Live In Europe - The Rockwall Tour (PILEDRIVER)
(2023,
Rockwall Records)
Live In Europe - The Rockwall Tour, o novo álbum dos Piledriver é uma
festa! Uma descarga de rock ‘n’ roll que promete não deixar ninguém
indiferente. Uma cabal demonstração de puro e clássico rock. Esta obra
composta por 3CD, blu-ray e DVD traz cerca de 200 minutos de músicas que
celebram o melhor que o rock e o hard rock têm. São três
concertos captados na Alemanha (em Herne, no dia 17 de março de 2019), no Reino
Unido (em Minehead, a 28 de setembro de 2019) e nos Países Baixos (em Zwolle,
no dia 25 de janeiro de 2020). Três concertos que fizeram parte da longa tournée
de apoio a Rockwall, o anterior álbum de estúdio. Nestes concertos ainda
estava Rudi Peeters, teclista que acabaria por falecer a 29 de agosto de
2020, após uma presença de mais de 16 anos nos Piledriver. Ao longo
destes concertos, a banda alemã não esqueceu o seu primeiro álbum, Brothers
In Boogie, nem os seus mentores Status Quo, de quem foram, durante
largos anos, a banda tributo. Aliás, o concerto em Minehead foi, precisamente,
integrado no Status Quo Fan Convention. Por isso, ao lado de
temas próprios como Agitators, One For The Rock, Rockwall,
Draw The Line (de Rockwall), Good Times, Rock In A
Crossfire Hurricane, Fat Rat Boogie (de Brothers In Boogie),
também há muitos clássicos da banda de Francis Rossi, Alan Lancaster,
Rick Parfitt e John Coghlan como Down Down, Whatever
You Want, Caroline, Rockin’ All Over The World ou What
You’re Proposing. Uma última
palavra para a qualidade e o bom gosto do produto físico, uma caixa luxuosa que
fará as delícias de todos os fãs dos Piledriver e do rock em
geral. [93%]
New Clear Power (WEAPON)
(2023, Pride & Joy Music)
Os Weapon (ou Weapon UK, se
preferirem, para distinguir de diversas outras bandas com o mesmo nome)
estiveram ativos nos anos 80, mas não foram muito felizes. De tal forma que
desde o seu regresso definitivo em 2012 já lançaram três álbuns (incluindo este
New Clear Power), coisa que nunca tinham conseguido fazer ao longo das
suas outras fases existenciais. E se Rising From The Ashes,
originalmente lançado em 2014 e, posteriormente reeditado pela Pure Steel Records
nos trazia uma boa dose de NWOBHM,
alternando com rock dos anos 80 a fazer lembrar KISS ou Alice
Cooper, já Ghosts Of War apresentava uma bela coleção de
canções bem trabalhadas e com melodias apelativas, mantendo o seu registo num
equilíbrio entre o NWOBHM e o rock. E quanto
a New Clear Power? A orientação é toda para o metal tradicional
dos anos 80, mas com uma forte inclinação para o metal de influência
germânica, seja ele mais mainstream, seguindo a linha dos Scorpions
(ex.: Remote Control), ou mais heavy, seguindo os Hammerschmitt
(In For The Kill). Muita riffalhada, muitos coros e muitos solos
preenchem o resto de um menu embelezado pela sensualidade da balada Live For
Today, num álbum que se revela bastante bom, mas sem ser empolgante. [83%]
Rogue Asylum (THE GROUND SHAKER)
(2023, Independente/Fastball
Music)
Temas curtos (apenas
um, Demons In My Dreams, ultrapassa
os 4 minutos), diretos e musculados, com ganchos
explosivos e energéticos e linhas melódicas simples, mas efetivas são as
principais caraterísticas de Rogue Asylum,
o mais recente trabalho dos The Ground Shaker. Mantendo as caraterísticas,
da estreia Down The Hatch, de 2017, Rogue Asylum mostra-nos um modern rock robusto e com groove. Sendo capaz de fazer tremer o
solo, revela-se, todavia, pouco ambicioso em termos de composições,
limitando-se a seguir as regras pré-definidas, nomeadamente da escola
norte-americana, com Alter Bridge, Staind ou Linking Park,
na linha da frente. Apontamento importante é a inclusão de diversas passagens
acústicas, neste que é um disco que, claramente, vai melhorando à medida que se
avança, estando guardadas para a segunda metade as composições mais
consistentes e com uma maior sensibilidade melódica. [73%]
Дым (REMOTE)
(2021, Addicted Label)
Depois de dois álbuns com
títulos em inglês, para o seu terceiro registo os Remote optaram por
cantar na sua língua natal e assim nasce Дым. Os russos mostram ser bons
compositores e instrumentistas e conseguem um disco de doom metal vs sludge
vs black metal bastante sólido. A banda não tem receio em experimentar
novos ou misturar diversos géneros, apresenta temas com um bom registo
ao nível da composição e aposta em alguns momentos de improvisação. O resultado é, naturalmente, bastante
interessante, com longas e enérgicas partes instrumentais cortadas pelos vocais
agonizantes de Evgeny Kravchenko e solos bem elaborados. Pena é que os
dois temas finais não consigam estar ao mesmo nível do resto álbum, notando-se
alguma perda de vivacidade. [74%]
Evoke (MANTAH)
(2022, Independente)
Evoke marca a estreia dos belgas Mantah no
capítulo discográfico e no campeonato do nu-metal. Veteranos de várias
bandas, o quinteto vai buscar aos anos 90 as suas inspirações, que se centram
ali pelos Korn, Slipknot e Linkin Park e parte para a
composição de 9 temas pesadões, maquinais, com os vocais a alternar entre o
limpo e melódico e o berrado e agressivo. Uma habitual mistura entre passagens
calmas que bem podem passar nas rádios mais mainstream (até hip hop
do mais decadente aparece em Abstain) e momentos de pura libertação de
energia. Todavia, o que estas estruturas dificilmente fazem são boas músicas.
Podem ser interessantes para descarregar energia, mas pouco mais acrescentam.
Mesmo levando em linha de conta que os Mantah são formados por músicos
bastante evoluídos. O problema aqui é mesmo o estilo e as canções claramente
formatadas e sem originalidade. [69%]
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