Sunshine Day – The Boyhood Sessions (OSIBISA)
(2021,
Red Steel Records)
O
coletivo ganês de afro rock Osibisa lança Sunshine Day: The
Boyhood Sessions, edição de 50º aniversário, um trabalho que reúne pela
primeira vez, um conjunto de faixas cuidadosamente selecionadas e que foram
originalmente integrantes da banda sonora do filme de Richard Linklater,
universalmente aclamado, Boyhood. Foi a busca incessante por música que
traduzisse e aprimorasse o enredo do filme, que levou a equipa de produção de
Linklater a entrar em contacto com a banda e o seu produtor. O grande hit
Sunshine Day surge agora acompanhado por gravações raras, remixes e
faixas ao vivo, algumas das quais nunca foram lançadas. Algures entre o rock
progressivo, o funk e o reggae com claras influências africanas,
nomeadamente ao nível das percussões e dos ritmos, este trabalho acaba por se
mostrar bastante mais interessante nos temas que não incluem as modernices dos remixes.
[74%]
San Fernando Blast! (SANDY MCKNIGHT/FERNANDO PERDOMO)
(2021,
22Records)
Era
bom tentar saber o que às vezes passa pela cabeça de alguns músicos. Fernando
Perdomo, exímio guitarrista e com alguns álbuns de qualidade lançados, associou-se a Sandy McKnight para a criação de San Fernando Blast!
Os dois juntaram-se e lançam 15 temas desnecessários, absolutamente mal
cantados e onde até o talento de Perdomo fica seriamente beliscado num conjunto
de faixas bastante previsíveis e aborrecidas. Aparentemente todos os temas
foram escritos por Sandy McKight e nem a qualidade do guitarrista os
salva. Desconhecemos se foi uma aventura de confinamento, mas tenha ou não
sido, o melhor é esquecer isto e ficarem por aqui. [61%]
Love Revolution (LOVE BUBBLE)
(2021,
Independente)
Os
Love Bubble são um trio pop/rock influenciado pelos anos 60. De
tal forma que se em vez de um cavalheiro e duas senhoras, fossem dois
cavalheiros e uma senhora, bem poderiam ser confundidos com os Peter, Paul
& Mary. Neste caso são o Hank, Paula & Peggy, que inspirados
(musical e visualmente) pelo poder do peace & love assinam – bem à
anos 60, refira-se – Love Revolution, um conjunto de canções que bem
parece vir diretamente dessa década, nem que seja pelo facto de não terem usado
nenhum tipo de maquinaria nem tecnologia na captação e registo do disco. Um pop-rock
suave, com boas harmonias vocais, instrumentalidade assente no desempenho
essencial e melodias sing-along mostram-se num conjunto de canções
inspiradas quer nos Abba, quer nos The Beatles. Todavia, o que
melhor se pode dizer deste trabalho é que não cansa porque o trio teve o cuidado
de ir diversificando as abordagens – ora mais pop, ora mais rock,
ora mais natalícia, ora mais soul, ora mais blues, ora mais jazz.
Uma abordagem criativa que fica bem patente na cover de I Got You Babe
de Sonny & Cher. E assim criaram a banda sonora de uma noite
natalícia de paz e amor, para quem não pretende ter muita adrenalina. [87%]
Wine Nights Fantastic Stories (WIPEOUT BEAT)
(2021,
Lux Records)
A
história é simples: três amigos, muitos sintetizadores, uma guitarra e noites
de festa. O resultado é um conjunto de histórias, não tão fantásticas como o
título do novo disco dos Wipeout Beat deixa antever, mas ainda assim
suficientemente apelativas para quem gosta de um rock mais alternativo a
piscar o olho a uns The Smiths, embora com uma dose de eletrónica mais
acentuada, ou Suicide. Carlos
Dias, Pedro Antunes e Miguel
Padilha (que já estiveram ou ainda estão em bandas como, Bunnyranch, Subway Riders, Garbage Catz, Objectos Perdidos entre
outras), são então os três amigos que dão cor e ritmo a este projeto. Wine
Nights Fantastic Stories é feito de momentos com energia e batidas
hipnotizantes, numa abordagem suja e profundamente garage, criando
paisagens que não pretendem complicar. [70%]
How Are You Coping With This Century? (NOVELTY ISLAND)
(2021, Think Like A
Key Music)
Novelty
Island é o projeto erguido pelo britânico Tom
McConnell que consegue mostrar toda a sua criatividade e arrojo em How
Are You Coping This Century?, o seu álbum de estreia. As canções,
frequentemente curtas, variam entre momentos de pop-rock com
apontamentos prog e psicadélicos. Mas há momentos intrigantes, que tanto
assentam em bases acústicas, como em influências que vêm da canção siciliana,
numa referência a essa obra mestra do cinema que é O Padrinho, de Francis
Ford Coppola. Para além disso, e em termos musicais, o seu ecletismo leva-o
a visitar influências tão díspares como Alice Cooper, The Who, Pat
Benatar ou Eric Clapton. Neste projeto, Tom McConnell está
acompanhado por músicos como Frankie Tibbles, Jan Simson, Max Verclas, Stella
Massonnet, Max Clilverd e Carlos Lellis. [75%]
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