De forma cada vez mais imponente, os Crystal Ball seguem
o seu percurso e cada álbum que lançam promete tornar-se um marco. O mais
recente é Crysteria
que mantém o trocadilho de palavras com o nome da banda, isto claro, depois de Crystallizer.
Pelo meio 2020 serviu de celebração de aniversário – mesmo de forma
muito trabalhosa – e fez a ponte para uma nova era onde também cabe um novo
guitarrista. O guitarrista Scott Leach e o baixista Cris Stone foi quem nos
atendeu desde a Suíça.
Olá, pessoal! Como estão? Obrigado, mais uma vez, por
esta oportunidade! Quatro anos depois de Crystallizer os Crystal Ball estão de volta
com Crysteria. O que fizeram durante esse período?
SCOTT LEACH (SL):
Antes de tudo, fizemos muitas tournées com
o álbum Crystallizer. Tocamos
como suporte de Axel Rudi Pell na
sua tour, tocamos
em alguns grandes festivais (entre muitos outros também com Mr. Big e
os Scorpions) e
fizemos a nossa própria tournée na
Suíça e Alemanha. Em seguida, gravamos o álbum 2020.
Isso foi ainda mais trabalhoso do que um álbum normal, porque trabalhamos num total
de 20 músicas. No outono de 2020 o nosso cantor Steven ficou muito doente com
Covid-19. E logo depois o nosso ex-guitarrista Tony Castell
deixou a banda. Logo, tivemos que encontrar alguém novo. Tudo isso demorou
bastante tempo.
A pandemia afetou a criação deste álbum? Também por isso
demorou tanto?
SL: As
razões que mencionei acima foram as mais importantes. Mas também não queríamos
lançar um álbum sem a possibilidade de tocar ao vivo. Tínhamos uma tournée planeada
para a data de lançamento. No início de 2021 parecia um bom plano lançar o
álbum em janeiro de 2022 e fazer uma tournée.
Estávamos certos de que, àquela altura, as coisas voltariam ao “normal”. Como
aprendemos agora, estávamos muito otimistas ou apenas alguns meses adiantados.
Pelo meio, em 2020, lançaram, como referiste, uma
compilação. Naquela altura já estavam a trabalhar nestas músicas?
SL:
Não, na altura estávamos apenas focados no aspeto ao vivo. Queríamos comemorar
os 20 anos dos Crystal Ball com
uma tournée e
muitos festivais… e aí foi quando a pandemia mudou tudo. Aliás, o 2020 foi
muito mais do que um simples álbum de compilação. Gravamos 10 músicas
completamente novas, com arranjos diferentes etc. E as outras 10 músicas do
álbum foram aprimoradas por gravações e sons adicionais e uma nova mistura.
Primeiro, foi Crystallizer… agora Crysteria. O que liga estes dois títulos e álbuns?
CRIS
STONE (CS): Bem, nós gostamos muito
de trocadilhos. Portanto, Crystallizer foi
uma palavra inventada, enquanto Crysteria é
inspirado num álbum para o qual todos curvamos as nossas cabeças (risos). Aqui
não é necessária mais nenhuma palavra... O que liga todo o nosso trabalho é que
ele é 100% Crystal Ball! Já
estamos a pensar num próximo álbum. Quem sabe como se chamará. Talvez outro
trocadilho com Crystal ou
talvez algo muito diferente. Isso depende de como nos sentiremos naquele
momento.
Além disso, também há uma música chamada Crystal Heart. A
palavra Crystal e similares estão muito presentes nos vossos cenários
musicais. Que explicação têm para isso?
SL:
Neste caso, é muito simples: os nomes das bandas Crystal Ball e Jaded Heart
combinados dão Crystal Heart. Eu
usei isso como um working title.
Mas depois de algum tempo ficou muito óbvio que essa música deveria ter esse
nome. Especialmente porque se encaixava tão bem na melodia do refrão.
Bem, Crysteria já entrou nos tops suíços. Mais uma vez, podemos dizer. Tem-se tornado um bom
hábito, não acham?
SL: Ah
sim(risos). Estamos muito felizes por isso. E desta vez chegamos ao top 10.
Gostaríamos de agradecer a todos os fãs, onde quer que estejam, que compraram
este álbum.
Falamos sobre Crystal
Heart que é uma música que tem a
colaboração dos vossos amigos Jaded Heart. E é uma ótima música, deixa-me
dizer. Por isso, por que foi colocada como faixa bónus?
SL:
Tivemos que escolher duas músicas como faixas bónus (apenas para a edição em
vinil, porque o tempo de reprodução do vinil é tecnicamente limitado). O CD e a
edição digital apresentam todas as faixas. Escolhemos porque queríamos que o
vinil fosse 100% Crystal Ball.
Além disso, também têm colaborações de Ronnie Romero e
Torsten Rohre. Como se tornaram possíveis?
SL: Conhecemo-nos
de alguns festivais na Suíça. Na altura tocamos na banda suíça Core Leoni.
Ele é uma pessoa espetacular e conversamos um pouco. Quando tivemos a ideia de
fazer um dueto, “procuramos as estrelas” e entramos em contacto com Ronnie Romero e
enviamos-lhe a música. Ele disse sim imediatamente. Claro que estamos muito
felizes com isso. Thorsten Rohre é
um bom amigo do nosso vocalista Steven. Thorsten é um pianista com formação clássica
e fez um ótimo trabalho organizando a maravilhosa balada Till You Meet Again.
Quando convidam alguém, o que estão à procura? E quando
decidem que alguma música em particular, ficaria mais rica com um toque extra
de alguém de fora da banda?
SL: Nós
tentamos manter-nos interessantes para os fãs e para nós mesmos. O arranjo
dessa balada, por exemplo, é algo que não tínhamos feito antes. Portanto, tentamos
incorporar algumas coisas novas e desafiamo-nos um pouco. Nesse caso, o arranjo
é apenas algo que ninguém na banda poderia ter feito dessa maneira. E se tens
um cantor brilhante como Ronnie Romero no
teu disco, quem diria não a isso?
E ainda não falamos de Stefan Kaufman, o homem mais uma
vez responsável pela produção e que também contribuiu com alguns solos. Pedem-lhe
especificamente para fazer alguns solos ou simplesmente acontece?
SL:
Acontece naturalmente. Não são os solos principais, mas sim melodias adicionais
no final para apoiar os refrões finais. Como ele é o produtor e também mistura o
álbum, ele sugere algumas coisas aqui e ali quando acha que alguns overdubs
extras são necessários. Porque nos conhecemos tão bem, confiamos nele para
fazer a coisa certa. Ele tem sempre ótimas ideias e quando ele adiciona uma
melodia de guitarra faz sempre todo o sentido. E quem não gostaria que um
músico famoso como Stefan Kaufmann
fizesse parte do álbum.
Para este álbum, contam com um novo guitarrista – Peter
Berger. Desde quando está ele a bordo? Qual foi a sua influência nessas novas
músicas?
SL: Ele
chegou no final do ano de 2020. Primeiro teve que aprender todas as coisas
antigas, porque tínhamos uma tournée planeada.
Mas também foi cancelada devido à pandemia. Quando começamos a escrever, ele
trouxe muitas músicas e ideias. Ele foi bom refrescante e entrada de motivação.
E combina muito bem com o estilo Crystal
Ball.
Essa é a posição onde mais mudanças aconteceram. Tens
alguma explicação para isso?
SL:
Queres dizer mudanças musicais? Certamente Peter teve influência. Mas também o
facto de termos muito tempo para escrever por causa da pandemia. Às vezes, uma
pausa é boa para a criatividade. Tínhamos muitas músicas para escolher para
este álbum.
Mesmo com todas as incertezas, estão a planear alguma tour? Portugal
será incluído?
SL:
Tínhamos uma tournée marcada
para fevereiro de 2022 que teve que ser cancelada devido ao Covid 19. Não havia
maneira de tocar com todas as restrições. Agora temos que replanear tudo, o que
não é tão fácil. É preciso muito tempo à frente para isso. Infelizmente Portugal
não estava no tourplan.
Adoraríamos tocar no teu país. Esperamos receber alguma oferta para um festival
no futuro. Seria um bom ponto de partida.
Obrigado, mais uma vez. Gostariam de acrescentar mais
alguma coisa ou enviar uma mensagem para os vossos fãs?
SL: Muito
obrigado a todos os fãs que nos apoiam, compram os nossos CDs, vêm aos nossos espetáculos
(às vezes de lugares muito distantes), transmitem as nossas músicas e nos dão feedback nas
redes sociais. Siga-nos quando estiverem numa das seguintes plataformas:
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