Knecht (KNECHT)
(2021,
Independente)
Joseph Knecht é um multi-instrumentista americano que apresenta o seu primeiro trabalho de forma independente e onde surge acompanhado de Jason Stewart que assume a bateria. Knecht apresenta seis temas instrumentais de prog metal muito interessante e que toca duas épocas distintas do género. Se por um lado se podem ouvir referências djent, por outro há espaço para sonoridades retro como teclados clássicos e um feeling bluesy. E dentro deste EP bem concebido e muito equilibrado onde não se notam quebras em momento algum, destaque para a faixa Overture (Excerpt From Halo Reach) com os seus tons castelhanos. Knecht é um disco que se aproxima, por exemplo, dos trabalhos dos Liquid Tension Experiment e que mostra que o músico de Nova Jersey tem ideias bem concebidas, trabalhou bem nelas e mostra competência nos diversos instrumentos. [86%]
Djävulens Music (TYRANN)
(2021,
Inti Records)
Os
Tyrann são uma muito jovem banda sueca, mas que junta elementos com
alguma experiência em bandas como Enforcer, Tribulation e Second
Sun. Djävulens Music é o primeiro álbum e porta-se como uma verdadeira
celebração do heavy metal tradicional. O trio consegue capturar toda a sonoridade e feeling
do movimento underground que surgiu nos finais dos anos 70/princípios
dos anos 80 na Europa e assina um conjunto de hinos que prometem tornar-se
memoráveis. Com temas cantados em sueco e em inglês, Djävulens Music nem
começa bem, com os dois temas iniciais um pouco atabalhoados. Mas, a partir daí
podem contar com um conjunto de faixas onde as linhas melódicas e,
principalmente, as harmonias atingem níveis sensacionais, destacando-se Brinn
Med Mig, Den Andra Siden, Satanisk Majesät e Tyrann. [85%]
(2021,
Massacre Records)
Ao seu nono álbum de originais, os alemães Rebellion mostram um caminho novo. É certo que voltam a apostar num álbum conceptual, mas abandonaram as questões histórico-literárias, sendo a temática desta vez, a revolução francesa. E aqui percebe-se que avançam para uma postura política que até agora não existia. Do ponto de vista musical, podem esperar uma sonoridade forte e moderna, também aqui abandonando a postura mais old-school do seu último trabalho A Tragedy In Steel Part II: Shakespeare’s King Lear. A curiosidade maior deste disco é, no entanto, o facto da produção ter sido entregue a Uwe Lulis, membro fundador e atualmente nos Accept. E Uwe Lulis (que escreveu a música World War II e tocou guitarra nela) foi capaz de sacar um som de um metal poderoso e perfeitamente contemporâneo. E se nas primeiras três músicas somos assaltados pela tradicional força das guitarras e secção rítmica da banda, a partir daí também há espaço para outras nuances, com os Rebellion a procurarem variar o seu som e a introduzirem elementos musicais e harmonias pouco usuais no seu passado. [74%]
Mercic_8_2021 (MERCIC)
(2021,
UNP Music)
Mercic_8_2021 é o segundo disco do projeto nacional de metal industrial Mercic lançado este ano e é substancialmente diferente do seu álbum-gémeo, embora mais próximo do seu trajeto. A tradicional sonoridade industrial com batidas sintetizadas, samples e muita maquinaria associada a guitarras densas e com fortes distorções são, neste n.º 8, mais evidentes. Estilisticamente também mantém a sua tendência de evoluir entre passagens atmosféricas, orquestrações melódicas (oiça-se, por exemplo The Conqueror ou The Last Ramble Of Dawn Enough) e progressões estranhas, onde se pode incluir a passagem de trompete ao melhor estilo mariachi em The Extermination Of What You Thought To Be. Ao contrário de Mercic_7_2021, esta segunda parte não é vocalizado, com exceção de uma breve passagem de spoken word em The Crown Is For Johnny, tema dedicado ao falecido Johnny Coroa. Mercic_8_2021 reforça a ideia de que esta banda é, de facto, das entidades mais inovadoras do atual cenário rock/metal nacional. [75%]
Old Ghosts And Primeval Demons (DECAYED)
(2021,
Lusitanian Music)
Os portugueses black metallers Decayed já atingiram a bela marca de 30 anos de carreira sempre ao mais alto nível. Old Ghosts And Primeval Demons é o seu mais recente disco e volta a embarcar numa viagem de blasfémia, embora se note cada vez mais sofisticação nas suas composições, mesmo que a banda opte, neste novo álbum, por alguma simplificação ao nível dos ritmos. Os temas dividem-se por momentos devastadores e blast beats brutais que alternam com outros mais compassados e com maior tendência épica. Assim, de uma forma que se pode considerar como um cruzamento entre a primeira e a segunda vaga do black metal. [74%]
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