Os Havamal são
um coletivo sueco nascido em 2016 e The Shadow Chapter é
o seu segundo álbum, dois anos após Tales Of Yggdrasil. Um disco de
um inovador powerdeath, como eles gostam de se apelidar. E onde não
falta a teatralidade na abordagem única nas letras e na narrativa o que
transforma a audição de The Shadow Chapter numa experiência
completa de metal. O baterista Andreas Herlogsson, confesso fã dos
nossos Moonspell, falou-nos do nascimento deste álbum e do seu espírito mais
íntimo. E até ficamos a saber que gravaram um vídeo em pleno inverno com 10ºC
negativos! Confiram!
Olá, Andreas. Obrigado por esta
oportunidade. Em primeiro lugar, podes apresentar a banda aos metalheads portugueses?
Olá! Bem, temos Björn
atrás do microfone, Kjell atrás da guitarra, Lennie atrás da guitarra e dos
sintetizadores, Tino no baixo e eu, Andreas, atrás da bateria.
O vosso nome foi adotado do mais famoso
livro de poemas nórdicos. O que significa, exatamente?
Significa Palavras
do Alto (Oden). É uma coleção de palavras sábias sobre como podes viver uma
vida com alguns bons e sábios conselhos na jornada da tua vida. É de um dos
textos mais antigos que nós usamos nas tradições nórdicas e das vidas dos vikings!
De que forma Havamal se encaixa na
filosofia da banda?
Muito bem, diria
eu. Seguindo os conselhos que recebes no Havamal, geralmente significa
que és uma boa pessoa e tentamos sempre ser exatamente assim.
O vosso novo álbum é uma verdadeira
obra-prima. Como foi desenvolvido? Mudaram alguma coisa em relação ao álbum
anterior?
Obrigado! Geralmente,
começa com Kjell e Lennie sentados juntos ao computador com alguma bebida. Às
vezes, começa com uma melodia no sintetizador. Às vezes, por um riff de
guitarra ou uma melodia. Depois disso, eles enviam uma demo preliminar
para todos nós, para que possamos ouvi-la. Se servir, experimentamos nos
ensaios. Não penses que mudamos muito na maneira como escrevemos. Apesar disso,
a maior mudança que fizemos foi ter-nos separado do nosso antigo baixista. Chegamos
a uma encruzilhada onde sentimos que o tempo necessário para esta banda não
estava lá. E tivemos que fazer algo radical a esse respeito. E aqui estamos
hoje! Com o nosso novo membro da família, Tino no baixo!
Este é um álbum com uma diversidade
incrível. Onde encontram a inspiração para criar uma obra tão magnífica?
Realmente, é! Quando
se trata de música, realmente pensamos num grande e épico filme com a sensação
de banda sonora. Fazemos sempre isso, mas neste álbum demos alguns passos em
frente. Portanto, sim, eu diria filmes épicos. Liricamente, nós aprofundamos
velhos contos das criaturas sombrias que atraem nas velhas sagas.
Musicalmente, posso notar uma mistura
intrigante de death metal
e power metal. São fãs de ambos os géneros? Que bandas mais admiram nos
dois estilos?
Eu acho que sim. Na
verdade, chamamos a nossa música de powerdeath por causa disso. De death
metal digo Behemoth. De power metal, Avantasia. Se poderes
colocar aquele génio, Tobias Sammet, no power metal?
Como têm sido as primeiras reações a este
álbum até agora?
Fantásticas!
Estamos muito orgulhosos de criar um álbum que todas as pessoas em todo o mundo
ouve e aprecia!
E vocês? Estão totalmente satisfeitos com o
produto que têm em mãos?
Estou mesmo! Na
verdade, não posso estar mais orgulhoso do que fizemos neste álbum. E foi muito
gratificante trabalhar com Simon Johansson dos Wolf e Mike
Wead de King Diamond, Mercyful Fate etc. Eles gravaram,
misturaram e masterizaram o álbum.
Existe algum conceito neste álbum? Parece
que a mitologia nórdica é um tema importante para a banda, certo?
Não é um conceito
per se. Mas devido a todas as criaturas que cantamos, há uma linha
vermelha em que podes dizer - sim, é! Não apenas a mitologia, mas toda a
história daquilo que é conhecido dos nossos ancestrais. As viagens que eles
fizeram. Há coisas pesadas para ler. Mas também é interessante como eles
conseguiram cuidar das suas famílias, das suas quintas e assim por diante.
Já têm algum vídeo para este álbum?
Sim, filmamos um
vídeo de ação ao vivo para Nidhoggr no meio do inverno nevado ao ar
livre. Deixa-me dizer-te que este foi difícil de fazer! Estava muito frio, tipo
-10 graus e acho que passamos quase 7-8 horas ao ar livre. Também temos dois lyric
videos animados para Kraken e Hel.
Que planos têm em mente para promover este
álbum assim que a pandemia o permita?
Tocar ao vivo é a
primeira resposta que me vem à cabeça. Nós desejamos sair e tocar! Sentimos
muita falta de todos os nossos fãs e amigos e mal posso esperar para voltar à
estrada!
Obrigado, Andreas, mais uma vez, foi uma
honra fazer essa entrevista. Queres enviar alguma mensagem para os vossos fãs
ou acrescentar algo mais?
Obrigado por
dedicares o teu tempo! Espero que nos possamos ver num futuro não muito
distante! E parabéns a ti por teres no teu país uma das minhas bandas favoritas
em termos absolutos: Moonspell. Vocês deveriam estar verdadeiramente orgulhosos
deles! Saudações desde o Norte.
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