George Tsalikis, antigo membro dos Zandelle, continua o
seu trajeto a solo e depois de The Sacrifice, em 2016, lança este ano Return To
Power. Pelo meio uma passagem pelos Overlorde com uma história caricata que
o americano nos conta nesta entrevista que assentou essencialmente na sua nova
produção.
Olá, George. Obrigado
por esta oportunidade. O teu novo álbum a solo acabou de sair. Como têm sido as
reações até agora?
Olá, Pedro. Obrigado pela oportunidade
de discutir o meu último álbum contigo e com os leitores. Apreciei! Até agora,
as reações ao meu novo álbum a solo têm sido muito boas. Estou muito satisfeito
com todo o feedback positivo que tenho recebido. Quando enviei a demo
pela primeira vez para a Pure Steel, a reação deles foi incrível e,
desde então, tem sido mais do mesmo. Desde críticos a comentadores online,
a grande maioria das pessoas que o ouviram teve coisas muito positivas a dizer
sobre ele.
O
teu último álbum a solo, The Sacrifice, foi
lançado em 2016. Por que tiveste este longo hiato entre os dois lançamentos?
Pouco depois do lançamento de The
Sacrifice, fui procurado por Mark Edwards, dos Overlorde,
para fazer um teste para a banda. Eles estavam à procura de um vocalista para o
novo álbum que tinham começado a escrever. Aprendi algumas das suas canções e fui
até a casa de Mark em Nova Jersey, onde tocamos juntos e todos parecíamos dar-nos
muito bem. Assim, acabei por me juntar aos Overlorde e começamos a
trabalhar no novo álbum. Naquela altura não pretendia lançar outro álbum a solo.
Mas, cerca de um ano depois, lembrei-me de que existem algumas desvantagens em
trabalhar com outros músicos. Uma das desvantagens é o facto de teres controle
criativo limitado... mesmo quando se trata de músicas que escreveste inteiramente
por conta própria. Foi então que decidi começar a escrever material para outro
álbum a solo. E foi exatamente isso que fiz. Demorou pouco mais de um ano para
terminar de escrever e gravar o álbum, depois mais alguns meses para misturar e
masterizar as demos de todas as músicas. Enviei para várias editoras e
esperei por uma resposta (que surpreendentemente pode demorar um pouco). A
reação da Pure Steel ao álbum foi a melhor e como já trabalhei com eles
no passado, foi uma decisão fácil assinar com eles. Tudo estava pronto, exceto
duas coisas: a bateria e a mistura. Na altura em que assinei com a Pure
Steel, Joe Cardillo ainda não estava no álbum. A bateria foi toda
programada por mim no meu computador e embora não soasse mal... ao ouvir as
faixas isoladas, a Pure Steel insistiu que um baterista ao vivo
melhoraria muito o som geral... e tenho que admitir que estavam certos. Não
poderia estar mais feliz com a decisão. Joe pegou no que eu tinha escrito e
magistralmente aprimorou para o trabalho épico de bateria que podes ouvir agora
no álbum. Demorei algum tempo para gravar a bateria e depois enviei tudo para a
Pure Steel para ser misturado e masterizado por Robert Romagna
que fez um trabalho incrível. Eventualmente, tudo foi feito. Lembra-te, tudo
isso foi feito enquanto ainda estava a trabalhar com os Overlorde e
aquele novo álbum também... bem como a trabalhar em vários projetos ao vivo e
vários vídeos de tributo a solo. Basicamente, essas coisas às vezes levam
tempo, especialmente quando fazes isso enquanto mantém um emprego a tempo inteiro.
Enão
a pandemia não teve qualquer influência neste regresso?
A pandemia não teve nenhum impacto
(positivo ou negativo) no lançamento deste álbum. Todas as partes que gravei
foram concluídas antes do início da pandemia e a maioria do trabalho que foi
feito durante a pandemia foi a gravação da bateria e a mistura e masterização
que não envolveu ter que ir a qualquer lugar para me encontrar cara a cara com
ninguém. No que diz respeito ao trabalho neste álbum, a pandemia não teve
impacto.
Como
referiste, em Return To Power, tocas todos os
instrumentos, exceto a bateria, que foi tocada por Joe Cardillo. Sentes-te
confortável a trabalhar assim?
Sinto-me muito confortável a trabalhar
assim. Existem algumas desvantagens em trabalhar sozinho. Por um lado, assumes
toda a responsabilidade. Depende de ti fazeres tudo para que possas retardar o
processo. Também não tens outros membros da banda para trocar ideias para ver o
que funciona e o que não funciona. Assim, passas muito tempo a ouvir as faixas
repetidamente para identificar imperfeições e encontrar maneiras de tornar o
que está lá ainda melhor. As vantagens, entretanto, são que podes trabalhar ao
teu próprio ritmo e fazeres o que quiseres com criatividade. Não há necessidade
de se comprometer com ninguém sobre nada.
Por
falar em Cardillo, ele também é membro dos Zandelle. Foi por isso que decidiste
convidá-lo para este teu projeto?
Absolutamente. Quando comecei o processo
de composição, pretendia fazer este álbum soar mais próximo de um álbum dos Zandelle
(do que eu tinha com o meu álbum a solo anterior) e quem melhor para tocar
bateria nele do que o baterista dos Zandelle? Mais importante, Joe é um
dos melhores bateristas com quem já tive o prazer de trabalhar e eu sabia, sem
sombra de dúvida, que ele poderia elevar o meu material a um nível totalmente
novo.
Podemos
dizer que, neste álbum, mostras exatamente quem tu és, artisticamente falando?
Quando se trata de ser um
cantor/músico/compositor de Metal... inquestionavelmente sim. Eu
coloquei todo o conhecimento que acumulei ao longo dos anos neste álbum para o
tornar a melhor coleção de canções de metal que já produzi. Usei todos
os métodos que cultivei e criei nessas músicas para as tornar poderosas,
dinâmicas e o mais cativantes possível. Além de melhorar a composição,
trabalhei muito nos meus vocais para poder incorporar uma variedade de estilos
e técnicas, desde o estilo mais melódico de Michael Kiske até os gritos
mais agressivos de Rob Halford. E também trabalhei para melhorar o que
fiz com o baixo, bem como nos meus solos de guitarra.
Como
foi a tua metodologia de trabalho (composição e gravação) para este álbum? Mantiveste
o mesmo processo de antes?
Na maior parte do tempo, realmente
mantive o mesmo processo que funcionou melhor para mim no passado. Como muitos
atestariam, existem muitas maneiras de se obter os resultados desejados...
muitos caminhos a serem seguidos para atingir a meta. Acho que o que funciona
melhor para mim é criar as várias partes de uma música primeiro, depois, o
arranjo dessas partes, depois, melodias vocais para repassar essas partes, decidir
o tópico e, em seguida, adicionar letras às melodias com base nesse tópico.
Neste ponto, as coisas podem ser ajustadas conforme necessário, mas pelo menos
a estrutura básica da música está lá. O processo pode ser um pouco mecânico,
mas funciona para mim.
Todas
as músicas desse álbum são novas ou foste buscar alguma mais antiga?
Todas as músicas deste álbum são novas.
No entanto, uma das músicas foi escrita originalmente para os Overlorde.
Como afirmei antes, quando me juntei aos Overlorde, não tinha intenção
de produzir outro álbum a solo. Achei que tinha uma saída para trabalhos
originais. Mas depois de apresentar uma música totalmente completa para Overlorde,
fui rejeitado por um dos membros. No passado, sempre fui muito tranquilo quando
se tratava de escrever. Se estamos juntos numa banda podes trazer qualquer
material que quiseres. Se quiseres trazer apenas alguns riffs ou ideias
básicas, tudo bem. Se quiseres trazer uma música totalmente completa, tudo bem
também. Aparentemente, nem toda a gente pensa como eu e esse membro da banda em
particular reagiu negativamente ao facto de eu ter escrito parte para o seu
instrumento particular. Ele afirmou que parecia que tocaria uma cover,
já que não escreveu as suas próprias partes. Foi então que tomei a decisão de tirar
a música e fazer outro álbum a solo. Todas as outras canções foram escritas
depois daquele momento. Considerei gravar uma nova versão de uma velha canção dos
Zandelle como faixa bónus, mas decidi que preferia dar aos ouvintes um
material inteiramente novo.
E quanto
às outras bandas onde tocas? Há alguma notícia que nos possas contar?
Sim... Tenho muitas notícias sobre as
outras bandas nas quais estou envolvido. Vou começar com as tristes notícias
primeiro e terminaremos com uma nota feliz. Após 12 anos a tocar juntos, a
banda de versões de temas de Hard Rock dos anos 80, Circle of 4
infelizmente desfez-se depois do guitarrista Tito Rodriguez se ter
mudado com a sua família para a Flórida e o baixista Paul Cerni ter voltado
a estudar para se formar em administração. A minha banda de tributo aos Judas
Priest, Sinner, ainda está forte com mais espetáculos a chegar. E
agora formei uma nova banda de covers de Hard Rock dos anos 80
chamada Aeons of Neon, que começará a tocar ao vivo em setembro. Deixo
aqui os links para todas essas bandas e projetos (para todos os
interessados):
Facebook.com/AeonsOfNeon
Facebook.com/SinnerJudasPriestTribute
Youtube.com/user/GeorgeZandelle
Facebook / Circleof4
Obrigado,
George, mais uma vez. Queres deixar alguma mensagem para os teus fãs ou
acrescentar algo mais a esta entrevista?
Quero agradecer mais uma vez por esta
oportunidade de falar contigo e com os teus leitores. A todos que gostam do meu
trabalho... muito obrigado! Vocês arrasam e fazem tudo valer a pena. Para quem
não sabe, lancei o primeiro dos três videoclipes oficiais do novo álbum. O
primeiro vídeo é para a faixa de abertura do álbum: Live To Ride. Nesta altura estou a trabalhar no segundo vídeo (que pode ser lançado no
momento em que este artigo for publicado). Será para a música Together We
Rise. Certifiquem-se de procurar por ele. Fiquem seguros, todos! True
Metal Forever!!!
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