O movimento punk rock
nacional, que tantas e fantásticas bandas nos tem dado, continua ativo e em
alta. Como o comprova o novo trabalho, primeiro longa-duração, dos Fighter,
intitulado Eye Of The Fighter. Quisemos saber um pouco mais sobre estre projeto
e sobre este lançamento, por isso contactamos o quarteto lisboeta.
Olá, pessoal, antes de
mais podem apresentar-nos este novo projeto, Fighter? Quando começou e quais
foram os vossos objetivos?
Viva.
A ideia surgiu em 2015 com alguns amigos que se juntaram para reproduzir o
estilo de música que gostam. Todos tínhamos bandas no passado e a vontade de
voltar a ensaiar era grande. Começou com o José Pedro Batista (guitarra)
e Nuno Beirão (voz), à qual se juntam Luís Santos “Machado” (baixo)
e João Matos (bateria). O baixo trocou de mãos e é do Gonçalo Silva
desde 2017. Os objetivos são acima de tudo divertimo-nos a tocar, criar músicas
e deixar que o mundo se divirta também ao ouvi-las. Fomos tendo diversos
desafios, como sermos pais, a pandemia Covid 19 ou saídas da banda, mas o que
interessa é que continuamos firmes e atrás do que gostamos de fazer enquanto
convivemos e rimos. Já temos 2 vídeos e 2 CDs gravados, sinal que até tem
corrido bem e que o pessoal aprova o que ouve.
Qual o vosso background musical e
que experiências anteriores foram trazidas para os Fighter?
Já
todos tivemos bandas de punk rock no passado, o meio é pequeno e quase
toda a gente se conhece. Bandas como Groovemood, A Armada ou PISS
foram-nos ajudando a ganhar experiência, já que trazemos sempre locais de
ensaio, contactos e amizades para os novos projetos. Várias dessas experiências
serviram para abrir portas a novos concertos, para por exemplo conseguirmos
substituir o baixista durante o processo de gravação do álbum.
Que nomes ou movimentos
mais vos inspiram ou influenciam?
Em
termos musicais, apontamos sempre os NOFX, Pennywise, StrungOut,
Rise Against, RKL ou Come Back Kid como as principais
referências. Em Portugal, acompanhamos o máximo de bandas possível, mas
crescemos todos a ouvir Censurados e Tara Perdida, até por sermos
todos de Lisboa e com vários amigos e conhecidos em comum. Não nos
influenciamos obviamente só com bandas do passado, muitas das bandas recentes
podem trazer sonoridades ou ideias novas que podemos adaptar para o nosso
estilo. Atualmente temos acesso a muito conteúdo de forma rápida e ouvimos cada
vez mais estilos e ritmos diferentes e inovadores.
Em termos de composição,
de que forma é feito esse trabalho na banda?
Tem
sido um misto entre sala de ensaio e trabalho de casa. É sempre mais fácil
quando alguém já leva um riff ou uma ideia para trabalhar. Quase todo o
repertório teve como base uma ideia, um refrão ou um verso que depois cada um
tenta enraizar e acrescentar algo. Dada a experiência de todos em punk rock,
temos sempre muito conteúdo guardado que podemos adaptar ou utilizar para
ideias de novas canções. A última música do álbum, a Deadline, foi toda composta
e pré-produzida em casa e só depois levada para a sala de ensaio para ser
reproduzida, foi um trabalho que nos deu bastante satisfação.
De que forma
descreveriam Eye Of The Fighter, o vosso álbum de estreia?
É
um álbum que apanha uma fase difícil de todos, a pandemia Covid 19. Existiram
vários constrangimentos, desde não termos sala para ensaiar, cancelamentos a
ter de pedir autorização para atravessar o concelho para ir gravar a pré-produção
por exemplo. No ano anterior já tínhamos parado por uns tempos devido ao
baterista ter sofrido um acidente e fraturado o ombro. Foi um processo longo, que
exigiu muito de nós, mas cujo resultado nos enche de orgulho e só foi possível
devido à ajuda de todos os que participaram direta ou indiretamente no
processo.
Gravaram com o Vasco
Ramos nos Poison Apple Studios. Como correram os trabalhos?
Foi
espetacular. Ter alguém como o Vasco a partilhar a sua experiência de vida e
passar por todo o processo de pré-produção com alguém que respira criatividade
e talento foi incrível. É uma pessoa muito simples e direta e aprendemos todos
muito com ele tanto no processo de criação como de gravação. O facto de as
gravações terem sido longe de Lisboa e durante alguns dias também foi bom para focar,
criar o espírito e conhecer um bocadinho melhor da realidade da Poison Apple
Studios e de todos o que trabalham com eles.
Os temas são muito
diretos e os seus títulos também. De facto, não precisam de muitas palavras
para nomear as vossas canções, pois não?
Os
nomes nunca foram de facto o mais importante, muitas delas começam por se
chamar “a nova” ou “a que tem tal entrada”. O nome depois acaba por ser
escolhido naturalmente, agarrando geralmente uma expressão ou frase que faça
parte da música.
O vosso primeiro longa-duração
já está cá fora com o selo Amazing Records. Quando e como se cruzaram os
vossos caminhos?
Já
tínhamos lançado por nós o EP Meet The Fighterinos, mas de facto este é
o primeiro trabalho mais maduro e muito bem preparado pelos Fighter. Tudo
começou com as duas primeiras músicas do álbum: a Struggle e a Hate.
Apresentámo-las em 2021 e a aceitação geral foi muito boa, recebemos ótimo feedback
de toda a gente. A Struggle chega a passar nas rádios, mesmo dos Estados
Unidos e Brasil. Quando surgiu a ideia de fazer um vídeo os contactos começaram
e seguiram naturalmente, até porque já nos conhecíamos desde há alguns anos. Tem
sido uma ótima experiência, têm nos ajudado e até colocado a exigência que
muitas vezes precisamos para continuar focados e organizados no nosso caminho.
Dois vídeos e um lyric vídeo já foram
retirados deste álbum. Porque a escolha desses temas?
As
duas primeiras músicas que gravámos, a Struggle e a Hate tiveram
direito a um vídeo. Foram as músicas que achámos que mais iam resultar e agarrar
o pessoal. Correu muito bem, principalmente a Struggle que serviu como
apresentação tanto da banda como a tentativa da criação de um estilo muito
próprio. O terceiro vídeo, foi um lyric vídeo cuja ideia surgiu da Amazing
e que ficou bastante bom. Não tínhamos o tempo que tivemos por exemplo no
primeiro vídeo, mas escolhemos uma música que acaba por poder agradar a toda a
gente, por ter um refrão mais melódico e coros orelhudos. Gostávamos de
conseguir ter sempre um vídeo para todas as músicas, mas dada a urgência que
tínhamos em mostrar o álbum ao público, decidimos avançar para já apenas com
estas.
Como tem sido a
apresentação ao vivo deste álbum? E que planos há para os próximos tempos?
Apresentámos
as músicas do álbum pela primeira vez no dia 25 junho 2023 no RCA. Tocámos
com os nossos amigos My Friends And I e Flyin’ Kings. Para os
próximos tempos gostávamos de tocar as músicas dos álbuns e continuar o
processo de criação de músicas. Temos várias ideias na gaveta, muitas músicas
por finalizar que queremos dedicar algum tempo para que o próximo álbum saia
tão bom ou melhor do que este.
E por falar em futuro,
quais são os vossos objetivos enquanto Fighter?
Todos
temos as nossas atividades profissionais, nenhum de nós vive da música. O
principal objetivo passa por continuar a conseguir conciliar as nossas
profissões e vidas pessoais com idas regulares ao estúdio e aos palcos. Não nos
vemos a parar, muito menos agora que temos um álbum a dar a conhecer ao país e
ao mundo. Queremos melhorar, cada um no seu instrumento, tanto na reprodução
como na gravação, passando mesmo a conseguirmos gravar as nossas próprias
ideias.
Obrigado, pessoal! Querem acrescentar mais alguma coisa?
Agradecer ao pessoal da Via Nocturna 2000 a oportunidade de nos darmos a conhecer e deixar um abraço a todos. Continuem o bom trabalho e felicidades, vemo-nos em breve!
Granda pinta!
ResponderEliminar