Um álbum nascido de um sonho e um álbum de sonho. Tristan
Harders, mentor dos Terra Atlantica, arrancou para a criação de Beyond The Borders com o objetivo,
que não era fácil, de superar o espetacular Age Of Steam. Pode até não o ter superado, mas, claramente, andou
muito perto e voltou a assinar, com a sua banda, mais um monumental disco de power metal sinfónico.
Olá,
Tristan, como estás desde a última vez que conversamos? Obrigado, mais uma vez,
pela tua disponibilidade. Beyond The Borders é o novo álbum dos Terra Atlantica.
Qual foi o processo que vos levou até este álbum após o último lançamento, Age Of Steam?
Bem, como sabes, estive muito
ocupado a trabalhar muito na criação deste novo álbum, que espero que no final
valha a pena. A ideia de Beyond The Borders surgiu-me num sonho durante
os primeiros tempos de pandemia em 2020. Acordei e escrevi metade do álbum
naquela noite.
Quais foram os vossos propósitos
e objetivos para este novo álbum?
Eu queria continuar a saga
Atlantica com uma nova história sobre aventuras épicas. E, claro, como qualquer
outro músico, queria que fosse melhor do que tudo que já fiz antes, o que acho
que funcionou muito bem.
Age Of Steam
foi composto apenas por ti. E desta vez? Foi mais uma vez um trabalho solitário
ou foi um esforço coletivo?
Não completamente. Desta vez uma
das músicas, Sun of Pontevedra foi escrita em conjunto com o nosso
baterista Nico Hauschildt. Também escrevemos a faixa-título A City
Once Divine juntos. Mas o resto foi mais uma vez escrito por mim sozinho.
Funciona melhor para mim assim.
Após o enorme sucesso de Age Of
Steam sentiste alguma pressão quando começaste a trabalhar
neste álbum?
Obrigado por chamá-lo de
'enorme'! Mas sim, é claro que estabeleceu certas expetativas na base de fãs.
Eu costumo dizer a brincar que Age Of Steam será o álbum que os fãs mais
tarde falarão dizendo ‘isso era quando eles ainda eram bons’, sabes? Porque o
segundo álbum de uma banda muitas vezes parece ser o mais favorito. Mas pelos
resultados que obtivemos até agora para Beyond The Borders, acho que
será um sucesso ainda maior do que Age Of Steam.
Beyond The Borders é mais uma vez um álbum conceptual?
A história é mais uma vez em torno do tema Atlântida?
Sim, de
facto. Todos os nossos álbuns são álbuns conceptuais. É muito mais divertido
criar música assim, contando uma história. Permite que mergulhes mais fundo no
mundo que criamos. O tema da Atlântida é obviamente inevitável. Temos que
seguir os nossos princípios.
Existe alguma ligação com a história que apresentaram em Age Of Steam?
A nova
história baseia-se na tradição criada nos dois primeiros álbuns. O Império
Britânico foi derrotado, logo uma nova força do mal está a surgir na Europa: a
Dinastia Prussiana. Oprimidos pelo seu reinado, um grupo de heróis sai em busca
do reino oculto de Atlântica.
Podemos dizer que com o Beyond The Borders ultrapassaram
ainda mais os limites do metal sinfónico? Em que aspetos?
Este
álbum não é apenas metal sinfónico, é, de facto, um musical. Quando o
escrevi, tive a ideia desde o início de que poderia ser interpretada por atores
em palco. Há muita interação entre os diferentes papéis de canto e o coral.
Também experimentei um pouco com instrumentos incomuns como um saxofone.
Têm um novo guitarrista, David Wieczoker. O que aconteceu
com Frederik Akkermann?
Infelizmente,
Freddie teve que se mudar para ir para a universidade e essa distância tornou
difícil continuar o nosso trabalho juntos. Por isso decidimos terminar.
Desde quando está David a
bordo? Teve a oportunidade de colaborar no processo criativo?
Acho que ele se juntou em abril
deste ano. As gravações estavam quase prontas, mas ele conseguiu tocar os seus
próprios solos de guitarra em 4 das faixas. Isso aumentou o valor do álbum porque
é um excelente guitarrista.
The Scarlet Banners e
Pirate Bay foram os primeiros singles lançados.
Por que escolheram essas músicas? São representativas da totalidade do álbum?
The Scarlet Banners foi escolhido
como o primeiro single porque define o clima de todo o álbum com o tema
da rebelião contra a opressão das classes mais altas. Pirate Bay foi
escolhido como segundo single porque é a música mais especial do álbum e
queríamos que as pessoas se interessassem.
Voltaram a trabalhar com
Alex Hunzinger nos arranjos orquestrais?
Assim como nos dois últimos
álbuns, Alex fez os arranjos orquestrais novamente e estamos mais uma vez muito
felizes com o resultado. Desta vez pensamos em usar uma orquestra real, mas
simplesmente não seria possível com esta quantidade de tempo e orçamento
financeiro.
Também tiveram alguns
convidados a colaborar neste disco. Podes falar sobre eles e contar-nos o papel
deles no resultado?
Para começar temos Kathi Stahl
como a voz feminina novamente, como nos dois primeiros álbuns. Ela fez um ótimo
trabalho, como sempre, principalmente no dueto romântico Just One Look onde
os dois amantes se encontram. Depois, temos Alex Hunzinger como o
malvado almirante prussiano von Salzenfels. Ele foi o vocalista da sua
banda Aeternitas, portanto pensamos por que não lhe dar uma parte vocal
também. Temos também uma curta, mas eficiente parte cantada por Joan Pabon
dos nossos amigos Tragedian, representando o Mago Espanhol na cidade de Pontevedra.
Foi perfeito para o trabalho porque ele próprio é um mago. E por último, mas
não menos importante, temos Anders Sköld dos Veonity, uma grande
banda de power metal da Suécia como o Rei dos Piratas. Ele também cantou
na nossa cover The Mirror On The Soul e sentimos a necessidade de
continuar essa colaboração porque ele também é um grande entusiasta do power
metal.
Como está o teu projeto Twilight
Teatre? Está a ser bem-sucedido?
Poderia ter sido melhor, mas para
uma estreia foi bom. Também tive muito feedback positivo e comentários.
Ultimamente houve até um espetáculo ao vivo planeado, mas infelizmente teve que
ser cancelado. De momento, estamos à procura de um substituto. Também pode ser
possível que um segundo álbum já esteja em produção.
O que tens planeado para
uma tournée ou alguns espetáculos ao
vivo?
Em outubro faremos dois espetáculos
de lançamento do novo álbum em Berlim e Hamburgo. Depois, no próximo ano, em
março, estamos ansiosos para o grande Superpower Tour juntamente com os Grailknights
e Victorius. Vai ser épico!
Mais uma vez muito
obrigado, Tristan. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Obrigado pela entrevista!
Gostaria de agradecer novamente a todos que participaram da campanha de crowdfunding
e tornaram possível a produção deste álbum! Apenas espero que todos gostem do
novo álbum tanto quanto nós e espero ver-vos a todos nos próximos espetáculos!
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