É sabido que a Grécia é um país
quente, mas os Achelous estão dispostos a levar para lá os ventos mais frios que
conseguirem. Depois de The
Nothern Winds e The Cold Winds Of Olympus, o regresso faz-se com The
Icewind Chronicles, provavelmente o mais épico álbum da sua carreira. E
apesar dos Achelous terem sido criados por Chris Achelous, quem nos respondeu foi
outro Chris, o vocalista Kappas.
Olá,
Cris! Como estás?
Obrigado, por esta oportunidade! Importas-te de apresentar os Achelous aos
metalheads portugueses?
Olá, Pedro! Estou muito bem obrigado. Achelous é uma banda de Epic
Metal com sede em Atenas, Grécia. Lançamos 3 demos, 2 EP’s e dois álbuns desde 2011.
A
banda foi formada por Chris Achelus como um projeto individual. Quando e por
que decidiram abrir a banda a outros membros?
Achelous é a ideia de Chris
Achelous e nasceu em 2011 como um projeto solo. As duas primeiras demos foram com um som mais atmosférico e extremo.
Eu e Chris voltamos. Somos amigos há muitos anos, portanto quando ele me pediu
para cantar numa demo de Achelous eu disse sim imediatamente. Sabes que eu estive fora
de cena durante muitos anos. Eu cantei nos Reflection de 1991 a 2005 e quando saí não fiz nada na música
porque não tinha tempo. O meu horário de trabalho era muito pesado e, alguns
anos depois, nasceu a minha filha, portanto, o meu tempo era limitado. Mas em
2013, quando Chris me pediu para o acompanhar em Achelous, o momento era perfeito para o meu regresso.
Eu adorei as músicas de Achelous, mas tivemos que fazer algumas mudanças nas
músicas para encaixar na minha voz e seguir para caminhos mais clássicos e
épicos do Metal. Portanto, em 2014, tínhamos a demo Al Iskandar pronta e a bombar! Recebeu algumas críticas
incríveis e esgotou em poucos meses e isso fez-nos decidir fazer de Achelous uma banda a tempo inteiro.
Quem
está convosco desta vez?
A banda é composta por Chris
Achelous no baixo, George Mavromatis nas guitarras, Yannis
Roussis na bateria, Vicky Demertzi nas guitarras e eu Chris
Kappas nos vocais.
O
vosso novo álbum, The
Icewind Chronicles, aparece quatro anos após o álbum de estreia Macedon.
Em que estiveram envolvidos ao longo deste período?
Macedon foi incrível não apenas em relação às
críticas, mas também às vendas. Portanto, tivemos que fazer algo não apenas
igualmente bom, mas ainda melhor. The Icewind Chronicles deveria ter sido lançado em 2021 para
comemorar os 10 anos dos Achelous, mas infelizmente toda a loucura da covid começou.
Tivemos alguns confinamentos muito pesados na Grécia e decidimos adiar o
álbum por um ano e, enquanto isso, poderíamos lançar um EP com o primeiro single do álbum. Portanto, há um ano o EP Northern
Winds foi lançado para comemorar o aniversário de dez anos dos Achelous. Contém o primeiro single de Icewind Chronicles, Northern Winds, uma versão totalmente diferente e nova de River
God da demo Al Iskandar e três apresentações ao vivo e cruas de espetáculos
na Grécia e no estrangeiro. Esgotou quase instantaneamente!!!
Este
álbum foi concebido, criado e gravado durante a pandemia? De que forma a
pandemia vos afetou?
Na verdade, não… O álbum foi concedido e
criado antes da pandemia. Mas foi gravado durante a loucura do covid. Como
afirmei acima, o álbum deveria ter sido lançado em 2021, mas decidimos adiá-lo por
um ano para que pudéssemos ter mais possibilidades de promoção. Tivemos alguns
momentos difíceis durante os confinamentos, pois não podíamos ir ao estúdio e
gravar. No ano passado, quando estávamos no processo de mistura, fomos forçados
a ficar em casa durante 7 meses no pior confinamento que tivemos durante a pandemia.
Como podes imaginar, toda a situação foi terrível para nós. Tivemos que
trabalhar via videochamadas algo que não é muito fácil. O bom foi que
conseguimos lançar o EP e demos aos fãs algo para ouvir enquanto esperavam por novo
álbum.
The
Icewind Chronicles é algum álbum conceptual? Se sim, em que consistem os
principais tópicos da história?
The Icewind Chronicles é um álbum conceptual da trilogia The
Icewind Dale de R.A. Salvatore uma das maiores histórias da literatura
fantástica. Somos fãs de longa data do trabalho de Salvatore e especialmente Drizzt
Do'Urden (tenho uma tatuagem de Drizzt na minha perna esquerda) e depois da Macedon não tivemos que pensar muito para decidir
para onde ir liricamente! O álbum é uma reunião de histórias de Icewind
Dale. É um álbum para todos os fãs de fantasia de Drizzt, Wulfgar, Bruenor, Catti-Brie e Regis.
Depois de The
Nothern Winds and The Cold Winds Of Olympus, regressam os ventos
frios. Podemos
supor que há uma linha contínua que conecta todos esses lançamentos?
Nem tinha notado! Acho que o clima aqui na
Grécia é muito quente e por isso precisamos de um pouco de frio!!! The Cold
Winds Of Olympus não tem nada a ver com Northern Winds e Icewind Chronicles. É uma homenagem à maior montanha da Grécia e
terra natal de longa data dos 12 deuses na Grécia antiga. O resto são títulos
que têm a ver com a trilogia Icewind Dale. A faixa Northern Winds descreve a descida
das tribos bárbaras ao Icewind Dale e a guerra nas Dez Cidades.
Como
definirias The Icewind
Chronicles, especialmente em comparação com os vossos lançamentos
anteriores?
Macedon deu-nos a oportunidade de apresentar a banda
para um público maior enquanto tocamos em festivais ilustres na Grécia e no estrangeiro
como Malta Doom Metal e Riddle Of Steel ao lado de bandas incríveis como Loudness, Demon, Atlantean Kodex, Necrophobic, Ancient Rites, Wotan, Lonewolf, Ironsword e muitos mais. Recebeu críticas arrebatadoras
e tivemos que nos superar para o novo. Queríamos fazer outro álbum clássico dos
Achelous, mas não o mesmo que Macedon. Portanto, movemo-nos numa direção ainda mais
épica. Neste álbum a contribuição de George foi maior, pois em Macedon ele tinha acabado de se juntar à banda e
gravou músicas que estavam finalizadas. Em The Icewind Chronicles ele não apenas compôs algumas das músicas,
mas também orquestrou todo o álbum. Assim ele também colocou as suas
influências nas nossas e toda a música passou pelo filtro Achelous para ter o resultado que se ouve no álbum.
Northern
Winds e Flames Of War foram os primeiros singles/vídeos
lançados. São músicas representativas de todo o álbum?
Na verdade, Flames Of War é o segundo single, já que Northern Winds tinha sido o primeiro. Flames
Of War é uma das músicas mais clássicas de Epic Power Metal do álbum, mas não posso dizer que seja
representativa do álbum, pois cada música é diferente da outra. Por exemplo, Savage
King é uma música mais típica de Achelous, pois tem algumas passagens folk gregas, enquanto Mithril
Hall é algo totalmente diferente do que fazíamos no passado. O álbum tem
uma grande diversidade e espero que os fãs gostem.
O
que têm planeado para promover este álbum ao vivo?
Espero que a pandemia de covid acabe e
possamos voltar à estrada para alguns espetáculos. Agora estamos a preparamo-nos
para a nossa aparição no lendário festival Up The Hammers, onde dividiremos o palco com alguns dos nossos
heróis de infância como Fifth Angel, Titan Force, Trespass, Medieval Steel, Toxic e muitos mais! Também apresentaremos o nosso
novo álbum ao vivo com muitas coisas antigas dos nossos EPs e Macedon, para os nossos fãs em Atenas, portanto fiquem
ligados ao nosso site oficial e página de Facebook!
Mais
uma vez, obrigado, Chris. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Obrigado por esta grande entrevista! Esperamos
que toda essa loucura acabe rápido e possamos apresentar-nos ao vivo para todos.
Divirtam-se com o nosso novo álbum e metal on!!
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