Dos Skull Fist para os Thunderor,
JJ Tartaglia realiza uma aventura de vida. Recupera o formato power trio
com um baterista vocalista, inclui teclados e entra por campos da NWOBHM.
O resultado é um intenso e destacado álbum de estreia, Fire It Up e a
promessa que de não ficar por aqui.
Olá,
JJ! Em primeiro lugar, obrigado pela tua disponibilidade. Thunderor é uma banda
nova, portanto, podemos começar por apresentá-la aos metalheads
portugueses?
Ei! Sim, somos um power
trio do Canadá. Tocamos o que eu gosto de chamar de heavy metal com
infusão dos anos 80, mas há lá muito hard rock e também um pouco de AOR.
Eu e o Jonny Nesta escrevemos todas as músicas, mas acho que talvez
alguns metalheads portugueses já estejam familiarizados com a gente (risos),
já que tocamos em Portugal algumas vezes com os Skull Fist. Foi sempre
muito bom!
Depois
de tocares com algumas bandas como Operus ou Skull Fist, quais são os teus objetivos
com o Thunderor?
Durante toda a minha vida
sempre me esforcei para ser o melhor membro de uma banda que pudesse ser, para
apoiar as visões do compositor principal, para contribuir com o que pudesse e,
em alguns casos, escrever músicas e álbuns inteiros juntos. É algo que eu
realmente gosto e até hoje consegui construir uma carreira com isso. Com os Thunderor
é uma dinâmica diferente porque agora estou a apoiar a minha própria visão
criativa, que, para mim, deu uma nova reviravolta pelo facto de estar numa
banda, e tem sido uma experiência muito gratificante. Colocar mais de mim na
música e nas letras pela primeira vez, é muito bom. Acho que o que começou como
um desafio pessoal para mim está rapidamente a transformar-se em algo muito
maior, estou muito ansioso para as nossas próximas tournées e tocar
essas músicas para o público em todo o mundo.
Podemos
considerar os Thunderor como um produto da pandemia?
(risos) A banda começou
um pouco antes, por isso acho que não. Mas sem dúvida que a pandemia ajudou-nos
a acelerar o processo. Todas as nossas tours foram canceladas/adiadas, e, por
causa disso, eu e o Jonny passamos a ter muito tempo livre, o que nos permitiu dedicar
uma grande parte desse tempo aos Thunderor. Também me deu o tempo necessário
para melhorar as minhas composições e a minha performance vocal.
Neste
momento, os Thunderor são uma banda para apenas um álbum ou têm a intenção de
continuar?
Acho que temos uma química
bastante boa e por isso quero continuar e levar os Thunderor o mais longe
possível. Já temos algumas ideias de músicas para o segundo álbum e estamos
ansiosos para começar a trabalhar nele. Talvez durante o inverno, tenhamos
tempo para fazer isso.
Quais
são as bandas que mais te influenciam/influenciaram?
Há muitas influências
diferentes na nossa música. Skull Fist, como é óbvio. Muito Saxon.
Um pouco de Manowar, Ozzy, Queensryche, Meatloaf. AC/DC
da minha infância. Bruce Springsteen nas letras. Algum ELP e onda
de sintetizador nas teclas. Há um pouco de tudo (risos).
A
tua ideia inicial era criar um power trio com um baterista vocalista,
tal como os bons velhos tempos dos teus compatriotas Exciter?
Sem dúvida. Essa foi a
ideia desde o início, porque era a melhor maneira para eu melhorar os vocais e
a bateria ao mesmo tempo. Assim vai ser muito mais simples fazer os backing
vocals nos Skull Fist (risos). Mas sim, é algo ótimo de se fazer e é
praticamente único, atualmente, e por isso dá-me o meu próprio nicho para me
especializar. Dan Beehler, com quem tive o prazer de sair algumas vezes
enquanto tocávamos em alguns festivais, faz isso muito bem. Phil Collins
e Gil Moore também são duas grandes inspirações. Para além desses há
também o Larry Howe, dos Vicious Rumours. Tive um ótimo contacto
com ele quando fizemos o Full Metal Cruise juntos em 2019 e ele motivou-me
muito a começar um projeto assim.
Musicalmente,
Fire
It Up traz-nos uma nova e fresca abordagem do NWOBHM. Que nova
abordagem tentaste imprimir nas tuas composições?
Usamos mais melodias
principais o que torna o álbum mais uplifting. No geral a lente é mais
ampla. Quando estávamos a escrever, nós não nos preocupámos com o rumo que a
música estava a seguir. Permitimos que fosse ela que determinasse o seu próprio
caminho, o que as tornou mais variadas. E também, a utilização de teclados, que
é o que o diferencia ainda mais.
Relativamente
aos teclados, o que usaste ao certo?
Usei alguns
sintetizadores diferentes e também um piano limpo. Eu sou um grande fã de
sintetizadores. Van Halen, Keith Emerson sempre foram grandes
inspirações e por isso eu estava muito interessado em usá-lo um pouco por todo
o álbum. Também foi uma ótima oportunidade para dar algum uso aos meus
conhecimentos de piano. Temos ainda uma imitação de violoncelo feita nos
teclados. Era suposto o Robin Howe (ex-Operus) ter tocado
violoncelo real nessa parte, mas afinal ele não pode e por isso tive de
improvisar.
Tendo
isso em conta, como é que descreverias este álbum nas tuas próprias palavras?
Para mim, o álbum
representa a jornada de perseguir os nossos sonhos, uma aventura de vida. Sabes
aquela sensação de te sentires estagnado, sentado, e como desejo de fuga e de
aventura? De quereres sair e correr
atrás de algo, mesmo que talvez não saibas o que é? Eu tenho muito essa
sensação. Na verdade, esse sentimento tem estado presente em toda a minha vida (risos).
Fire It Up é uma banda sonora de aventura. Espero que inspire aventura
para as pessoas da mesma forma que inspirou para mim.
Quais
são os planos para os teus próximos concertos?
Muito groove e
cantar como se não houvesse amanhã. Quero que as pessoas sintam o que estou a sentir
quando estou lá em cima. Se eu conseguir fazer isso, tenho a minha missão
cumprida. Ah, e um pouco de pirotécnica também (risos).
Mais uma vez muito obrigado, JJ. Queres adicionar alguma coisa ou deixar alguma mensagem para os teus fãs portugueses?
Obrigado pela entrevista. Espero que possamos tocar em Portugal em breve!
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