(2020,
Iapetus)
O
projeto Unquiet Music Ltd foi criado em 2019 por JP Rossi e com
ele o músico ultrapassa todos os limites do expectável. Por vezes ambiental,
outras vezes cacofónico, e outras ainda étnico e tribal, In The Name Of (A
Prayer For Our Times), peça composto por quatro partes (The Father, The
Son, The Holy Spirit e Amen), apresenta uma sonoridade
completamente descomprometida e arrojada. Dir-se-ia que este álbum é uma
verdadeira sinfonia do experimentalismo, onde esta componente é elevada à
potência máxima e onde a exploração sonora e vocal atinge níveis de exuberância.
Mas ao longo deste disco estranho e de difícil digestão surge a ideia que Rossi
apenas quis fazer algo apenas para si próprio. Não utilizamos o termo “música”
porque não é aplicável ao que aqui se apresenta. Mas utilizaremos o termo
trechos sónicos que poderão ter outra utilização extramusical e que melhor
representa esta abordagem completamente atípica. [60%]
(2021,
Pride & Joy Music)
Tragedian é uma banda multicultural de Hamburgo com uma
assinalável diversidade de influências. E em Seven Dimensions, o quarto
disco do coletivo que apresenta um novo line-up, podem ser ouvidas
abordagens ao heavy metal, ao speed e ao melodic power,
sempre com uma forte ênfase na melodia nas suas mais diversas direções. Seven
Dimension é um disco que começa forte em termos de músculo, mas sofrível em
termos de qualidade, cingindo-se muito a abordagens básicas. Com o tempo e com
o avançar do tempo, vai ganhando outras nuances (a tal diversidade de
influências), sendo que as aproximações aos anos 80 sós os beneficiam. E é
precisamente a partir da sensual balada Crying In The Rain que o
coletivo se começa a soltar para outros voos. E aqui se incluem as harmonias de
The Journey; a versão em castelhano de Forever, presente no disco
Decimation de 2013, e agora rebatizada de Para Siempre; e a
espetacular abordagem suave de Forces Of The Light, apenas com piano,
voz e arranjos atmosféricos de teclado. [76%]
(2021,
Massacre Records)
Com
mais de duas décadas de carreira e com seis álbuns de estúdio que definem um
subgénero que inclui influências épicas, celtas e muita melodia, os Human
Fortress regressam à Massacre Records, por quem lançaram os álbuns Defenders
Of The Crown (2003) e Eternal Empire (2008). E a primeira proposta
desta nova união é, precisamente, um regresso ao passado. Epic Tales &
Untold Stories apresenta dois CDs onde se reúnem os maiores hits da
banda de Hannover, alguns temas novos e material raro ou nunca antes lançado. É
o caso de We Are Legion, tema cantado pelo novo vocalista Gus
Monsanto (na banda desde 2013) ou Pray For Salvation, numa versão
com orquestra, ou mesmo a versão editada de Lord Of Earth And Heavens Heir.
Uma coleção longa que permite aos velhos fãs da banda juntar os seus temas
favoritos ao mesmo tempo que, os mais jovens tomam contacto com o passado da
banda. [86%]
(2021,
Frontiers Music)
Divididos
entre a Holanda e o Brasil, o coletivo Phantom Elite traz o seu segundo
registo, intitulado Titanium. Este é um coletivo que segue as pisadas de
nomes como Evanescence, In This Moment ou Lacuna Coil
(atualmente), ou seja, com uma voz feminina a dialogar com uma masculina, quase
sempre agressiva, e com doses maciças de riffs de metal
contemporâneo, martelados incessantemente e que são autênticos murros no
estômago e, aqui e ali, apontamentos de eletrónica. Nada de original, portanto.
Embora haja alguns pontos de interesse, como sejam a voz clara e poderosa da
paulista Marina La Torraca, o grande trabalho ao nível dos solos de
guitarra e alguns apontamentos progressivos introduzidos a preceito. Infelizmente,
a qualidade da grande maioria das músicas não está ao mesmo nível desses
particulares o que acaba por tornar este Titanium num disco bom, mas
claramente descartável face à concorrência atual dentro do género. [70%]
(2020,
Narcoleptica Productions)
Chaos
Over Cosmos é um projeto
colaborativo online entre o polaco Rafael Bowman e, atualmente, o
australiano Joshua Ratcliff, depois do primeiro álbum, The Unknow
Voayage ter sido com o espanhol Javier Calderon. O segundo trabalho,
The Ultimate Multiverse, não é mais que a junção dos dois últimos EPs, Chaos
Over Cosmos (2019) e II (2020) e mostra-nos um conjunto de temas a
variar entre o metal tradicional, o death metal melódico e
técnico e mesmo o hardcore. A abordagem shred do guitarrista
permite apresentar solos espetaculares, aos quais se adicionam sucessivas
variações vocais e rítmico-melódicas que mantém o interesse sempre em alta.
Pela negativa, refere-se a bateria programada, que se mostra com um desempenho
decente, mas pouco mais que isso, sendo particularmente prejudicial em We
Will Not Fall. [80%]
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