Entrevista: The Unslain

 


Poderá uma banda ser, ao mesmo tempo, old school e modern? Esta aparente contradição é posta em causa pela postura dos The Unslain, banda neerlandesa capaz de juntar o melhor de dois mundos. Como o demonstram cabalmente em Descending, o seu mais recente registo discográfico. E, para nos explicar convenientemente esta união entre passado e presente, o coletivo de Nijmegen juntou-se a Via Nocturna numa interessante conversa.

 

Olá, pessoal, tudo bem? Obrigado pela disponibilidade. Em primeiro lugar, podem apresentar os The Unslain aos metalheads portugueses?

The Unslain é uma banda de Modern Old-School Metal fundada em Nijmegen, Holanda. The Unslain cria um amálgama de sons que conecta o heavy metal clássico com sons mais modernos de metal e metalcore. Com uma ampla gama de influências que vão desde Metallica, Megadeth e Iron Maiden até sons mais recentes como Trivium, Bullet For My Valentine e Lamb of God, o seu ecletismo oferece uma nova perspetiva do passado.

 

A banda foi idealizada em 2013. Quais foram as vossas motivações para tal?

Queríamos conectar o heavy metal clássico com o qual todos crescemos, com o metal mais moderno de hoje em dia, que é muito popular e também tem ótimos elementos. Desde então tentamos entregar a melhor combinação do antigo e do novo.

 

Ora, precisamente, o vosso som é um amálgama de estilos diferentes. De que forma conseguem fazer essa mistura da maneira que vocês o fazem? Como se definiriam?

Todos nós somos fortemente influenciados pelo heavy metal da velha escola. O groove de bandas como os Metallica, os riffs dos Iron Maiden, a complexidade dos Megadeth, a atitude dos Accept… coisas assim. Mas também somos grandes fãs do metal new-school que traz afinações graves, quebras, compassos progressivos, gritos/guturais. Tentamos pegar nesses elementos e colocá-los no liquidificador para ver o que sai. Nós definir-nos-íamos como a primeira banda de Modern Old-School Metal.

 

Descending é o vosso mais recente álbum. Como foi a sua preparação e quais foram os principais objetivos?

A escrita levou cerca de um ano no total. Quando a COVID chegou, não pudemos fazer nada. Por isso decidimos gravar o álbum isoladamente num estúdio nos Países Baixos. Tivemos um produtor incrível que já tinha ouvido as nossas demos. Juntos começámos a gravar e construir as músicas lentamente, e houve bastante espaço para mudanças nas composições.

 

E foi lançado cinco anos após a estreia, We Will Battle. O que mudou no pensamento da banda desta vez? Podem falar-nos da vossa incrível evolução?

Acho que podes falar de uma evolução incrível. O álbum soa muito melhor, é uma produção melhor em termos de mistura, a composição é muito melhor. E também a nossa performance ao vivo se tornou muito melhor e profissional. We Will Battle foi criado apenas para informar o mundo que havia uma nova banda chamada The Unslain. Como se fosse a nossa introdução como banda. Descending é muito mais do que isso. Descending é deixar o mundo saber o que fazemos musicalmente, o que defendemos e para onde queremos ir.

 

Afinal, qual é o significado do chamado Modern old-school metal?

Exatamente o que diz, a combinação perfeita de elementos do metal old school e modern metal (core).

 

Como pudemos constatar, não têm faltado oportunidades para tocar ao vivo. Como tem sido a receção deste álbum? Que mais têm planeado?

Isso é verdade. Temos tocado muito mais agora. A receção geral do álbum foi ótima e rendeu espetáculos com Pantera e Jag Panzer. Cada avaliação que recebemos foi positiva e a avaliação com classificação mais baixa foi 8,5.

 

Uma vez que estão a comemorar o vosso décimo aniversário, estão a planear fazer alguma coisa?

Talvez os nossos primeiros espetáculos em Portugal? Se conheces alguém, avisa-nos! info@theunslain.nl.

 

Muito obrigado, pessoal, mais uma vez. Querem acrescentar mais alguma coisa?

Obrigado por manterem o heavy metal vivo. O mundo precisa de mais pessoas como vocês!


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