Entrevista: Symphony Of Sweden

 


Um nome sugestivo para uma jovem banda cheia de boas ideias. O projeto – com base num duo – chama-se Symphony Of Sweden e, nascendo em período de pandemia não perderam tempo, tendo já lançado dois álbuns. A nossa conversa com os mentores Linus “Lee” Wester (vocais) e com Pontus “Evan” Hagberg (teclados, vários instrumentos, backing vocals e… futebolista!) versou essencialmente sobre o mais recente Saints Of Yesterday.

 

Olá, pessoal! Como estão? Obrigado, por esta oportunidade! Importam-se de apresentar o projeto Symphony Of Sweden aos rockers portugueses?

EVAN: Estamos bem, obrigado! E obrigado à Via Nocturna por nos deixar fazer esta entrevista! Somos uma banda bastante nova da Suécia, começamos no início de 2020. Estamos a tentar encontrar o nosso próprio som e, de momento, a melhor maneira é descrevê-lo como o elo perdido entre a pop e o metal! Lee tem uma voz de ouro pelo que, basicamente, ele pode cantar qualquer melodia e soará como uma música de sucesso! Para o segundo álbum, convidamos duas estrelas para as gravações e Jim Wallenborg contribuiu muito com as suas guitarras, progressões de acordes e riffs. E depois Drumerik também adicionou algumas baterias pesadas!

LEE: Somos uma dupla que ama boa música e trabalha muito arduamente – e queremos deixar uma marca permanente na história da música!

 

Uma das coisas mais curiosas a respeito da banda é o vosso nome – como surge Symphony Of Sweden e o que significa?

LEE: Eu sempre quis ter Symphony no nome já que misturamos orquestra com guitarras pesadas e bateria. E Evan teve uma ideia brilhante de ter a Suécia no nome, para que o mundo saiba de onde somos e que amamos o nosso país.

EVAN: Exatamente, Lee teve a ideia de usar Symphony no nome e na verdade demorou alguns meses até que eu surgisse com Of Sweden para o tornar completo… No mundo da música, acho que a Suécia é uma boa ”marca” portanto pensamos que seria um bom nome de banda para usar. Para nós, a palavra sinfonia também se pode relacionar com as palavras grandioso e épico que queremos que a nossa música seja!

 

Dois álbuns foram lançados durante uma pandemia. Como foi possível? Têm sido possíveis tours por esta altura?

EVAN: Nós temos um fluxo de trabalho muito suave onde começamos com a música de fundo que eu produzo e depois Lee pega na música e adiciona letras e melodias em cima. Para este novo álbum, tive muita ajuda de Jim Wallenborg nas guitarras durante a produção dos fundos musicais. Ansiamos por tocar ao vivo, mas até agora tivemos a pandemia e reservamos algum tempo para fazer novas músicas e começamos a construir a nossa base de fãs. Mas sentimos muito pelos nossos amigos músicos que tiveram que cancelar as suas tournées. Para nós, poderíamos continuar a trabalhar em novas faixas como planeado.

LEE: Como o corona estragou toda a cena musical do mundo, ficamos em estúdio e fizemos outro álbum em vez de nos limitarmos a ficar sentados. Não tocamos desde o Covid.

 

Por que escolheram o título Saints Of Yesterday para o vosso novo álbum? Existe algum motivo específico ou não?

LEE: É uma música muito forte, uma das minhas favoritas. Por que se tornou o nome do álbum? O Evan responde.

EVAN: O nosso primeiro álbum chamou-se Inner Demons, que também está um pouco relacionado com criaturas abstratas... Ou seja, o título é simplesmente perfeito, será interessante ver qual será o título do terceiro álbum...

 

Como foi o processo de gravação deste álbum?

LEE: Foi muito mais difícil. Tens toda a vida para escrever o primeiro álbum, mas no segundo precisa efetivamente descobrir que tipo de história queres contar. No ano passado também tive muitos problemas médicos, pelo que este álbum foi um teste para mim.

EVAN: Começo sempre com a bateria! Escolho algumas faixas do Spotify que têm uma boa bateria e digo ao nosso baterista para tocar num estilo semelhante. Basicamente, ele toca essa outra música! Depois rearranjo a gravação de bateria para não ter a mesma estrutura de música que a "original" e começo a adicionar todos os instrumentos a este arranjo de bateria. Para este álbum tivemos Jim a tocar riffs de guitarra e progressões de acordes em 8 das 12 faixas, portanto o nosso agradecimento ao Jim pela grande colaboração! Quando o fundo está quase como uma mistura final, exceto os vocais, mando essa mix para Lee, que usa a sua melodia comum e talento nas letras para fazer o top-line. Utilizei a ideia de workflow do hip-hop, onde um produtor faz uma “faixa” e depois entra o rapper e faz o seu rap em cima da faixa já existente, e pronto! Às vezes tenho que voltar e mudar as coisas na produção para melhor encaixar com as melodias de Lee e se tivermos ideias adicionais para a produção podemos mudar algumas coisas aqui e ali, mas basicamente, a maior parte do background musical já está lá quando Lee entra em cena! Para este álbum, tivemos que lutar um pouco mais em comparação com o primeiro álbum, onde cada faixa foi tão suave quanto um passeio no parque. Com Saints Of Yesterday, tivemos que reescrever algumas melodias e letras completamente e também fazer algumas mudanças de tom, mas depois voltamos ao tom original e assim por diante. Portanto, um pouco mais difícil de fazer o álbum 2 do que o álbum 1! No entanto, estamos muito orgulhosos do resultado e esperamos que possamos espalhar a nossa música por todo o mundo!

 

Como definiriam Saints Of Yesterday, especialmente em comparação com o álbum anterior?

EVAN: No geral, é um pouco mais pesado. Tínhamos o objetivo de nos encaixar melhor na comunidade do metal e dar um passo significativo para longe do radio-pop. Foi por isso que convidei Jim, já que ele está na cena metal muito mais do que eu, e experimentamos algumas faixas com um som bem pesado, como The Grim Reaper, Slave e Gates Of Heaven. Ainda assim, estamos a tentar encontrar o nosso próprio som único e acredito que agora estamos bem perto de encontrar essa fórmula!

LEE: É muito mais pesado. Temos muitos fãs desde o primeiro álbum e muitos queriam músicas um pouco mais pesadas, portanto é mais pesado, mas ainda assim SoS. Adoro fazer boas melodias, por isso trabalho nas músicas para que todos possam cantar connosco.

 

Podem falar-nos dos singles/vídeos que foram lançados a partir deste álbum e por que razão os escolheram?

LEE: Evan é o cérebro aí, portanto deixo-o responder.

EVAN: O primeiro single e vídeo foram The Grim Reaper, que é uma das faixas de som mais pesado do álbum e estava muito interessado em ver a reação do público a este respeito e, para ser honesto, não mostrou ser uma das nossas músicas mais populares, com base em streams do Spotify e visualizações do Youtube, embora tenha realmente surgido como a “melhor faixa do álbum” em algumas críticas. Mas depois desse lançamento decidimos avançar com singles mais seguros, o que significa escolher músicas mais fáceis de ouvir. Refrões mais cativantes, por assim dizer. E, pessoalmente, acho que uma ótima música será uma ótima música, não importa como a organizes. Pode ser uma balada de piano da Adele ou uma faixa bombástica de metal.

 

De qualquer forma, a vossa música não é fácil de descrever. Quem apontam como as vossas principais influências?

EVAN: Pessoalmente, tenho influências de fontes muito diferentes... Pode ser tudo, de Dio, Helloween a Depeche Mode, Vangelis e Hans Zimmer. Mas principalmente encontrei os melhores momentos da música dos anos 80, embora eu não tente fazer a produção soar como os anos 80, mas as progressões de acordes e arranjos podem com certeza ter vibrações dos anos 80.

LEE: Hit music com atitude.

 

Sendo certo que o projeto assenta numa dupla, quem mais está convosco na produção deste novo álbum?

LEE: Temos Jim Wallenborg, o guitarrista, que também coescreveu algumas das músicas. Recorremos a ele quando precisamos de bons riffs e solos. E temos Eric Günther na bateria.

 

Há algumas curiosidades em torno deste projeto. Por exemplo, Evan tiveste uma experiência pop e ainda és jogador de futebol, certo?

EVAN: Bem, escusado será dizer, eu ainda jogo futebol, mas na liga mais baixa, o que significa que os ingressos são gratuitos para todos, ficamos felizes se alguém nos quiser apoiar e comprar alguns refrigerantes e cachorros-quentes para arrecadar algum dinheiro para manter o campo em forma (risos)! E sim, tive algum sucesso de rádio na Suécia com algumas músicas pop como artista a solo, mas agora estou totalmente feliz em entregar o microfone ao Lee, para sempre!

 

Mesmo com toda a incerteza, estão a planear alguma tournée?

LEE: Realmente quero tocar ao vivo, por isso espero que em breve.

EVAN: Estamos à procura de oportunidades de ser uma banda de suporte de algumas bandas maiores e também queremos estar em alguns festivais. Nada está decidido mas estamos abertos a sugestões!

 

Mais uma vez, obrigado. Querem acrescentar mais alguma coisa ou enviar uma mensagem para os vossos fãs?

EVAN: Estamos impressionados com o seu apoio e continuamos a espalhar a nossa música para amigos, raparigas e namorados! Esperamos ver-vos ao vivo num futuro próximo!

LEE: Obrigado pela entrevista e obrigado por ouvirem e compartilharem a nossa música. Por favor, continuem - adoramos o vosso apoio!


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