Os australianos não fazem a coisa por menos – o seu mais
recente registo é uma trilogia em formato de EPs. Três lançamentos, portanto,
de uma assentada só, numa forma de mostras diferentes abordagens dentro do seu post rock instrumental e que,
aparentemente, ainda tem vocais a mais do que o habitual. O guitarrista e
vocalista do power trio de Sydney, Otto Wicks-Green, falou connosco.
Olá,
Otto tudo bem? Obrigado por esta oportunidade. Em primeiro lugar, importam-se de
apresentar o Sleepmakeswaves aos rockers portugueses?
Olá, somos um grupo de 3 australianos,
que após uma infeliz altercação com uma misteriosa cartomante, são amaldiçoados
para sempre a vagar pelo mundo a tocar música instrumental e explicando o que é
o post-rock.
A
banda formou-se em Sydney em 2006. Como se desenvolveu a vossa carreira desde
então?
Desde então, temos feito grandes avanços
para fazer com que a nossa música seja ouvida e temos feito espetáculos em todo
o mundo - mas ao mesmo tempo, com empregos diurnos e espremendo freneticamente a
nossa vida criativa e de tournée em fissuras cada vez menores. Também
fomos nomeados para alguns prémios ARIA, portanto isso é bom.
Precisamente,
na Austrália já contam com várias indicações para alguns prémios. Que
influência teve isso no vosso desenvolvimento como banda?
Eu diria que influenciou o desenvolvimento
de alguns dos nossos egos e complexos de superioridade - mas estes foram
misericordiosamente eliminados em face da nossa insignificância global e da
abordagem insensível e indiferente do nosso governo ao cenário musical e
artístico de forma mais ampla.
Este
EP faz parte de uma trilogia. Por que decidiram seguir essa via?
Inicialmente, queríamos usar o formato
de uma trilogia como uma forma de explorar mais profundamente os aspetos
diferentes e de nicho das nossas composições. Cada EP foi uma tentativa de
levar a música a um lugar conceptual diferente. O primeiro EP é muito
tradicionalmente Sleepmakeswaves. O segundo remete ao nosso amor pelo lo
fi rock e grunge dos anos 90. E o terceiro é mais downbeat
e eletrónico.
Existe
alguma história envolvida?
Escrever e registar durante a pandemia
foi certamente um desafio. Gravamos todo o terceiro EP remotamente, afastados uns
dos outros porque não nos pudemos encontrar para trabalhar nas músicas durante
o confinamento e todas as restrições.
E
quanto às outras duas partes? Quando sairão?
Estão todas disponíveis agora: No
Safe Place, Out Of Hours e Not An Exit são os três discos que
compõem a trilogia These Are Not Your Dreams.
These Are Not Your
Dreams é a continuação lógica dos vossos últimos álbuns ou desta vez
tentaram uma nova abordagem?
These Are Not Your Dreams é o nome dos
três projetos de EP em geral. Combinamos os três EPs num álbum e esse é o
título. Acho que o espírito de experimentação e o desejo de explorar lugares
mais profundos na composição foi a continuação lógica da nossa criatividade, ao
mesmo tempo que representou uma nova abordagem.
Como
definirias These Are Not Your Dreams em termos de
sentimentos e estado de espírito?
É um grande álbum de rock sério,
pesado e forte, feito por pessoas com muitos sentimentos e pelos faciais. Também
tem e-drums e sintetizadores pulsantes - e de facto, alguns vocais a
mais do que o normal.
Sendo
uma banda instrumental, é difícil fazer esses sentimentos e emoções passarem para
a música?
Expressar sentimentos e emoções na
música é algo que vem naturalmente para nós.
Alguma
vez consideraram a possibilidade de incluir um cantor a tempo inteiro na banda?
Não.
Que
planos têm em mente para promover este álbum?
Infelizmente fazer tournées está
fora de questão há muito tempo, portanto... principalmente entrevistas como esta!
Mais
uma vez, obrigado Otto. Queres deixar alguma mensagem para os vossos fãs?
Obrigado pela leitura. Esperamos chegar
a Portugal um dia.
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