Reviews: DRENALIZE; DRAGONFLY; CATALYST; PATRONESS; GET THE SHOT

 


Edge Of Tomorrow (DRENALIZE)

(2022, Independente)

Edge Of Tomorrow é o segundo disco dos hard rockers franceses Drenalize, uma banda que procura inspiração nos nomes icónicos como Scorpions, Whitesnake ou Def Leppard. Este novo álbum marca uma reformulação na formação da banda e mostra os gauleses mais afoitos na inclusão de riffs modernos, num álbum marcado pela força das guitarras e por composições pouco apelativas. De facto, ao fim dos quase três quartos de hora de música de Edge Of Tomorrow pouco fica na memória. Uma balada em registo acústico, melódica e muito radio friendly (Thirty More Seconds), um instrumental que traz à memória o legado dos seminais Trust (Passage En Force) e o final em grande estilo com o tema-título são os momentos mais destacados. Algo que fica por perceber, pelo facto de não se enquadrar minimamente, é a inclusão de agressividade vocal em Into Madness e o fraseado rap de Past And Lethal. Dois momentos que se afastam da matriz dos Drenalize e que estão, claramente, a mais. [75%]



 

Domine XV (DRAGONFLY)

(2022, Art Gates Records)

A história dos Dragonfly começou em 2000, em Buenos Aires, na Argentina, embora rapidamente a banda tenha rumado a Espanha, mais concretamente a Valência, para construir uma carreira de sucesso no power metal melódico cantado em castelhano. Domine foi o seu primeiro álbum lançado pela Avispa Records, corria o ano de 2006 e a partir daí a banda cresceu e construiu uma muito interessante carreira internacional fruto da qualidade das suas composições. Cerca de 15 anos depois, a banda quis homenagear o seu passado e a melhor forma para o fazer foi proceder ao relançamento de Domine, agora rebatizado de Domine XV. A nova versão deste fantástico álbum, com uma capa atualizada, traz um CD com o álbum original, mas agora gravado pela atual formação e com novos arranjos. E traz um segundo CD que enriquece o trabalho, porque apresenta os mesmos temas com a adição de diversos convidados espanhóis e internacionais que ajudam a elevar os temas a um outro patamar. Sem dúvida uma belíssima prenda para todos os fãs da banda. [92%]



 

Catalyst II (CATALYST)

(2022, Independente)

Algo estranho e inesperado este lançamento dos Catalyst. E porquê? Bom, porque em 2018 a banda lançou Catalyst um EP de três temas. A ele seguiram-se três singles: dois em 2019 e um em 2021. Agora, finalmente em 2022, surge outro EP, intitulado Catalyst II que, na verdade, mais não é que a reunião de todos os temas já lançados pelos belgas. Ou seja, este EP de seis temas junta os três do primeiro EP com os três singles. Ainda assim, para quem, eventualmente, tenha perdido os lançamentos originais, sempre diremos que a base (pouco ortodoxa, refira-se) death metal dos Catalyst é completamente trucidada por uma componente técnica assinalável e por estruturas completamente estonteantes. Há, também, espaço para groove metal, modern metal e mesmo metalcore, sendo que algumas linhas de guitarra parecem vir diretamente dos Avenged Sevenfold. Todavia, o que mais salta à vista são a postura completamente bipolar do vocalista e os arranjos completamente atípicos. Isso permite apresentar, em doses equivalentes, melodia, agressividade, técnica, complexidade e inovação. Tudo reunido e perfeitamente exemplificado nos quase 5 minutos de Rights Of Passage. [82%]



 

Fatum (PATRONESS)

(2022, Necktwister)

Foi em 2019 que, na Bélgica, nasciam os Patroness. O seu objetivo era criar emoção e desespero e foi isso que o quinteto fez na sua demo de estreia, de 2019 e no seu EP, de 2020. O passo seguinte foi criar um longa-duração com consistência, força e competência. Isso aconteceu este ano, sob a forma de Fatum. Uma introdução e oito temas de uma mistura de black, death e sludge, capaz de criar as mais intensas atmosferas de um sofrimento doentio, mas também de soltar os mais belos momentos melódicos com guitarras e vocais limpos. Embora também estes estejam carregados de intensidade e até de sofrimento, o álbum vive muito bem desta dicotomia e, aliás, é essa mesma dicotomia que lhe confere a maior visibilidade. Atonement é o momento alto do disco, pela forma como conjuga tudo o que representa os Patroness, num tema que ainda se mostra tecnicamente evoluído e com uma melodia digna de registo. [76%]



 

Merciless Destruction (GET THE SHOT)

(2022, Useless pride Records)

Não se deve julgar um disco pela sua capa, como também não se deve julgar por um tema. Quem começar a audição de Merciless Destruction, novo álbum dos Get The Shot, pelo tema final e single, Season Of The Damned II, será facilmente enganado pelas linhas melódicas avengedsevenfoldianas que mostram uma banda com emotividade e técnica. Mas não é isso que se passa em tudo o que está para trás. E tudo o que está para trás faz jus ao título do trabalho: é uma destruição impiedosa! Um hardcore impregnado de elementos death metal que cospe raiva e ódio em cada acorde. Sem pretensões e sem ligar a modas, Merciless Destruction é um disco devastador, demolidor e profundamente violento e agressivo. E sem uma réstia de melodia ou musicalidade. A não ser o tal final espetacular. É o que os canadianos procuram? Claro que sim, mas sente-se a falta de um pouco mais de técnica e variabilidade. [70%]

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