Entrevista: Icestorm

 


Em SAGA, terceiro trabalho dos Icestorm, o trio arriscou, pela primeira vez, cantar em inglês, ao contrário dos dois primeiros álbuns onde apenas o catalão tinha sido utilizado. Aparentemente resultou tão bem que o seu novo e poderoso registo, The Northern Crusades é totalmente cantado na língua de Shakespeare. Uma produção poderosa, cortesia de Tony Lindgren, que salienta o rigor da pesquisa histórica na base deste disco conceptual. Para nos falar de tudo isto, o trio de Barcelona esteve à conversa com Via Nocturna 2000.  

 

Viva Pessoal, como estão? Obrigado pela disponibilidade. The Northern Crusades é o vosso novo álbum. O que nos podem dizer sobre ele?

Muito obrigado pelo apoio ao nosso novo álbum, The Northern Crusades! Mal podemos esperar para que as pessoas ouçam e esperamos que isso as deixe tão empolgadas quanto nós. Para nós, é o melhor trabalho que fizemos até agora, combinando elementos dos nossos primeiros trabalhos, como o power metal, com elementos do death e do black metal, direção que iniciamos no SAGA, mas que ainda não foi totalmente desenvolvida.

 

O vosso álbum anterior, SAGA, foi muito bem recebido, embora tenha sido lançado imediatamente antes da pandemia atingir o mundo. A sua promoção álbum foi afetada por isso?

Não, SAGA saiu em 2019, logo a pandemia não afetou em nada.

 

Mas The Northern Crusades foi criado o período de pandemia? Como foi trabalhar naquelas circunstâncias?

Sim, The Northern Crusades foi criado durante boa parte da pandemia. Estamos acostumados a trabalhar em casa e à distância, logo isso não foi um problema para nós. Claro que tivemos que ir para o estúdio durante a gravação, mas já estávamos no ponto de podermos sair sem nenhum impedimento.

 

The Northern Crusades é um álbum conceptual. Podes falar-nos da história abordada? E porque escolheram essa temática?

Principalmente, ao conceber e escrever letras, concentramo-nos acima de tudo no folk ou eventos históricos que nos atraem, como neste último caso, sobre as Cruzadas Bálticas da Ordem Teutónica, ou mais precisamente a falar da Batalha do Lago Peipus, ou Batalha do Gelo, travada pela República de Novgorod (forças lideradas por Nevski) e os Cavaleiros Teutónicos entre a Estónia e a Rússia em 1242.

 

É a primeira vez que fazem um álbum conceptual? E, neste caso, investiram muito tempo na pesquisa histórica?

O nosso primeiro álbum, Contes de la Vall de Glaç ou Tales From The Ice Valley, também é um álbum conceptual, mas a diferença para este último trabalho é que é uma história fictícia. Por outro lado, para The Northern Crusades investimos muito tempo em pesquisas históricas, entre livros e muitas páginas da internet, até porque não queremos tratar a história de outra terra com pouco respeito ou erros graves nos dados ou eventos que aconteceram.

 

O idioma que usam neste álbum é o inglês, certo? Mas nos outros álbuns costumavam cantar em catalão. Por que mudaram para este álbum?

Na verdade, começámos a cantar em catalão e tem sido assim durante anos, mas queríamos dar um foco para além da nossa terra. Começamos a testar o terreno com o SAGA, onde há algumas músicas em inglês e resultou. Com este álbum, decidimos fazer tudo em inglês.

 

A masterização foi feita por Tony Lindgren no Fascination Street Studios, na Suécia. Onde é mais evidente o seu toque?

Bem, Tony Lindgren está há muito tempo entre muitos dos grandes nomes do metal e o bom trabalho que ele faz é bem conhecido. O toque mais óbvio dele é o som que deixou no The Northern Crusades, do qual tanto nos orgulhamos. Podes sentir especialmente o toque dele quando aumentas o volume e sentes o impacto do som na tua face.

 

No PR não é indicado nenhum baterista. Quem teve essa responsabilidade neste álbum? Já têm um baterista permanente?

A bateria foi composta por nós e pelo Oscar do AXstudio, onde gravamos o álbum. Oscar fez um trabalho muito bom nesse aspeto (além da gravação, claro). Nesta altura temos um baterista, Xavi Puiggalí, que cobre o local para nós nos espetáculos (e que inclusive aparece no videoclipe do single Across The Baltic Sea).

 

Que novidades nos podem contar sobre as vossas outras bandas, Siroll! e Drakum?

Neste momento, Sirol!! e Drakum estão a criar novo material e estão na fase de gravação de um novo álbum. Recomendamos todos os fãs de death metal e folk metal a ouvir!

 

Já tiveram a oportunidade de tocar este álbum ao vivo? O que têm agendado para este ano em termos de tournées?

Não, ainda não tocamos nada, mas esperamos fazê-lo o mais rápido possível, após o seu lançamento a 24 de fevereiro! E quanto à tournée, de momento não temos nada concreto, mas estamos a marcar datas e locais para voltar aos palcos com este novo trabalho. Esperamos que as pessoas se divirtam tanto a assistir e a ouvir quanto nós.

 

Muito obrigado, pessoal, mais uma vez. Querem acrescentar mais alguma coisa?

Claro. Acima de tudo, esperamos que as pessoas gostem muito do álbum e que as pessoas que ainda não nos conhecem se sintam encorajadas a ouvi-lo. E obrigado, nós apreciamos o vosso apoio. Tem sido um prazer.


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