Os Junkbreed são uma banda formada com gente com créditos
firmados no panorama de peso em Portugal. O objetivo foi pegar no espírito DIY dos anos 90 e partir para a construção de
algo que fugisse aos padrões impostos pela indústria musical atual. O resultado
é Music For Cool Kids, que é como quem diz, música para gente que
procura qualidade e descomprometimento. A música pelo prazer da música. O
guitarrista Miranda e o vocalista Pica foi quem nos recebeu nesta conversa.
Viva pessoal, obrigado por despenderem algum tempo
com Via Nocturna. Os Junkbreed são um jovem projeto, mas, neste curto espaço de
tempo, como tem sido a vossa existência?
Miranda - Primeiro que
tudo, muito obrigado pelo convite. A nossa existência tem sido bastante boa até
agora, em menos de um ano fizemos e lançamos um álbum sob condições bastantes
adversas, a única coisa que ainda não conseguimos fazer devido ao estado atual
do mundo foi mesmo tocar ao vivo, mas esperamos o fazer em breve.
Como e onde nasceu esta ideia de se juntarem neste
projeto? É resultado da pandemia ou não?
Miranda - Com início
da pandemia e com o teletrabalho, comecei a ter mais algum tempo livre, comecei
a compor algumas músicas, lancei o desafio ao Pica, ambos achamos que tinha
pernas para andar e a partir daí foi convidar o resto da malta para entrar no
projeto.
Pica - Assim que o Miranda me mandou as
primeiras malhas, percebi que era a chance de fazer algo diferente, algo
que já queria fazer há algum tempo, mas que ficou sempre em stand by.
Para este projeto que nomes ou movimentos mais vos influenciam?
Suponho que acabem por se afastar das vossas bandas de origem…
Pica - No fundo era reavivar aquele feeling
rock & roll, que está dentro de nós, que vivemos nos anos 90. Nunca
tinha gravado vozes como fiz desta vez por exemplo, takes diretos, muito
feeling, muito rock.
Miranda - Para mim foi mesmo uma questão de estar um bocado saturado de ouvir as produções de hoje em dia quase "perfeitas". Hoje em dia facilmente qualquer banda mediana com um bom produtor acaba por "soar bem" mas acaba também por soar igual a tantas outras, pois com tanto “polimento” a verdadeira essência da banda desaparece. Talvez a maior influência venha de muitas coisas que ouvi nos anos 90 que acima de tudo tinham alma.
Ainda assim, que elementos das vossas experiências anteriores trouxeram para esta nova entidade musical?
Pica - Principalmente toda a experiência
de estúdio e estrada, que facilitou toda a construção e gravação do disco,
mesmo quando estávamos todos separados fisicamente. Tudo o resto é feeling,
paixão e muito rock.
Afirmaram que pretendiam fugir aos padrões impostos
pela indústria atual. Sentem que conseguiram atingir esses objetivos com Music For Cool Kids?
Miranda - A meu ver
sim, o facto de só depois de ter o álbum completamente fechado termos ido em
busca de editora é uma prova que tudo foi feito à nossa maneira. Felizmente o Daniel
Makosh da Ranging Planet gostou do disco e partilhou a nossa visão
para a edição do mesmo.
Pica - Não estamos a inventar a roda,
mas a fazer música de coração, música que adoramos ouvir. Há várias coisas que
tornam esta edição especial, algumas surpresas que só quem comprar o disco vai
descobrir, e isso já é mais uma coisa que marca a diferença. Houve cuidado
especial para com quem compra o disco, e o Daniel assinou por baixo todas as
nossas ideias e isso foi muito bom.
Já agora, como surgiu este título e pergunto, ainda,
se tem algum significado especial?
Miranda - Foi o título
que meti na pasta onde fomos partilhando as músicas entre todos enquanto
fazíamos o álbum cada um em sua casa, o título foi ficando e acabou por ser o
nome do álbum pois de forma irónica funciona bastante bem. Hoje em dia as
pessoas têm muito a ideia de que só o que ouvem é que é fixe e tudo o resto
não, quisemos fazer um disco para todas elas.
Wild Risk e The Thing foram as primeiras escolhas para singles. Porquê? Sentem que, de alguma forma, representam o disco na sua globalidade?
Miranda - A Wild
Risk foi escolhida como primeiro single por ser uma das músicas mais
diretas do álbum e para quem conhecia os nossos outros projetos talvez fosse
uma transição mais fácil; a The Thing já introduz mais alguns elementos
que talvez caraterizam melhor o nosso som. Mas acho que nem uma nem outra
representam o álbum na sua totalidade.
Pica - Aliás o segundo single até
era para ser outra música, mas quando o Miranda nos apresentou o vídeo da The
Thing achamos que seria boa ideia lançar. Mas o disco vai muito além destas
duas músicas.
De que forma foi feito o trabalho de composição?
Miranda - A composição
neste caso começou comigo em casa a fazer as músicas, já com a sua estrutura
base. Depois cada elemento ia pegando e tocava o seu instrumento conforme
achava o melhor para a canção, quando havia alguma sugestão de uma alteração
mais profunda era discutida entre todos e rapidamente se resolvia.
Este será um projeto de um disco apenas ou têm
ideias de continuar a criar?
Miranda - Temos imenso
material já feito e pronto a ser gravado, pelo que a ideia se tudo correr bem é
continuar a compor e a lançar músicas novas.
Pica - Este é o projeto para nós neste
momento e num futuro próximo. Temos material para lançar que nos permite dizer
que os próximos anos serão de grande atividade por parte dos Junkbreed.
Já agora, em que situação estão as vossas outras
bandas?
Miranda - Tirando os Wells
Valley do Mau, tanto Primal Attack como Switchtense
estão de momento paradas.
O que têm planeado para a estrada?
Miranda - Temos já
algumas coisas em vista, que deverão ser anunciadas muito em breve, este limbo
de restrições não ajuda a planear as coisas, mas esperamos que daqui para a
frente as coisas comecem a melhorar.
Muito obrigado, pessoal! As maiores felicidades!
Querem acrescentar alguma coisa que não tenha sido abordada?
Miranda - Para quem
tiver curiosidade em saber como foi o processo de fazer a o nosso álbum de
estreia mais detalhadamente podem ver aqui - https://www.youtube.com/watch?v=h5O2r83IdVU
o nosso documentário de making off do Music For Cool Kids.
Tão bom!!
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