Antes da pandemia, Dying Breed
mostrava os Blackrain a continuar a escalada de qualidade. Três anos se
passaram e os franceses continuam a evoluir e Untamed perfila-se como o
seu melhor álbum de sempre. Se o novo produtor, Hannes Braun, dos Kissin’
Dynamite, teve alguma influência nesse crescimento, ainda está por esclarecer
até porque a composição dos Blackrain também melhorou significativamente. Para
nos falar deste seu sétimo álbum, fomos falar com o vocalista e guitarrista
Swan Hellion.
Olá, Swan, como estás! Em breve os BlackRain
terão um novo álbum. Untamed
é o vosso sétimo longa-duração e é apontado como o auge da vossa evolução. O
que tens a dizer a este respeito?
Olá, Pedro, estou bem obrigado, espero que também estejas bem! Na verdade, Untamed
já é o nosso 7º álbum, o que nos faz sentir bem velhos (risos)! Mais sério,
estamos muito satisfeitos com este álbum, as músicas são bastante diversificadas
em relação ao estilo e a produção é incrível, não poderíamos desejar melhor.
Untamed é uma mistura incrível de melodias cativantes
e agressividade. Achas que, finalmente, alcançaram o equilíbrio perfeito entre
esses dois aspetos?
Fico feliz que gostes desse aspeto, gosto muito dessa mistura entre
melodias e sons mais pesados. Espero que consigamos manter isso bem equilibrado
nos nossos próximos lançamentos, na verdade não é fácil ter essa grande
variedade de estilos incorporados num álbum e mantê-lo de alguma forma homogéneo.
Perdemos algumas pessoas no passado a tentar fazer isso, especialmente com o
álbum Released do qual muita gente não gostou do facto de as músicas
soarem tão diferentes umas das outras. Mas acho que funcionou bem em Untamed,
especialmente porque voltamos, em algumas faixas, para algo mais heavy metal.
Que novidades trouxeram para os processos
de composição e produção desta vez?
Usamos principalmente mais sons de sintetizadores. Não tenho medo de usar
coisas que não são muito comuns no estilo em que as pessoas costumam
categorizar a banda (glam/sleaze). Fora isso, não muito, o
processo de composição foi o mesmo que em Dying Breed. A principal
diferença está no facto do nosso amigo Hannes Braun ter misturado e
masterizado o álbum, por isso soa muito mais gordo do que no passado.
Significa que neste álbum apresentaram alguns
tipos diferentes de vibrações? De que forma?
Bem, eu diria que encontrarás faixas típicas de glam metal e também
músicas típicas de heavy metal da velha escola. O facto é que temos uma
mente muito aberta na banda e acho que podes ouvir influências de todos os
lugares neste álbum. Algumas faixas têm um fundo mais pop, outras têm um
tipo de vibe muito mais dark. Encorajo a todos que tenham um
pouco de curiosidade a conferir tudo nas plataformas de streaming, a
melhor maneira de ter uma ideia clara ainda é dar é uma escutadela!
Untamed é lançado três anos após o álbum anterior Dying
Breed. Entre eles vivemos uma pandemia. Como lidaram com essa situação?
Desde Dying Breed que obviamente tocamos, saímos em tournée com
os nossos amigos dos Kissin´Dynamite logo antes da pandemia começar. Essa
tournée foi importante porque foi assim que eu soube que Hannes era na
verdade um produtor e consequentemente a razão pela qual lhe demos a mistura de
Untamed. Enfim, a pandemia entrou em cena, não podíamos tocar e devo
dizer que não foi uma coisa má para o meu lado, porque me permitiu focar na
composição do novo álbum, foi muito bom não estar com pressa, foi bom estar
100% nele. Na realidade fizemos um bom uso do tempo gasto durante o confinamento,
ou bem, aqui estou a falar pessoalmente pelos outros membros, porque pessoalmente
moro na Suécia e não houve restrições ou confinamentos aqui (risos)!
Num álbum com 12 músicas, lançaram 4 singles. É um número incomum. Por que seguiram
essa via?
Acho que esse é o caminho hoje em dia, já não faz sentido lançar apenas um single
e depois largar o álbum diretamente, é como o deitar ao lixo… tornou-se tudo
tão descartável no mundo da música hoje, que precisas otimizar a tua presença o
melhor que puderes nas redes sociais. Se dependesse de mim, lançaríamos pelo
menos metade do álbum como singles, cada mês. Também gostamos de vídeos.
No passado não me importei muito, mas por alguns motivos, comecei a gostar de
filmar coisas engraçadas para a banda, talvez possamos desenvolver esse aspeto
no futuro.
Voltaram a trabalhar com Chris Laney ou
não?
Não neste álbum. Eu planeava contactá-lo novamente, mas como mencionei
antes, as circunstâncias levaram-nos a trabalhar com Hannes Braun desta
vez. Ainda estamos muito felizes com tudo que Chris fez por nós, ele realmente
tem um ouvido para o tipo de música que tocamos, mas acho que estávamos à
procura de algo mais moderno, talvez, Hannes entregou mais do que esperávamos,
estamos muito felizes por termos encontrado!
Jim Müller, guitarrista dos Kissin'
Dinamyte, colaborou numa música. Considerando a amizade entre as duas bandas,
suponho que foi simples consegui-lo, não é verdade?
Estás muito certo, foi fácil! Para ser honesto, nada disso foi planeado. Eu
pensei, "seria bom ter um convidado numa faixa" e como Max (o nosso
guitarrista) estava um pouco atrasado para enviar os seus solos, perguntei a
Jim e ele ficou super feliz por isso. Mencionei-lhe que gostaríamos de fazer um
lyricvideo com a faixa, mas ele disse-me "vamos fazer algo melhor,
vamos fazer um vídeo de verdade". Foi um pouco à última da hora, mas
desistimos da oportunidade e fizemos um vídeo inteiro com Jim sozinhos na nossa
cidade natal. Ficou muito fixe, acho eu, e foi muito divertido!
Têm outros convidados neste álbum?
Não, esse foi o único convidado que recebemos em Untamed.
O ano de 2023 está marcado para festivais,
certo? Já têm alguma confirmação?
Sim, com certeza. Não sou eu quem está a tratar desse assunto, apenas posso
dizer com certeza que estamos confirmados para o Wildest 2023 e HRH
Sheffield. Há muitos outros espetáculos em discussão, mas ainda não estou a
par!
E uma tournée? Sei que gostariam de tocar em
Portugal. Será possível desta vez?
Adoraríamos tocar em Portugal, mas infelizmente ainda não recebemos nenhuma
oferta, talvez vocês gostem mais de metal extremo? Acho que ainda não
tocamos aí, espero que tenhamos uma oportunidade no futuro!
Muito obrigado, Swan, mais uma vez. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Muito obrigado, acho que já dissemos tudo, só estou grato pelo teu interesse, significa muito para nós receber algum apoio de lugares onde nunca estivemos. Continua a arrasar, meu amigo!
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