Terceiro álbum para os franceses Parallel Minds e a
continuação do seu crescimento. Echos From Afar é o seu título e mostra-nos uma
banda cada vez mais coesa e, acima de tudo, cada vez mais criativa. A estrear
uma nova editora, o quer também acaba por ser uma evidência do seu crescimento,
os Parallel Minds resolveram também mudar um pouco a sua componente lírica.
Como nos confirmam, entre outros temas, o vocalista Stéphane Fradet e o
baixista/guitarrista Grégory Giraudo.
Olá,
pessoal. Como estão desde a última vez em que falamos? Em primeiro
lugar, parabéns pelo vosso novo álbum. Quando começaram a trabalhar em Echoes From Afar?
STEPHANE FRADET (SF): Há quase três anos atrás. O álbum
poderia estar pronto um ano antes, mas por causa de todas as restrições que
aconteceram não pudemos ensaiar o suficiente e também foi difícil gravar a
bateria. Mas a composição foi muito rápida, considerando a riqueza do álbum,
mas fomos desacelerando devido a eventos externos.
Parece que este álbum é composto por duas
partes distintas. É verdade? Podes explicar-nos esta divisão das músicas no
álbum?
GREGORY GIGAUDO (GG): Sim. A primeira metade do álbum tem
5 músicas separadas com histórias separadas, todas inspiradas em diferentes
obras de ficção científica. A segunda metade é como um mini-álbum conceptual,
inspirado em Endymion, uma série de livros de Dan Simmons. Já
havíamos feito Hyperion no nosso primeiro álbum e queríamos fazer uma
sequência disso. A história é tão grande e épica que decidimos dividi-la em 5
músicas diferentes. Mas devem ser ouvidas como uma grande peça épica.
É costume trazerem problemas sérios para a
vossa música. Volta a acontecer isso? Quais são os principais temas das músicas
deste álbum?
SF: Agora não. Como Greg disse, este álbum
é baseado em obras de ficção científica, portanto o principal desafio para as
letras era evitar torná-las muito cheesy ou muito descritivas. Mas, agora
que terminamos este, e depois de todos os problemas que passamos, tenho
toneladas de ideias de tópicos horríveis para lidar!
Neste álbum, há um incrível equilíbrio entre
peso e melodia. Acham que este é o vosso melhor álbum até agora?
GG: Eu adoro os dois primeiros álbuns
que fizemos e ainda estou muito orgulhoso deles, mas acho que Echoes From
Afar é um grande passo em todos os sentidos possíveis. Realmente queríamos
expandir os nossos horizontes e tentar coisas que nunca fizemos antes,
especialmente em termos de arranjos. Este é um álbum muito mais denso,
atmosférico e complexo, que requer muita escuta para descobrir tudo. Mas, ainda
queríamos que as melodias e os refrões fossem muito impactantes e cativantes e
acho que encontramos o equilíbrio certo entre todos os diferentes elementos.
Fico feliz que concordes comigo a este respeito.
SF: Sim, com certeza, acho que é a nossa
melhor proposta. Mas acho que uma banda considera sempre que o seu último álbum
é o melhor, não é? De qualquer maneira, ele encaixa-se com o nosso estado de
espírito atual.
Qual foi a vossa abordagem
à composição e no processo de gravação deste álbum? Fizeram algo diferente
desta vez?
GG: Desta vez, conversamos sobre o tema geral e o conceito do
álbum antes de começarmos a escrever qualquer coisa, pelo que quando começamos
a compor, tínhamos um objetivo e um foco que ajudaram tremendamente. Nós
escrevemos o álbum quase como escreveríamos a banda sonora de um filme. O
processo de composição foi muito divertido e estávamos muito inspirados. Quanto
ao processo de gravação, fizemos praticamente da mesma forma que fizemos os
dois primeiros álbuns. Fazemos tudo por conta própria, incluindo a mistura. É
que estamos a melhorar nisso e acho que a produção de som é a melhor que já
tivemos.
SF: Sem grandes mudanças, Greg ainda escreve a maioria das
músicas. Eu também trago as minhas peças. Às vezes (Feel The Force por
exemplo) trago algumas demos de merda incluindo uma parte básica de
bateria e algumas melodias vocais e ele consegue entender o que eu tenho em
mente - melhor do que eu esperava!
Ao longo do álbum,
podemos ouvir alguns instrumentos tradicionais e não-metal. Quem os tocou?
SF: Precisávamos de muitas orquestrações neste álbum. Conjuntos
de instrumentos soam ótimos, mas partes a solo são mais delicadas. Perguntamos
aqui e ali (principalmente amigos de Greg, que trabalham numa escola de música)
e eles ajudaram a melhorar as coisas.
Além disso, para a
parte vocal, contam com uma convidada feminina em The Greater Gift.
Quem é ela e como foi possível a sua cooperação?
SF: O mesmo, apenas perguntando. Perguntamos a algumas pessoas
pela internet se elas conheciam algumas boas vocalistas e várias
responderam. Laurie convenceu-nos porque ela tinha essa voz áspera. Nós não
queríamos esse típico estilo de vocal limpo/Within Temptation (sem
ofensa, ela canta incrivelmente bem). Estávamos à procura de alguém que tivesse
esses dois intervalos, como eu. Uma rapariga capaz de ter uma voz muito suave e
áspera quando necessário.
E como conseguiram essas bombásticas passagens
orquestrais?
GG: Eu escrevi e organizei todas as partes
orquestrais. Como não podíamos pagar a uma orquestra real, contamos com
instrumentos virtuais. Eles podem soar muito convincentes se os misturares da
maneira certa. E realmente adicionam muito às músicas. Nós não os escrevemos
como uma parte glorificada de teclado, eles são realmente parte integrante das
músicas.
SF: Sim, a parte metal ainda e
sempre será o coração das músicas. Os riffs vêm primeiro e só depois adicionamos
uma camada de coisas extras para ampliar o poder das músicas.
No Fate foi o primeiro single. Por que escolheram essa
música?
GG: No Fate é uma das músicas
mais cativantes e também uma das mais pesadas, portanto foi uma escolha óbvia
como primeiro single.
Terceiro álbum… terceira editora diferente.
Como explicam estas mudanças?
SF: Precisamos crescer e ganhar
audiência para a banda. Desta vez, ter uma nova editora francesa parecia ser a
melhor jogada para nós. O tempo irá dizer.
A capa do álbum é muito bonita. Quem foi o
responsável por isso? Consegue capturar totalmente a essência do álbum?
SF: Fui eu! Somos uma banda 99% DIY
e um pouco maníacos por controle. Sou um grafista profissional e, mesmo
gostando mais de animação 3D, consigo ser suficientemente bom para convencer os
restantes elementos a deixarem-me ser o encarregado das partes visuais! Assim, da
mesma forma que Greg nos envia demos e discutimos e alteramos/adicionamos
coisas, fiz o mesmo com o artwork da capa. Somos uma banda muito
democrática, portanto cada um dá a sua opinião. A capa ganhou vida de forma
muito rápida, fiz 3 ou 4 sugestões e esta agradou a todos. Uma cara sem nome a cruzar
um anel ameaçador de uma dimensão para outra combinava muito com ter músicas
diferentes, passando de um universo para outro.
Prontos para subir ao
palco? O que têm programado para os próximos tempos?
GG: Acabamos de contratar o nosso novo baixista, Fabien e, com
certeza, estamos prontos para arrasar. Estamos ansiosos para tocar em palco,
mas ainda não há datas concretas para anunciar.
SF: Os elementos são incrivelmente coesos no ensaio (e no palco
também). Vamos manter os dedos cruzados para o final de 22.
Obrigado. Querem enviar
alguma mensagem para os vossos fãs portugueses?
GG: Obrigado pelo vosso apoio e espero que gostem deste álbum.
Este tem sido um trabalho de amor!
SF: Eu digo o mesmo. Esta foi uma grande viagem e se forem um
pouco curiosos e capazes de investir emocionalmente num álbum, este deve ser o
truque. E obrigado à Via Nocturna por nos apoiar desde o início! Muito
obrigado!
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