Twin Seeds é uma banda
de metal progressivo instrumental criada por Diogo Ferreira no ano de 2019, ano
em que foi lançado o primeiro EP Red Powder, a quem se juntaram David De
Gruyter na bateria, Rodrigo Teixeira no baixo, e mais tarde o Rodrigo Boto na
segunda guitarra. O nome Twin Seeds existe por um motivo muito simples - um
jogo que o Diogo adora. O álbum de estreia Grumpy Euphoria já chegou no
último dia de janeiro, depois do primeiro single Unguided ter chamado a
atenção. Diogo Ferreira, principal mentor deste coletivo, fala-nos de tudo isto
e muito mais ao longo desta conversa.
Olá, Diogo, antes de
mais podes presentar-nos este novo projeto, Twin Seeds? Ele começou apenas
contigo, não foi? Quando se deu a transformação num quarteto?
Este
projeto já tem uns anos de idade, mas só em 2019 é que ganhou pernas para
andar. Após a minha saída dos Monolith Moon, peguei nalgumas músicas que
tinha composto e gravado, e decidi “ressuscitá-las”. Na altura ainda sendo “a
solo” fui ao estúdio Crossover e foram feitas remasterizações de 5 temas
e assim foi lançado o primeiro EP Red Powder. Com intenções de levar o projeto
para tocar ao vivo, recrutei algumas pessoas, primeiro o David de Gruyter,
Rodrigo Teixeira e o Rodrigo Boto para virem tocar, e daí decidi
dar liberdade a todos para mostrarem as suas ideias e implementá-las ao projeto.
Tendo todos influências muito diversificadas, acho que o projeto ainda ficou
mais rico e elaborado (mesmo os temas do primeiro EP ao vivo já têm input
de todos)
E porque a opção por um
projeto instrumental?
Primeiro
porque estava difícil de encontrar cantor/ra (risos), depois as minhas influências
na altura passavam por Steve Vai, Joe Satriani, Buckethead,
Dream Theater (as secções instrumentais) Animals as Leaders e Dead
Combo. Foi por isso que decidi enveredar por essa via. Com ideias de usar rock
e metal, mas também de jazz, blues, world music,
etc., tentando criar aqui uma bela salada de frutas (risos)
Há algum motivo para a
escolha deste nome um pouco incomum?
A
razão por ser este nome é simples: quando era miúdo jogava muito um jogo para a
Sega Saturn, o Nights Into Dreams. Neste jogo havia um nível em
particular que tinha este mesmo nome, cuja beleza do seu cenário, da banda
sonora, e do seu “boss” final, eram singulares. E achei que ficava um
bom nome para a banda, querendo criar um projeto único a partir daí
Que nomes ou movimentos
mais vos inspiram ou influenciam?
Temos
influências muito diversificadas, tendo cada membro da banda um background
muito distinto. Nomes como Dream
Theater, Animals as Leaders, Led Zepplin, Dead Combo, Snarky
Puppy, Kamasi Washington, Lamb of God, Avenged Sevenfold,
Type o Negative, e Bizarra Locomotiva fazem parte da nossa lista
O vosso primeiro
trabalho já está cá fora com o selo Amazing Records. Quando se cruzaram os
vossos caminhos?
Foi
através de amigos em comum. Neste caso o Antim dos Toxikull
falou-nos da editora, fomos falar com eles e felizmente mostraram interesse em
lançar o nosso trabalho.
Queres fala-nos dos
dois convidados que enriquecem este trabalho? Quando se proporcionou a sua
participação ou quando sentiram que precisavam de algo vindo de fora?
Somos
fãs deles, tanto como músicos como das suas bandas (Glasya e Okkultist).
O Leander já o conhecia dos tempos em que tocava nos Toxikull, e
já estava estupefacto com a sua técnica e destreza com instrumento. A Eduarda
conhecia através do Bruno Prates (Glasya, guitarrista). Fui a um
concerto deles, escusado será dizer que fiquei impressionado com a sua voz e da
banda. E decidimos arriscar falar com ela, para participar num tema. Felizmente
ambos aceitaram.
Ao terem a Eduarda
Soeiro poderá pensar-se que o tema onde ela participa, Belugas, poderá ser
cantado, mas não é. A sua voz funciona apenas como mais um instrumento. Quando
surgiu essa ideia?
O
tema em que ela participa (Belugas) tem uma secção mais calma que
inicialmente estava pensada para ter mais uma frase de guitarra. Mas achámos
que se ficasse outra guitarra a música vulgarizava-se, e achamos que seria
interessante ter outro instrumento a fazê-lo. Daí termos optado por uma voz. E
fez um belíssimo trabalho.
Mas o facto de a terem
a participar, poderá deixar antever que poderá vir a haver temas cantados no
futuro?
Quem
sabe... A voz é um instrumento como outro qualquer, e não só pode ser usada
para cantar letras, mas fazer outras frases melodiosas como a Eduarda fez. Se
existirem temas no futuro que funcionem com voz, ou até mesmo com letras,
porque não?
Como decorreram os
trabalhos em estúdio?
Correram
bem. Foi um trabalho árduo, mas foi muito enriquecedor para todos. Tivemos o Sarrufo
(31, Rasgo) como produtor que fez um fantástico trabalho, e dando
também algum input para as músicas ainda enriqueceram mais o álbum.
Unguided foi o
primeiro single escolhido. Porque a escolha deste tema? Há planos para o
lançamento de mais algum?
A
Unguided, para nós, é o tema que nos representa melhor. O mais
progressivo, pesado, mas com partes também mais melodiosas achamos que seria um
bom cartão de visita ao nosso trabalho. Já temos também um lyric vídeo
da Hysteria, e mais algumas ideias na manga.
Entretanto
inscreveram-se num concurso em Espanha, não é verdade? O Resurrection Fest.
Como está a decorrer?
Esperamos
ansiosamente por resposta. A concorrência é feroz, mas vamos ver. Sonhar não
custa (risos).
Qual é a relação entre
os Twin Seeds, os guaxinins e a Guida (risos)?
(Risos)
Os Guaxinins vieram do nome do primeiro tema do disco (Epileptic Raccoon),
e decidimos levar essa ideia mais além, como se fosse um culto. E a Guida é a
nossa mascote, uma beluga (risos). O nome dela surgiu dum trocadilho do nome da
Unguided.
E palco? O que tem
acontecido e o que há previsto para o futuro?
Na
altura em que esta entrevista sair já teremos dado dois concertos, na Criarte
e na SMUP Cultura do Muro, e ambos correram muito bem. Já teremos mais 2
ou 3 datas ainda para anunciar.
E por falar em futuro,
quais são os vossos objetivos enquanto Twin Seeds?
Para
o futuro… Gravar mais álbuns, tocar o máximo de concertos possíveis, e também
tentar a sorte fora do País. Veremos o que nos espera.
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