Warriors Collection mostrou como os Toxikull se
adaptaram à pandemia e às suas restrições, abrindo ainda o leque das suas
opções à língua portuguesa. A tour de promoção desse trabalho está quase
concluída ao mesmo tempo que um novo álbum está a caminho após a assinatura com
a germânica Dying Victims Productions. Depois, uma nova tournée levará a
banda a percorrer a Europa. Para nos falar de tudo isto fomos ouvir Lex Thunder.
Olá, Lex, tudo bem? O que têm feito os Toxikull desde a última
vez que estivemos juntos nesse fantástico concerto no Milagre Metaleiro?
Olá,
olá, obrigado pelas boas palavras e pela presença no nosso concerto no Milagre.
Respondendo à vossa questão… temos feito muita coisa, muita coisa mesmo. Temos
estado a preparar a promoção do álbum que irá sair no início do próximo ano,
gravar videoclips, fazer planeamentos e ao mesmo tempo temos estado a
preparar estes últimos concertos a decorrer no final do ano em Portugal
dedicado à Warriors Collection. Um fecho de capítulo.
Bem, o motivo principal para esta conversa é essa fantástica peça de arte que já tem uns tempinhos. Falamos da Warriors Collection.
Antes de mais, como, quando e porquê surgiu a ideia de lançar esta obra?
A ideia
surgiu nos tempos de Covid em que nos vimos limitados de promover o nosso álbum
anterior Cursed and Punished, e como não fazia sentido lançar outro álbum
sem ter promovido o anterior e a única maneira de estarmos ativos era lançar música
digitalmente, ocorreu-nos a ideia de lançar uma coletânea de singles com
convidados/amigos especiais de maneira a zelar pela nossa sanidade mental em
tempos tão turvos e divertirmo-nos a fazer aquilo que mais gostamos.
Esta foi uma obra que foi sendo lançada ao longo de cerca de
dois anos. Inicialmente não estava previsto demorara tanto tempo, pois não? O
que se passou?
A nossa
ideia inicial seria lançar tudo num ano, mas acontece que com as restrições
impostas pela pandemia não nos foi possível lançar num tão curto espaço de
tempo. E também por razões de motivação e inspiração artística, pois nós não
gostamos de forçar a parte musical, mesmo que leve mais tempo quando lançamos
algo gostamos que seja do coração e não por prazos. É mais puro assim.
Esta coleção traz seis temas, cinco dos quais originais, certo?
Já agora, começando pela versão,
porquê a escola de Let There Be Rock, aqui rebatizada para Let
There Be Metal?
Sim, 5
originais e um cover. A Let there Be Rock já era uma ideia que
tinha na minha cabeça à muito muito tempo, e talvez seja das minhas músicas
preferidas de sempre pela sua criatividade lírica, crueza e irreverência,
típica dos AC/DC. Então surgiu na minha antena (cabeça) a ideia de fazer
uma versão dedicada à historia do Heavy Metal. Uma versão atualizada dos
AC/DC basicamente (risos).
Dos restantes, quatro trazem convidados. Como se proporcionou
essa participação?
Todos os
convidados tinham que corresponder aos critérios de ligação/amizade com os Toxikull
e que fizessem sentido para as músicas que tínhamos composto. Portanto foram
escolhas quase sempre óbvias por serem amigos que tiveram todo o gosto em participar
quando surgiu o convite.
Qual foi o vosso critério de escolha desses
nomes?
Como
disse na pergunta anterior, amizade com a banda e obviamente qualidade musical.
O curioso é que têm, pela primeira vez, temas cantados em português. O que vos
motivou a dar esse passo?
Eu
sempre gostei de cantar em português, desde os meus tempos em Midnight
Priest, e a escrita é uma das minhas paixões. A verdade é que sentia
vontade de me exprimir na minha própria língua que, na minha opinião, é riquíssima,
mas é muito desvalorizada na música Metal. E tendo em conta os
convidados Armando Macedo dos Flagedor e o Belethauzer dos
Filii Nigrantium Infernalium a cantarem em português achei por bem
também aproveitar para escrever e cantar em português.
E como avaliam essa experiência? Será para repetir?
Sem dúvida,
no futuro queremos ter mais músicas escritas e cantadas em português. No
próximo álbum haverá uma em português, mas não escrita por mim. Daqui a uns
meses irão entender (risos).
Sendo esta uma obra bastante peculiar, pergunto como está a ser
a aceitação por parte dos fãs?
Não
podia ter sido melhor, graças a esta obra conseguimos chegar a muito fãs novos,
fizemos a nossa primeira tournée europeia, e fizemos primeiras partes em
Espanha de bandas como Exciter e Angelus Apatrida. Basta olhar
para as estatísticas nas plataformas de streaming e vídeo para entender
o quão bem correu.
Olhando, agora para o futuro, recentemente assinaram pela Dying
Victims Productions. Que mais-valias isso trará para os Toxikull?
A Dying
Victims é provavelmente a editora com mais poder no meio underground
Heavy/Thrash/Speed. Para além de ser uma editora situada na Alemanha que é
o maior mercado europeu, é também uma editora que chega a muitos meios de
comunicação pelo seu ótimo trabalho de divulgação e promoção e é sobretudo uma
editora que nos dá imensa liberdade para fazermos as coisas conforme a nossa
visão. Creio que depois do próximo álbum sair poderemos analisar todas as mais
valias desta mudança que até agora prometem ser muitas.
Entretanto, como vão os trabalhos do novo álbum? O facto de
terem tido muito palco ultimamente tem afetado o processo de composição ou não?
O novo
álbum já está pronto a ser pré-promovido. No início de dezembro irá sair o
primeiro single e anunciado a data do release. A estrada neste
caso não afetou porque planeamos gravar o álbum precisamente numa altura em que
o único concerto do verão foi o Milagre. Ou seja, o nosso verão foi passado em
estúdio.
Álbum esse que já se anuncia para 2024. O que podem os vossos
fãs esperar deste novo álbum? Vamos ter os Toxikull como os conhecemos ou vai
haver espaço para algumas inovações?
Podem
esperar os Toxikull um pouco mais maduros, melódicos, mas por outro lado
mais crus. Decidimos como sempre ir de encontro ao que a nossa alma pedia, mais
Heavy Metal. Uma continuação do que fizemos na Warriors Collection.
O melhor será estarem todos atentos para ouvir o que vos trazemos.
Até lá, como já referimos
irá haver uma série de concertos, sendo
de destacar, já bem dentro de 2024, a ida a Essen para tocar no Dying Victims Attack.
É o bónus por terem entrado
na editora alemã?
Podemos
dizer que sim. O que faz todo o sentido, pois o álbum nessa altura já estará
fora e esse concerto vai fazer parte da nossa tour europeia de promoção
do novo álbum, e visto que o festival da editora acontece nessas precisas
datas, é um bónus, mas um bónus óbvio.
Muito obrigado, Lex! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Quero
agradecer à Via Nocturna pelo seu excelente trabalho e “serviço público”
que prestam à comunidade metálica. E a todos os que estão a ler esta
entrevista, no início de dezembro irão ter surpresas.
Comentários
Enviar um comentário