Aftermath (ANGELUS APATRIDA)
Century Media Records
Lançamento: 20/outubro/2023
Como um dos mais proeminentes nomas do atual thrash
metal europeu, cada álbum dos Angelus Apatrida é ansiosamente
aguardado. E se há dois anos, o seu trabalho homónimo os tinha colocado,
definitivamente no mais alto lugar dentro do género, o novo trabalho, Aftermath,
só vem confirmar a excelência deste coletivo. Uma banda que mostra uma coesão
impressionante fruto da incrível estabilidade de um line-up que nunca
teve alterações e de um crescimento conjunto e continuado. E um coletivo que
não tem medo de avançar por onde a sua veia criativa lhe diz para ir. Mais uma
vez isso acontece com Aftermath: um disco que tanto tem de brutal, como
de melódico; um disco que inclui vocais limpos e linhas harmónicas catchy;
um disco com uma bateria avassaladora e riffs matadores. E como é que se
consegue juntar aspetos, aparentemente, tão díspares? Não sabemos, mas lá
que os Angelus Apatrida o fazem na perfeição, disso não há dúvidas. E há
outro aspeto que não deve ser esquecido – o caminho faz-se caminhando, como se
diz por cá, e o caminho destes espanhóis também é feito caminhando sempre rumo
à inovação. Por isso, ainda na primeira metade, Jamey Jasta traz e
insere em Snob a tendência do hardcore novaiorquino, dos seus Hatebreed
e Pablo Garcia (Warcry) semeia virtuosismo em Fire Eyes. E
para o final, o rapper Sho-Hai eleva What Kills Us All a
novos patamares do thrash e Todd La Torre ajuda a enxertar o thrash
no prog, em Vultures And Butterfies. Um exemplo de que os
convidados realmente acrescentam muito ao álbum, para além de apenas o seu
nome. Mas, não se pense que são os convidados os únicos responsáveis pelo nível
deste álbum. Muito pelo contrário: mesmo quando os Angelus Apatrida vão a
solo, só com os seus, também deixam bem evidente a magnificência das suas
composições e das suas execuções, numa estranha, mas deliciosa mistura entre Slayer
e Metallica. Mas sempre com a sua pincelada de identidade, como fica
demonstrado em To Whom It May Concerned, naquele que é o seu regresso
aos temas épicos, o que não acontecia desde os 9 minutos de Hidden Evolution,
de 2015. Ou na sua visão de Gernika, com tanto de apocalíptica, como de
emocional. A respeito de Angelus Apatrida dizíamos na altura que era uma
obra executada de forma superior,
com dinamismo e arrojo e capaz de projetar o thrash para uma
vertente multidimensional de poder, classe e brilhantismo. Correndo o
risco de nos repetirmos, de Aftermath diremos que segue o mesmo caminho…
só que ainda mais polido, sofisticado e grandioso. [96%]
Highlights
What Kills Us
All, Vultures And Butterflies, Rats, To Whom It May Concerned, Gernika, I Am
Hatred
2. Cold
3. Snob
4. Fire Eyes
5. Rats
6. To Whom It
May Concern
7. Gernika
8. I Am Hatred
9. What Kills
Us All
10. Vultures
And Butterflies
Line-up
Guillermo
Izquierdo – vocais, guitarras
David G. Álvarez – guitarras
José J. Izquierdo – baixo
Víctor Valera – bateria
Convidados
Jamey Jasta – vocais (3)
Pablo García – guitarras (4)
Sho-Hai – noises, vocais (9)
Todd La Torre – vocais (10)
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