Sediados em Viseu, os behind The RedGiant resulta da
junção de alguns músicos com experiência. O primeiro resultado é How Far Is Far Away?, um disco de rock/metal
progressivo, instrumental e explorador de diversas sonoridades. Da mesma forma
que a temática se centra na exploração da beleza do cosmos. A prova que
matemática, física, a astrofísica e a quântica se podem conjugar com música. E,
por via disso fomos falar com o professor (entenda-se baixista) Rui Costa.
Olá, Rui! Obrigado pela disponibilidade! Os behind the
RedGiant são uma entidade nova, por isso começo por perguntar quando e porquê
decidiram iniciar este projeto?
Este projeto começa de forma muito natural por volta de 2010. Eu (Rui Costa, baixista) e
o Ricardo Sousa (guitarrista) já fazíamos música - bandas sonoras para filmes e spots
de TV, há algum tempo. Por acharmos que as músicas tinham potencial, pensámos
em abordá-las de forma diferente, mais ao nosso género, com uma produção mais rock.
Começámos então a fazer uns ensaios e a compor mais músicas, sem a ambição de formar
uma banda ou tocar ao vivo, apenas pelo prazer de tocar e compor. Com o passar
do tempo, começámos a gostar bastante daquilo em que “a coisa” se estava a
tornar. Os amigos que frequentavam o estúdio e iam acompanhando o nosso
trabalho, também tiveram alguma responsabilidade nisto, porque foram insistindo
para que “oficializássemos” a banda, ou seja, que gravássemos as músicas e fossemos
para a estrada! E é o que está a acontecer…
Em que nomes ou movimentos procuram encontrar as vossas
inspirações?
Para além da inspiração pessoal de cada membro, obviamente relacionada
com as suas vivências e influências, temos em comum um fascínio pela Física,
Astrofísica, Matemática, Quântica… Penso que podemos apontar este como sendo o principal
tema de inspiração. O universo, os fenómenos astronómicos e a misteriosa beleza
do cosmos são os “quadros” que estão mais presentes neste nosso primeiro álbum.
Já tinham tido outras experiências musicais anteriores?
De que forma é que elas se revelam neste novo projeto?
Sim, já todos tínhamos um passado bastante ativo do ponto de vista da
produção musical. Quer como músicos, quer como produtores. Isso nota-se na
nossa sonoridade. É percetível a mescla de influências. Somos muito ecléticos
no que diz respeito ao que ouvimos e gostamos. Folk, pop, rock,
jazz, metal, barroco, clássico… gostamos de música. Gostamos,
acima de tudo, dessa linguagem tão universal, de tentar dominá-la, fazer dela uma
extensão de nós próprios e provocar emoções em quem ouve.
Um dos aspetos mais curiosos da banda é o nome. behind the
RedGiant esconde possíveis interpretações a respeito do vosso estilo. Foi essa a
razão da sua escolha? De que forma surgiu?
Nós andámos cerca de 10 anos sem nome. Na verdade, tivemos vários, mas
nenhum deles nos convenceu… até que surgiu behind
the RedGiant! Era algo que tinha tudo a ver
connosco. O nome em português significa “atrás da Gigante Vermelha”. As Gigantes
Vermelhas são estrelas numa fase avançada da sua vida, prestes a colapsar sobre
elas próprias, dando origem a uma SuperNova. Quanto ao “behind”: Atrás,
em cima, em baixo e à frente – são conceitos que apenas fazem sentido existindo
referências. O espaço não tem em si uma parte de cima ou de baixo - se algo se
encontra atrás de uma gigante vermelha, tem que existir algo do lado oposto a
fazer essa observação. Há algo de misterioso e enigmático no nome… tem muito a
ver connosco.
De que forma a pandemia afetou a criação deste álbum?
As músicas estavam praticamente feitas. Durante a pandemia, o Governo português
criou vários programas de apoio à criação de obras artísticas. Nós fizemos uma
candidatura e fomos apoiados (programa Garantir Cultura). Como estes
projetos têm datas-limite para a sua conclusão, vimo-nos “obrigados” a concluir
o trabalho. Ainda bem que há prazos, senão ainda estávamos a tentar melhorar
mais qualquer coisa nas músicas! O processo criativo nunca acaba… abandona-se!
How Far Is Far Away? é aquele álbum de estreia que
sempre sonharam conseguir lançar?
Fizemos isto sem qualquer ambição ou expetativa. Contudo, as críticas e
alcance que estamos a ter superam tudo que algum dia imaginámos. O videoclip
do single Somewhere, Somehow… está a passar na TV, estamos a
passar em muitas rádios e muitas delas fora de Portugal. A quantidade de mensagens que recebemos, não
só de Portugal, mas um pouco por esse mundo fora, desde Estados Unidos,
Argentina, Canadá, Polónia, Espanha, Inglaterra são muito gratificantes. Há
quem goste genuinamente da banda. Isso para nós não tem preço. Estamos muito
gratos!
De que forma definiriam How Far Is Far Away??
É um álbum muito pessoal… muito honesto e sem qualquer tipo de ambição.
Já agora, este é um título enigmático. Como surgiu e o
que significa?
A ideia do título é ser algo mais subjetivo, aplicável a mais que um
contexto e uma questão que somos nós a lançar e não a responder. Mas uma vez
que a colocaste… O último tema do álbum, por exemplo, fala de uma enorme
distância (penso que inquantificável), naquele contexto entre classes sociais. Mas How Far Is Far Away? poderá ser
uma viagem pelo cosmos… uma “pequeníssima” viagem que temos a sorte de fazer
todos juntos, nesta maravilhosa esfera azul. A terra viaja a mais de 107.000
km/h na sua orbita ao Sol… são cerca 940 milhões de km/ano! Por sua vez, o Sol,
também ele segue a grande velocidade numa órbita gigante em torno do centro da
galáxia… A Via Láctea, a nossa galáxia, uma entre biliões de outras galáxias,
que também elas seguem a grande velocidade neste nosso misterioso e belo
Universo em expansão! … Entre o micro e o macro, o muito longe não será também
algo relativo? Pronto, fica mais esta questão.
De que forma correram os trabalhos com o Dennis Koehne?
De que forma ele vos ajudou a guindar a um patamar superior?
Foi muito fácil e produtivo trabalhar com o Dennis. Procurámos mais que
uma alternativa para a masterização, não estávamos certos de que ele aceitasse.
Toda a gravação, produção e mistura tinha já sido feita por nós, precisávamos
de alguém experiente para dar aquele toque final. Alguém que percebesse a nossa
intenção, fosse objetivo e profissional.
Ele ouviu, gostou e aceitou trabalhar connosco. Não nos podia ter corrido
melhor… foi uma boa escolha da nossa
parte! O resultado foi sem dúvida o que procurávamos.
Por esta altura, já devem ter feito a vossa apresentação
do álbum em Viseu. Correu tudo como previsto? E para o futuro? Têm mais alguma
coisa planeada para palco?
Apenas fizemos uma pequena festa num bar em Viseu, onde apresentámos o videoclip!
Ainda não fizemos o concerto de apresentação, mas estamos a tratar disso! Para
já, os planos para o futuro passam por promover o melhor possível este disco. Dentro
de pouco tempo vamos lançar outro videoclip.
Muito obrigado, Rui! As maiores felicidades! Queres
acrescentar alguma coisa que não tenha sido abordada?
Nós é que agradecemos a vossa atenção! O vosso apoio é o que permite que
a nossa música possa chegar e ser do conhecimento do público. Sigam-nos nas redes sociais!
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