystallion estiveram particularmente ativos entre 2006 e 2013, período no qual lançaram quatro álbuns. Mas, depois despareceram para regressar agora com uma nova alma e com uma nova voz, com uma significativa mudança de Thomas Strübler (que esteve 15 anos da banda) para Kristina Berchtold. Também, desde julho de 2019, que as guitarras estão entregues ao experiente e versátil guitarrista austríaco Werner Lieβl. Para além destas alterações de formação, também as caraterísticas musicais têm vindo a mudar. O power metal ficou, definitivamente, cristalizado nos dois primeiros álbuns e este Heads Or Tails vem confirmar a orientação e a opção por ondas mais heavy/hard rock, sendo que em muitos momentos é a metal queen Doro que nos vem à memória. Este é um disco onde a banda apresenta um agradável conjunto de melodias apelativas associado a um trabalho técnico de bom nível, sem perda do sentido de agressividade metaleira. Mas que só começa a ser realmente interessante sensivelmente a partir do meio, atingindo o seu apogeu em The Wild Hunt. [77%]
Schwarz Oder Rot (THE WAY OF PURITY)
(2020, Wormholedeath
Records)
A pouco e pouco começam a descobrir-se algumas coisas a respeito destes The Way Of Purity. Apesar de se continuarem a esconder atrás de máscaras, pinturas e pseudónimos, o que tem levado a um incrível passatempo a tentar descobrir quem é quem no agora sexteto, parece que é ponto assente que serão suecos. Outro ponto assente é que o seu death metal/metalcore tem vindo a evoluir para sonoridades mais góticas/industriais/NDH. E Schwarz Oder Rot tem muito dessa influência germânica, a começar no título do álbum e a continuar na utilização de diversa maquinaria. Seis anos depois de The Majesty Of Your Becoming, o coletivo pode ter evoluído em termos estilístico, mas não evoluiu muito na forma de se tornar cativante. Algumas boas melodias, algumas atmosferas criativas, alguns bons riffs e uma bem conseguida dualidade vocal são insuficientes para tornar este disco numa audição empolgante. As sucessivas quebras com narrações entre cada música também não ajudam nada. [60%]
Mære (HARAKIRI FOR THE SKY)
(2021,
AOP Records)
Quando
se fala em post-black metal, há logo um nome de referência: Harakiri
For The Sky. O seu mais recente trabalho, chama-se Mære e é o seu
quinto trabalho. O duplo trabalho dos austríacos volta a navegar em ondas de
melancolia e melodia, carregadas de riffs densos e musculados
entrecortados por leads carregados de simbolismo negro e gélido. Assim
como uma perturbadora mistura de pesadelo e emoção que se desenvolve ao longo
de temas muito longos. Agora o problema: um duo a construir um disco com mais
de uma hora de duração, a determinado momento surge o inevitável, a saturação. Porque
Mære não consegue manter o bom nível inicial durante muito tempo, sendo
que, claramente, a repetição acaba por ser uma solução utilizada pelo coletivo
para ir prolongando os temas e o disco. [77%]
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