De repente Suzi Quatro renasceu! No Control de há dois anos
tinha deixado muito boas indicações. The Devil In Me segue-lhe as
pisadas e promete ser ainda mais empolgante. O trabalho em duo com o seu filho
não só se manteve, como foi fortalecido e juntando a garra da nova geração com
a sabedoria e criatividade da mais velha encontra-se o ponto de equilíbrio
perfeito para mais um grande disco. Que a própria Suzi Quatro se apressou a nos
explicar cada detalhe.
Olá Suzi tudo bem? Dois anos depois aqui estás tu com um novo e fantástico álbum.
Na tua opinião, é o melhor da carreira. Em que te baseias para afirmares isso?
Richard e eu temos os nossos pés molhados do álbum No
Control, o nosso primeiro álbum juntos... e que teve uma grande aceitação
pela crítica. Com este álbum, The Devil In Me, tínhamos uma ideia muito
mais clara do que poderíamos fazer juntos. O meu filho trouxe os seus 36 anos,
a próxima geração e a sua visão de mim e da minha música e eu trouxe as minhas
experiências de vida e os meus 57 anos no negócio. Ajustamos por um nível
superior e quisemos que este álbum fosse tão incrível como o meu primeiro, Suzi
Quatro, em 1973. E fizemos isso por todos esses motivos.
Na tua opinião, essa explosão criativa ficou a dever-se a quê? Onde foste
buscar tanta inspiração?
Sou uma verdadeira artista e encontro inspiração em
todo o lado. Sou uma pensadora profunda, adoro comunicar com as pessoas, tenho
um amor profundo ou palavras. Já publiquei um livro de poesia, um romance e a
minha autobiografia... estou sempre a criar. Nesta pandemia, a inspiração
passava com o vento e eu ouvi-a!
E depois de um No Control, assumes que o diabo está em ti. E sentes-te
diabólica, musicalmente falando, claro?
A música foi inspirada pela minha mãe... Ela sempre me
disse que eu era a menina mais tímida, mas sempre tive travessura nos olhos...
estava certa.
Trabalhar com o teu filho foi uma experiência incrível, atendendo à forma
como manténs essa cooperação, certo? Com mais intensidade desta vez?
Sim, vamos de força em força... é engraçado como cias
crianças e as ensina-as... E depois são ela que te ensinam. Ele reacendeu o meu
fogo... E eu estou a ver Suzi Quatro através dos seus olhos... Muito
excitante e interessante para mim.
Tentaste algumas abordagens diferentes desta vez em comparação com os teus álbuns
anteriores? Quero dizer, há algumas pequenas surpresas no álbum. Queres levantar
um pouco o véu do que virá aí?
Queríamos obter uma vibe no álbum. Se uma
canção não coube, não coube. Agora estamos a trabalhar no próximo. Não tenho a
ideia para onde vamos. Limitamo-nos a apreciar as criações.
My Heart And Soul tem uma história engraçada por trás. Queres compartilhar
com os nossos leitores?
Bem, não é uma história engraçada, é uma história
incrível! Eu estava a trabalhar com o meu baixo acústico, a minha guitarra
acústica, o meu songbook e ipad. Richard estava a trabalhar em
pistas no estúdio. A porta abriu e ouvi essa pista absolutamente linda! Veio
direta ao meu coração! Eu sei, enquanto compositora, que o que está a acontecer
não me deve influenciar. Mas, nem pensei. Saí, pedi-lhe para me dar fones,
ligar o microfone e tocar a faixa. Sem um segundo de pensamento, cantei, com uma
voz que nunca usei antes, as primeiras 4 linhas da canção exatamente como estão
na gravação. Esta foi a verdadeira mágica da criação.
No aspeto lírico, que questões abordas neste álbum?
Esta é uma pergunta enorme. Terás que ir através de
cada canção para responder isso. Já expliquei The Devil In Me; Hey
Queenie é sobre o mesmo travesti que estava em Glicery Queen do
primeiro álbum, uma história verdadeira, só que agora está mais velho; Betty
é sobre uma groupie; My Heart And Soul é sobre a falta do meu
marido, ele mora na Alemanha, eu moro no Reino Unido e com a pandemia está
muito difícil para nós; Get Outta Jail é autoexplicativa; Do Ya Dance,
um pouco como um convite cheeky para se divertir; Isolation Blues
é sobre o confinamento; I Sold My Soul é sobre uma mulher com um código
moral rigoroso, que tem um homem sem código moral, ela não o consegue mudar
mesmo quando ele tem um terceiro no seu relacionamento... ela vende a sua
alma porque fica, não porque ela muda.
Estás a celebrar o teu 57º ano de escrita e atuações. Ainda é fácil para ti
encontrar o sentimento e o equilíbrio certo? Nunca sentiste como se a
inspiração tivesse acabado e tudo já tivesse sido feito antes?
Nunca, nunca, nunca... Estou sempre inspirada e cada dia
me apresenta uma nova inspiração.
Ou seja, qual é o teu segredo para continuares atualizada, inspirada e
criativa?
Não sei se há um segredo. É apenas a maneira que eu me
desejo ser criativa. Sempre fui assim desde criança.
Chegaste a dizer que é impossível planear o sucesso. Mas, a verdade é que deu
para lhe sentir o cheiro (risos) e não está a pensar em parar, pois não?
Não e por que o faria se ainda estou a fazer ótima
música, ainda trabalho em todo o mundo para grandes audiências, e o mais
importante ainda amo o que faço.
Uma tournée está planeada para a Europa, certo?
Portugal está incluído?
De momento, não. Mas adoraria ir aí.
Muito obrigado! Queres mandar alguma mensagem para a tua legião de fãs em
Portugal?
Sim, obrigado por estarem comigo todos estes anos e
espero fazer alguns espetáculos aí no futuro.
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