O que nos fez ir ter com Jeff Cross foi o renascimento
da sua banda de sempre, os Crisis. O coletivo nasceu em 1979, passou por
diversas fases, teve vários nomes, alguns hiatos, mas voltou sempre aos...
Crisis. O tal renascimento chama-se Armed & Kicking e é uma compilação que reúne
o melhor dos três lançamentos do coletivo de Salt Lake City – o EP Armed To
The Teeth e os álbuns Kick It Out e Hard Bargain. E a prova do
renascimento dos Crisis é um tema original presente nesta compilação, sendo que
já se aponta para um álbum novo para 2022.
Olá Jeff! Em primeiro lugar, deixa-me dizer que é uma verdadeira honra
fazer esta entrevista contigo. Como estás e quais são os teus sentimentos em
relação ao novo álbum - Armed & Kicking?
Olá Gonçalo, muito obrigado por dedicares o teu tempo a
fazer a review ao CD e a fazer esta entrevista. Adoro o que têm feito pelo
hard rock e metal. Estamos entusiasmados com o lançamento deste Best
of. Isso gerou muito interesse na banda, novos e antigos fãs. Temos um
ótimo site novo com alguns vídeos divertidos em Crisisslc.com.
Toda a gente os deveria ver.
Este lançamento reúne alguns dos vossos maiores sucessos. Como fizeste a
escolha desta coleção? Foi difícil fazer esta seleção?
É sempre difícil saber o que incluir e o que deixar de
fora. Deixas sempre deixa de fora uma música favorita de alguém. Tivemos que ir
com o que pensávamos ser uma boa representação da banda e então talvez as
pessoas possam dar uma olhada nos nossos outros CDs!
Têm aqui alguma música nova?
Há uma nova música no segundo disco chamada Medication.
Temos outro material novo que estamos a guardar para um lançamento futuro. O
segundo disco é ao vivo no estúdio enquanto essas músicas estão a ser desenvolvidas.
Em alguns aspetos, gosto mais do que das versões acabadas (não contes a ninguém!).
De que forma o título do álbum está ligado a esta coleção de músicas que criaram?
Armed & Kicking surgiu da combinação do nosso primeiro álbum, Armed
To The Teeth, com o nosso segundo álbum Kick It Out. Não consegui
pensar em incluir o álbum Hard Bargain no título, por isso ficamos
assim.
Em 2004 já tinham feito uma compilação com o mesmo nome. Esta nova versão é
uma atualização daquela ou é, na verdade, uma edição totalmente nova?
É um lançamento totalmente novo, pois o primeiro não foi
por uma editora e não foi remasterizado. Reciclamos o título porque gostamos e
a Ragged Sails Records achou que era uma boa representação do que
fizemos.
Ao longo da vossa carreira, tiveram vários nomes. Porquê?
Como todas as bandas, passamos por várias versões da
banda antes de decidirmos pela versão que funcionou bem em conjunto. Durante
tempos difíceis, às vezes tínhamos projetos onde eu e Dane, o
vocalista/baixista, trabalhávamos com pessoas diferentes. No entanto, sempre
voltamos às nossas raízes nos Crisis.
Além disso, tiveram alguns hiatos. No passado, as coisas não foram fáceis para
a banda, suponho...
Muitos desafios ao longo dos anos. Provavelmente não
mais do que outras bandas, mas ainda há muito para superar. O nosso primeiro
cantor morreu num acidente de carro. Quando lançámos o nosso primeiro álbum
pela Bullet Records, tivemos muita imprensa e fizemos algumas tournées
de pré-lançamento e publicidade e então, na semana após o lançamento do álbum,
a distribuidora entrou em falência e durante seis meses não pôde enviar o
produto. Mas, apesar de tudo, continuamos.
Na tua opinião qual foi o vosso momento mais alto e mais baixo?
Acho que fazer uma tournée pelo Reino Unido foi
um ponto alto. Tocar com os Exciter do Canadá foi ótimo e eu acho que
todos aqueles primeiros anos foram um ponto alto. Estávamos a aprender muito, com
ótimas experiências novas e conhecemos tantas pessoas ótimas, fãs e outros
músicos. Ponto baixo. A minha esposa era a personagem da capa de Armed To The
Teeth. Faleceu há vários anos. Definitivamente, esse foi um ponto baixo.
Como banda, acho que atingimos situações difíceis, mas elas sempre nos fizeram
querer lutar mais. Confere a música Keep Fighting que te conta a nossa
filosofia.
Para quando podem os fãs esperar um novo álbum de estúdio?
Nesta altura, estamos a apontar para 2022. Como tudo o
mais, a pandemia gerou desaceleração. No entanto, há um ótimo material novo e
vamos gastar muito mais na produção com suporte de uma editora.
De que forma a Covid influenciou a vossa planificação das apresentações ao
vivo? Como se estão a preparar?
Sim, a cena ao vivo realmente sofreu. Estamos ansiosos
para voltar a tocar.
Muito obrigado, Jeff! Queres enviar alguma mensagem aos vossos fãs em
Portugal?
Obrigado por nos ouvirem. Se ainda não ouviram falar
de nós, experimentem. Somos um metal mais direto, mas ainda agressivo,
divertido e tem alguns bons ganchos. Acho que a mensagem que prevalece na
nossa música é não desistir e seguir sempre em frente. Gonçalo, obrigado por
nos ouvires e nos dares a oportunidade de expandir a nossa base de fãs em
Portugal.
Comentários
Enviar um comentário