O lendário mentor dos Alastor JA está de regresso com um
novo disco para esta entidade. A nova proposta chama-se The Unholy Hordes, surge três anos após …The Dark
Tower…, estreia uma nova editora, a Firecum Records, e um novo vocalista,
Lex Thunder dos Toxikull. E dez anos após termos conversado com JA a prósito de
Demon Attack, voltamos a conversar com o prolifico músico nacional.
Olá, JA, tudo bem? Faz agora precisamente 10 anos desde a
última vez que falámos, na altura a propósito do lançamento de Demon Attack. Desde essa altura, os Alastor já
lançaram mais dois álbuns e um EP. Como caraterizarias o vosso trajeto e
crescimento até aos dias de hoje?
Saudações a todos. 10 anos? O tempo passa realmente muito
depressa. Acho que a banda se tem mantido fiel aos ideais que a criaram em
1988.Tentamos fazer o nosso Thrash Metal. Com o JM tínhamos basicamente
o mesmo som que tivemos com o Gualter na voz, mas agora com o Lex
Thunder as coisas mudaram em termos de som global. A música tem-se mantido
a mesma, mas, com esta voz mais DESTRUCTION, a coisa finalmente ficou
como era a ideia inicial. Somos uma banda pequena, mas com algum seguimento no
meio do pessoal que gosta deste som mais Thrash anos 80, creio que a
qualidade dos nossos lançamentos, conseguimos provar o nosso valor.
E
dentro dessa evolução, continuas hoje com a mesma ideia que os Alastor não são
uma banda, no sentido que vulgarmente atribuímos ao termo, ou já está mais
perto disso?
Como não ensaiamos, para mim, continua
a ser um projeto. Foi uma banda em 1988, com ensaios regulares, mas depois
disso, passou a ser um projeto, mas algo com uma identidade muito forte. Espero
que com esta nova formação possamos lançar álbuns com mais regularidade. Tudo
dependerá das vendas deste novo álbum.
E como têm sobrevivido durante estes tempos de pandemia?
Esta pandemia veio mudar a direção da banda. O Gualter
só conseguiu gravar o baixo o que me levou a procurar um novo vocalista.
Felizmente o Lex aceitou o que fez com que o novo álbum tenha saído desta
maneira... algo diferente, mas o mais interessante na música é poder criar algo
de novo mantendo-se fiel aos ideais iniciais.
Uma
pandemia que, aparentemente, não prejudicou o nascimento de um novo álbum. Ou
isso não será bem verdade?
Com a pandemia, fiquei com mais
tempo para me dedicar a Alastor. As músicas surgiram naturalmente e
depois foi falar com a banda para gravar o novo álbum. Felizmente cada um fez a
sua parte ao longo do ano 2020 e conseguimos gravar o álbum completo e depois
foi procurar uma editora.
Já
agora, como se proporcionou esta ligação à Firecum Records?
Foi o Lex que falou com eles
inicialmente. Tivemos que acertar as condições do contrato, mas depois tudo
surgiu muito naturalmente.
E
a grande novidade dos Alastor é a chegada de Lex Thunder para os vocais. De que
forma se proporcionou essa ligação?
Tudo começou com os problemas
pessoais do Gualter. Conseguiu gravar o baixo, mas ficou sem
possibilidade de gravar as vozes. Numa tarde de copos com o Jorge (Cunnilingus)
surgiu a conversa de que precisava de um novo vocalista e ele sugeriu o Lex...
Entrei em contacto com ele e ele aceitou o desafio. Depois foi combinar as
gravações e debater sobre a voz. Acho que conseguimos fazer algo que agrada aos
dois.
E
é um membro definitivo ou apenas a tua escolha para este álbum?
Como te disse quando acabamos de
gravar as vozes... espero que ele se mantenha para o resto da existência desta
banda. Ele parece interessado em continuar a trabalhar com Alastor... vamos
ver o que o futuro nos reserva.
Sendo
que Lex Thunder é um vocalista mais orientado para o speed
do que para o black poderemos inferir que os Alastor terão uma
orientação menos maléfica neste próximo lançamento?
Os Alastor sempre foram
uma banda de Thrash Metal. Acho que o termo Black Metal surgiu mais devido ao facto de estar em
Decayed. Realmente a voz sempre foi mais Black Metal, mas a
música sempre foi Thrash Metal. Para mim continua a ser esse som,
baseado em Destruction. Nos anos 80, tínhamos muitas bandas de Thrash
com este tipo de voz. Tem mais melodia, mas a meu ver, continua Thrash Metal
anos 80.
Aliás,
essa tendência para uma aproximação ao thrash já tinha sido abordada na nossa
conversa de 2011, portanto, acaba por ser uma evolução natural, concordas?
Como acabei de dizer... sempre
foi o que quis para Alastor. Infelizmente nunca consegui arranjar um
vocalista como o Lex, mas agora, somos aquilo que sempre quisemos ser.
Para
este álbum recuperaste a canção Com Mil Demónios. Qual
foi o objetivo?
A música nunca tinha sido
lançada. Só foi partilhada no Facebook. Adoro a música e achei que
deveria fazer parte de um álbum. Como se enquadrava neste novo trabalho, estava
na altura. E com a voz do Lex... ficou muito diferente.
Quanto
a vídeos, houve Massacre Profano e Ritos de
Invocação. Por algum motivo especial esta escolha?
O primeiro vídeo foi a primeira
música do álbum Massacre Profano. Depois veio o Ritos... Acho que
mostra uma faceta da banda. A voz do Lex veio trazer uma nova sonoridade que
merecia ser mostrada.
Os
Alastor têm uma carreira de mais de 30 anos! O que podem ainda esperar os
vossos fãs para o futuro?
O próximo álbum já está composto
e posso dizer que está diferente deste... como é suposto ser! Vou esperar pelas
vendas para saber se temos editora interessada nesse novo trabalho. Já tenho
outro álbum também composto e também diferente. Se tudo correr bem, já temos
planos para o futuro e tudo diferente para manter o interesse na banda.
E
agora já vamos ter os Alastor em palco (logo que as condições o permitam)?
Tudo dependerá das condições
dadas pela organização. Todos os elementos da banda têm a vida pessoal deles e
só se resume a condições. Já demos 2 concertos... tudo é possível.
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