Entrevista: Frozen Land

 


Tuomas Hirvonen é o líder dos Frozen Land. Por isso, é ele quem escolhe o caminho. Para o novo álbum, Out Of The Dark, seguiu algumas ideias que o divertiram muito, mas às quais a imprensa não reagiu muito bem. Falamos dos dois temas finais de eletro pop dançável que vêm beliscar (para ser simpático) a qualidade do power metal anteriormente apresentado. Este foi um dos temas da conversa que tivemos com o simpático finlandês que não fugiu ao tema nem à sua responsabilidade.

 

Olá, Tuomas, como estás, desde a última vez que falámos, há quatro anos atrás? Antes de mais, obrigado mais uma vez pela tua disponibilidade. Em segundo lugar, um novo álbum dos Frozen Land está pronto. O que nos podes dizer a respeito de Out Of The Dark?

Olá, Pedro! Sim, já se passaram quatro anos, ufa. Eu envelheci! Como Tom Jones. Ou Tommy Lee Jones. Mas obrigado por nos receberes novamente. Out Of The Dark, como o nome do álbum sugere, foi feito depois de alguns anos sombrios. Como Trent Reznor disse numa entrevista recente, é difícil ver a valorização da música no mundo hoje em dia. Por isso parei durante um tempo. Mas percebi que a música é o meu quebra-cabeça. Eu preciso fazer alguma coisa. Eu ganho energia com a música.

 

O primeiro aspeto que notamos é que tiveram algumas mudanças na formação. Foi a única razão para o atraso de 5 anos em relação à estreia ou houve algum outro motivo?

Basicamente, recebemos uma sugestão de tournée após o primeiro álbum e alguns elementos não quiseram fazer isso. Por isso pensei que isso era o suficiente. Mas acabei por entrar em contacto com Lauri, um tipo fixe. Mas o trio, Aki, eu e Tony continuamos o mesmo.

 

O que aconteceu com essas mudanças e desde quando os novos membros estão a bordo?

Temos a nova tripulação a bordo talvez desde junho de 2022. Já tinha quase todas as músicas prontas naquela altura. Comecei a fazê-las em abril de 2022. Coloquei uma mensagem online a dizer "músicos precisam-se" (risos). Funcionou.

 

Isso teve algum impacto na orientação musical da banda?

Não. Eu sou o capitão. Como Scooters Dave, o cavaleiro. Eu faço a música e não aceito comentários sobre ela. Eles estão prontos quando estão prontos e é só deixar rockar.

 

O álbum é um pouco estranho. Tem sete músicas fortes de power metal… e termina com 2 músicas de eletro-pop dançável. Porque essa opção?

Eu sei. Sou estranho. Eu pensei que se lixe. Eu gosto de eletro. EDM. Coisas antigas também. Achei que já ninguém ouvia álbuns, por isso podia fazer um pequeno teste A/B sobre quais as músicas que seriam boas para o público. Talvez o meu tiro tenha saído pela culatra (risos)! As pessoas estão a levar isso muito a sério. É apenas música para beber, pelo amor de Deus.

 

Bem, na verdade, no primeiro álbum já tinhas feito uma versão de Angels Crying dos E-Type. Portanto, desta vez quiseste experimentar construir uma música assim, certo?

Isso mesmo! É exatamente isso. Eu apenas queria tentar fazer algo assim. Diverti-me a fazer isso. Não me diverti tanto a ler as críticas depois do lançamento (risos). Mas está tudo bem. Eu gosto que as pessoas digam o que pensam! Isso é o mais importante. Há sensação.

 

E tiveste a ajuda de alguns amigos, uma vez que estas músicas incluíam alguns convidados. Qual foi a tua intenção ao convidá-los?

Uma noite, chorei a plenos pulmões no telhado da minha casa. Essa malta apareceu. Alguns deles nunca saíram da minha casa.

 

Além disso, contas com Ute a interpretar kantele em The Northern Star. É a tua primeira abordagem a um som mais tradicional? Será que vai ter continuação?

Sim! Tive o prazer de conseguir a primeira e única Ute para tocar nessa música. Ute costumava tocar no grupo de teatro Pocahontas. Ela é muito conhecida em alguns círculos e foi super fácil de trabalhar. Foi a minha primeira abordagem ao som mais tradicional. Gostaste? Acho que na Finlândia há muito desse tipo de música tradicional com metal. Ainda não sei se quero voltar a fazer isso. Mas, na verdade, eu estava a pensar em ir muito fundo no tradicional com uma faixa, se fizermos um próximo álbum. Super escuro e ambiente…

 

Não tiveste medo de que os teus fãs não gostassem dessas canções? Afinal, o álbum tem essas músicas com diferenças substanciais…

Bem, sem medo. Eu acho que há 6-7 músicas tradicionais de power metal no novo álbum. Não é suficiente? Eu não posso fazer 20 dessas músicas do tipo Stratovarius seguidas (risos). Qual é o meu próprio som, é isso que me interessa. Se alguém gosta, melhor ainda. Estou agora a fazer faixas para um novo álbum e elas são muito sombrias e pesadas. Se eu quisesse estar seguro, não as faria tão pesados. Mas isso seria chato para mim.

 

O que tens programado em termos de tournée para este ano?

Apenas bares locais.

 

Muito obrigado, Tuomas, mais uma vez. Queres acrescentar mais alguma coisa?

Obrigado, Pedro! A Via Nocturna é a melhor do ramo. E, Pedro és um gajo e tanto. Dêem-lhe presentes e álcool para ele continuar a escrever!


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