Tábua Rasa de Fernanda Paulo é muito mais que
um disco de canções. É um projeto artístico inovador onde duas artes se fundam:
a música e a representação. O facto de Fernanda Paulo ser atriz ajudou ao
desenvolvimento deste projeto que teve, ainda a colaboração do compositor Ramón
Maschio, das letristas Ana Lázaro e Patrícia Raposo e do encenador Claudio
Hochman. A estreia deste concerto encenado já aconteceu em fevereiro e, para
já, os elogios têm tido forte presença. Para nos explicar melhor em que
consiste este projeto e como está a ser recebidos fomos conversar com Fernanda
Paulo.
Olá, Fernanda, obrigado por despenderes algum tempo com Via Nocturna. Tábua Rasa é o nome do teu novo projeto. Antes de mais, podes dizer-nos
em que consiste, realmente?
Tábua Rasa é um projeto que inclui um CD e um concerto
encenado. É um projeto que nasceu a partir do conceito de Tábua Rasa mas
que se materializou num conjunto de temas e num espetáculo que abordam assuntos
que nos tocam a todos.
Como e quando surgiu a ideia de juntar um trabalho discográfico e um
concerto encenado?
Quando pensei em gravar um novo disco, pensei que gostaria de marcar o meu
lado de atriz nele. E, portanto, decidi que este novo projeto teria um caráter
teatral forte pelo que convidei uma equipa artística ligada à música e ao
teatro para mo ajudarem a concretizar. E foi dessa criação conjunta que nasceu
o CD e, posteriormente, o concerto encenado.
Que objetivos procuraste atingir com este projeto e com o lançamento
deste álbum?
Criar dois objetos artísticos que nos fizessem sentir felizes e que
pudessem chegar ao grande público: um CD e um concerto encenado. Agora queremos
que todas as pessoas ouçam estas canções, que vejam este espetáculo. Queremos
que se deliciem com todos os temas e que aos mesmo tempo reflitam sobre o que
cada letra nos traz.
Já tiveste a oportunidade de apresentar este espetáculo ao vivo? Como têm
sido as reações?
Estreámos em fevereiro e essa estreia superou todas as minhas expetativas.
As pessoas adoraram. Penso que se surpreenderam com a encenação e que se
deixaram levar por todo o ambiente imagético criado em palco.
Já agora, o que surge primeiro? A ideia da encenação que depois é musicada
ou a ideia das canções que depois são encenadas?
As canções surgiram de improvisações teatrais. O compositor Ramón
Maschio e as letristas Ana Lázaro e Patrícia Raposo assistiam
a essas improvisações orquestradas pelo encenador Claudio Hochman e,
juntos, criaram as canções. Uma vez criadas, essas músicas e letras foram a matéria-prima
para a encenação do espetáculo.
Precisamente, a encenação está a cargo de Cláudio Hochman. Que diretrizes
lhe deste ou que orientações sugeriste?
Nenhuma. Toda a equipa criativa teve apenas um ponto de partida: uma folha
em branco, criar a partir do nada.
Então, o CD que agora surge foi gravado como de um álbum ao vivo se
tratasse?
Sim, dado o caráter teatral do projeto, decidimos gravar em cima do palco.
Como se fosse num espetáculo ao vivo.
O facto da tua formação artística e de seres atriz facilitou o delineamento
deste projeto?
Sim, acho que este projeto só tem estes contornos porque sou atriz.
Em termos de letras trabalhaste com a Patrícia Raposo e com a Ana Lázaro,
como já referiste. Deste-lhes algumas indicações do que pretendias que fosse
abordado ou não?
Também nada lhes disse. Toda a equipa criativa trabalhou em conjunto a
partir do conceito de Tábua Rasa.
Já agora, que temáticas são abordadas nas suas letras?
Curiosamente, embora tenhamos partido do conceito da folha em branco - o
que nos poderia ter levado para qualquer lado - acabámos por abordar temas
universais e que tocam a todos: a maternidade, a influência da família na
construção da nossa personalidade, o amor, entre outros.
Obrigado, Fernanda. Queres acrescentar mais alguma coisa que não tenha sido
abordado?
Gostaria que todos pudessem assistir a este espetáculo que, sendo um
concerto encenado, marca pela originalidade e nos faz estar em cada cena com a
expetativa de ver a seguinte. Não percam!
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