Há alguns meses Sorella Minore mostrava os Teramaze num avançado
estado criativo e arrojado a criar um disco conceptual. Foi a 11 de maio que
essa obra emblemática do rock/metal progressivo viu a luz do dia. Fruto
dos prolongados confinamentos, a banda vai criando e a 5 de outubro surgiu And
The Beauty They Perceive. Já não conceptual, com mais raiva e desespero e
exploração de outras sonoridades, como nos explica Dean Wells, com quem
voltamos a conversar.
Viva, Dean, tudo bem? Novo
álbum lançado… os Teramaze estão on fire,
não concordas?
Em primeiro lugar, tudo bom, amigo. O
espírito da banda está alto e também estamos a escrever algumas músicas
matadoras. Basicamente estamos trancados há 2 anos. Não há muito que fazer, portanto
limitamo-nos a usar a escrita de música como uma espécie de terapia e uma forma
de nos mantermos ocupados. Como resultado, escrevemos muitas músicas, que foram
muito bem recebidas pelos nossos fãs. Se puderes considerar isso de on fire,
seria uma grande vitória para nós.
Com And The
Beauty They Perceive seguiram um caminho conceptual
diferente ou está mais uma vez conectado com a história anterior de Sorella
Minore?
Não, com And The Beauty They Perceive
queríamos apenas ter 9 músicas incríveis, cada uma com a sua própria história.
É muito cansativo escrever um álbum conceptual e ter que se comprometer com
temas lírica e melodicamente e foi por isso que fomos na direção exatamente
oposta com Beauty.
Então, dirias que este
álbum mostra um lado diferente dos Teramaze? Em que aspetos?
Acho que exploramos mais elementos pop
que soam mais cativantes. Ainda temos aqueles momentos técnicos progressivos,
mas uma música como Jackie Seth é uma música de 4 minutos com uma batida
de bateria 4/4 bem simples e um refrão cativante. Isso é algo que eu não teria
feito em discos anteriores dos Teramaze. Gostamos que as coisas sejam um
pouco diferentes de álbum para álbum.
A
respeito de novo álbum, as músicas foram todas compostas e arranjadas logo após
as gravações e lançamento de Sorella Minore?
Temos músicas do passado que podemos ter
trabalhado e esquecido. Enquanto escrevia Sorella, também havia algumas
canções que havíamos escrito enquanto escrevíamos o álbum I Wonder que
não se encaixavam naquele lançamento. Basicamente, estamos sempre a escrever e
temos pequenas ideias constantemente em movimento. Qualquer uma dessas
"pequenas ideias" pode ser transformada numa música Teramaze
completa se gostarmos da vibração e houver um gancho melódico
interessante para trabalhar.
Este
álbum mostra mais raiva e desespero. Por que decidiram explorar esses
sentimentos desta vez?
Foi a melhor maneira de lidarmos com a
forma horrível que fomos tratados pelo nosso governo e país. É melhor colocar
esses sentimentos na música para que possam ser processados ou expressos de
maneira positiva.
E
quanto a espetáculos? Têm alguma coisa agendada para os próximos meses?
Não temos ideia do que o futuro reserva
para tournées e espetáculos. Ainda nada está planeado... estamos muito
animados, poderemos tocar juntos novamente em breve.
Obrigado,
Dean, mais uma vez. Gostarias de deixar alguma mensagem para os vossos fãs ou
acrescentar algo mais?
Obrigado ao apoio de todos nos últimos
12 meses. Tem sido muito trabalho e estamos gratos pela forma como todas as
músicas estão a ser bem recebidas. Temos algumas notícias empolgantes em
andamento e a melhor maneira de nos acompanhar é entrar na nossa lista de e-mails
enviando uma linha para wellsmusic@teramaze.com.au.
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