Reviews: DARK SARAH; WHITE SKULL; HAMMERSTAR; CHARCOALCITY; MALLUS SPIRITUS

 

Attack Of Orym (DARK SARAH)

(2023, Riena Productions/Bloodblast)

Afinal o que se passou com Heidi Parviainen e o seu projeto Dark Sarah? O novo álbum, segundo capítulo da nova história chama-se Attack Of Orym e mostra, efetivamente, um novo lado do projeto finlandês. Mas, será que era mesmo este lado que Heidi desejava mostrar? Das orquestrações bombásticas e magistrais que embelezavam e enriqueciam o seu som, já quase nada resta, tendo sido substituídas pode doses exageradas de techno e eletrónica. JP Leppäluoto, membro fundamental nos anteriores álbuns pela forma como interagia com Heidi e dos teatrais diálogos que criava, tem uma participação modesta apenas em Piece Of My Heart. E até o novo vilão, Mark Jansen, dos Epica, pouco participa em Attack Of Orym. Do passado apenas restam as boas linhas melódicas e a bela voz de Heidi. O resto é uma popalhada completamente fora do contexto e sem grande sentido. [71%]



 

Metal Never Rusts (WHITE SKULL)

(2022, Rock Of Angels Records)

Metal Never Rusts é já o 11º álbum da carreira dos italianos White Skull e surge cinco anos após Will Of The Strong trazendo mais 10 peças destinadas aos verdadeiros fãs de metal. Ativos desde o final da década de 80, a banda liderada pela icónica Federica “Sister” De Boni, prova, mais uma vez, que o metal da escola de bandas como Grave Digger, Warlock ou Manowar ainda lhes corre nas veias como nos primórdios. Metal Never Rusts assina um par de excelentes melodias e cria alguns ambientes épicos. Ao longo do álbum vão surgindo algumas surpresas, como a componente teatral inserida em Heavily Mental e Pay To Play, esta com passagem pelo tema de O Padrinho. Ou o interessante trocadilho entre Jingle Hell e Jingle Bell, que inclui um fraseado muito na linha de Fantasma da Ópera. Estes momentos juntam-se às belas melodias de Hammer On Thin Ice e Black Ship, como os momentos mais interessantes de um disco que faz do equilíbrio entre momentos rápidos e compassados, outro dos seus pontos fortes. [82%]


 

Hammerstar (HAMMERSTAR)

(2022, Pure Steel Records)

Foi durante a pandemia que dois dos maiores nomes do underground metal americano se juntaram para fazer um álbum que honrasse o passado de grandes nomes como Iron Maiden, Iced Earth ou Dio. Um álbum que compilasse todos os momentos que os tornaram grandes, mas que, ao mesmo tempo, transportasse também alguma identidade do recém-nascido quarteto. E de facto é isso que os Hammerstar apresentam: um heavy metal guiado por um baixo muito presente, uma bateria capaz de marcar o ritmo, uma guitarra exuberante (bastante criativa nos solos) e uns vocais poderosos (bastante próximos do trabalho final de Ronnie James Dio). Um álbum de classic metal feito nos dias que correm. Teoricamente Hammerstar seria aquilo que hoje se designa um clássico instantâneo. Teoricamente este seria um álbum para ser ouvido e reouvido tanto pelas gerações atuais como as futuras. Teoricamente. Na prática não é disso que se trata. Na prática Hammerstar é um álbum que, não fosse por esta review, já estaria esquecido, apenas 4 meses após o seu lançamento. Talvez agora se perceba porque é que o número de bandas que se destacaram no mundo do metal é tão reduzido. É que não é nada fácil criar este género que todos adoramos. Hammerstar é a prova disso mesmo. [73%]



 

Antibiotics (CHARCOALCITY)

(2022, Deezee Records)

Sinceramente, que banda no seu perfeito juízo se lembra de fazer uma versão de Pump Up The Jam, esse ícone da decadência musical? Os Charcoalcity. E incluem-na no seu registo de 2022, Antibiotics. A única aceitação para tal é o coletivo belga estar, efetivamente, sob efeito de antibióticos. Mas esse não é o maior problema. Se esse fosse o único tema mau de Antiobiotics, até passava. Mas não, este disco que navega algures entre um metal industrial e um rock com laivos de gótico, não revela grandes ideias, nem apresenta canções de relevo. Em futebolês, seria um disco para cumprir calendário. Desinspirado, sem chama, sem garra, sem ideias e profundamente básico. Passa rápido, é certo, mas nada fica de relevante, a não ser um par de riffs, nomeadamente nos dois primeiros temas. [66%]



 

Vultures Of Despair (MALLUS SPIRITUS)

(2022, Raging Planet/Ethereal Sound Works)

Vultures Of Despair é a estreia dessa entidade maligna formada apenas por dois anónimos, RP Possessed (letras e vocais) e Jorman Khaos (instrumental e composição). Um duo do mais puro e primitivo black metal. Depressivo, nihilista, cru, cáustico, desesperante. Sem rigor nem critério, cumprem bem com o seu único objetivo que será a devastação e a violência. O facto de serem apenas um duo e apenas um elemento a executar todos os instrumentos, sendo uma situação até bastante frequente na cena underground black metal nacional, continua a não nos convencer. Nota-se que há muita vontade de ser destrutivo e passar uma mensagem de aniquilação, mas também são evidentes muitas lacunas nos níveis instrumental e vocal. [65%]

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