Confrontation
foi o álbum de estreia dos Yellow Dog Conspiracy. Mas já foi em há muito tempo,
em 2017. Depois disso, a banda já lançou um single, Reaching For The Stars
(em 2019) e já está a preparar um segundo longa-duração, ainda sem data de
lançamento. E enquanto não nos chega música nova deste coletivo, fomos
aproveitar para os conhecer melhor.
Olá, pessoal, tudo bem? Obrigado pela disponibilidade! Para
começar podem apresentar os Yellow Dog Conspiracy?
ANDRÉ VICE (AV): Os YDC
são uma banda portuguesa de hard rock formada formalmente em 2013.
LUIZ ARANTES (LA): Procuramos
com YDC fazer o som que gostaríamos de ouvir numa banda de rock
ideal ou perfeita, vinda do estrangeiro ou de outro planeta, não importa….
Importa ir buscar as músicas certas com os riffs e beats certos,
sem a preocupação de agradar as massas ou ser comercial. Apenas queremos ouvir
os nossos corações a se manifestarem. Fica uma breve história dos YDC: o
projeto nasceu na realidade em 2003, com André Vice (voz e guitarra), Marcelo
Aguiar (baixo e teclado) e Gonçalo Lopes (bateria) como membros
fundadores, data em que constituíram oficialmente os Yellow Dog, em
homenagem ao Labrador Retriever do Vice, que acompanhava muitos dos
ensaios. Em 2013, com a saída do Gonçalo Lopes por incompatibilidades
profissionais e familiares com a banda, deu-se a entrada de Luiz Arantes
para a guitarra e Zé Moreira para a bateria, e a banda foi rebatizada
para The Yellow Dog Conspiracy, dado que descobriram, entretanto, a
existência de uma banda inglesa dos anos 70 chamada Yellow Dog. O EP Confrontation
é o primeiro registo dos YDC. É uma edição de autor lançada em 2013 e
integra três faixas gravadas nos estúdios Malware, dos quais se destaca
o single Enough Is Enough, tema inspirado na Declaração de Independência
dos Estados Unidos, e que mais tarde se revelaria como o tema que convenceu Mike
Clink e a sua equipa a aceitar misturar e produzir o primeiro álbum dos YDC.
Algum tempo após o lançamento do EP, o baterista Zé Moreira sai dos YDC
para dar prioridade total a outro projeto de originais, entrando para a
gravação do disco, o lendário Vicky Marques, nunca querendo, contudo,
integrar o projeto, dada a sua reduzida disponibilidade. Durante o período de
gravação do disco, Marcelo decide mudar-se por motivos profissionais com a sua
família para a Suécia, tornando-se um membro honorário, entrando para o
substituir Nuno Correia, que ainda grava o baixo do tema Don’t Lie To
Me. Mesmo antes do lançamento do disco, Alex Zuk integra os YDC
para a bateria. A 9 de março de 2017, é finalmente lançado o álbum Confrontation,
gravado parcialmente nos estúdios Canoa, com engenharia, gravações
adicionais e edição de José Castanheira, com gravações adicionais de
bateria, produzido e misturado por Brad Cox e Mike Clink, e por
fim masterizado por Ted Jensen na Sterling Sound em NY. O álbum é
novamente uma edição de autor e integra 11 temas originais. Em outubro de 2019
lançam um novo single intitulado Reaching For The Stars. Com o
lançamento do single, dá-se a saída de Alex Zuk e os YDC
ficam algum tempo sem tocar ao vivo, até que em 2021 entra Filipe Gonçalves
– Animal - para assumir a bateria. Entretanto, Nuno Correia é
convidado para integrar os UHF como membro efetivo, entrando para o
substituir Gabriel Carvalho, que permanece no lugar até maio de 2023,
onde é substituído por Heitor Tenório. Atualmente estamos em estúdio a
gravar o segundo disco.
Quando é que se juntaram e com que objetivos?
AV: Ver história acima. Quanto aos objetivos, para
mim é gravar e editar o melhor possível todas as músicas que tenho na cabeça,
tocar regularmente ao vivo os nossos temas, tocar para o maior número de
pessoas possível e tentar internacionalizar a banda para tentar conhecer o
mundo através da música.
LA: Queremos
fazer discos e concertos que nos deixem orgulhosos. Independente se venderam
muito ou pouco, têm de ser bons para nós.
FILIPE GONÇALVES
(FG): Tocar pelo mundo seria fantástico.
HEITOR TENÓRIO
(HT): Eu juntei-me à banda em maio de 2023, inicialmente para ser
substituto do meu grande amigo Gabriel acabando por passar definitivamente a
vaga para mim. Venho com a intenção de
somar minha bagagem junto dos meus companheiros de banda e crescermos
musicalmente.
E como tem sido o vosso trajeto até agora?
AV:
Muitos altos e baixos… a meu ver, a banda tem passado por constantes line up
changes, que invariavelmente limitam as performances ao vivo, em particular
em alguns momentos e oportunidades chave. Mas somos resilientes, trabalhadores
e acredito que com esta formação atual, Filipe Gonçalves na bateria e Heitor
Tenório no baixo, iremos conseguir dar o salto que se pretende.
LA: Tem
sido muito bom de forma geral embora numa velocidade mais lenta do que gostaríamos.
Temos um primeiro álbum maravilhoso e já fizemos concertos memoráveis, por exemplo
um com o falecido Zé Pedro dos Xutos & Pontapés como
convidado, fizemos a primeira parte de algumas bandas estrangeiras que
adoramos, por exemplo os Harem Scarem do Canadá e já tocamos em
Inglaterra e Espanha para além de Portugal.
HT: Sinto
uma grande energia na banda e esse é um dos pontos chaves que me fizeram
ingressar no projeto. Temos um longo caminho a percorrer ainda.
Se vos perguntasse quais os nomes ou movimentos que mais vos
influenciam, o que responderiam?
AV: Para
mim é sem dúvida Guns n Roses, que foi e é o motivo para ter pegado numa
guitarra e também uma grande inspiração na composição. Mas sinto também que Pink
Floyd, Dire Straits, Bon Jovi, Peter Gabriel e Bryan
Adams foram e são importantes influências nas minhas composições.
LA: Kiss, Van
Halen, Guns, Classic Rock em geral.
FG: Queen,
Deep Purple, Beatles, Mr Big e Dream Theater
HT: O
movimento que mais me influenciou, sem dúvida, foi o progressivo. As minhas
bandas favoritas estão lá: Rush, YES, Pink Floyd, Dream
Theater etc. Mas sempre ouvi muita coisa dentro do rock.
O vosso último álbum foi Confrontation, lançado em 2017 e na altura produzido e misturado por Brad Cox
e Mike Clink. Como se proporcionou essa ligação?
AV:
Iniciámos as gravações no final de 2015, começámos sem produtor e senti que
precisávamos de alguém que nos elevasse as músicas ao seu potencial. Quem nos
estava a gravar não queriam assumir o papel de produtor, e foi então que
comecei a contactar alguns produtores, Mike Clink, Rob Cavallo
(produtor do álbum American Idiot), Gil Norton (produtor de Jimmy
Eat World) e Howard Benson. A primeira resposta chegou do Mike, e
para algum espanto nosso, informava que tinha gostado bastante das demos no EP,
em particular o Enough Is Enough, e que achava que a banda tinha muito
potencial.
E como foi trabalhar com esses nomes lendários?
AV: Foi
um enorme orgulho. Acredito e sinto que eles conseguiram elevar o álbum e
atingir o seu potencial.
LA: Sempre
que entramos num estúdio para fazer um disco aprendemos alguma coisa. Ninguém
sabe tudo e o caminho é infinito. O Brad e o Mike deram um ponto de vista estrangeiro
e diferente do que estávamos mais habituados a ter. Obviamente foi um prazer e
o resultado final está ao alcance de quem quiser ouvir.
Já que falamos de álbuns, como vão os trabalhos do novo álbum?
Há previsão para o seu lançamento?
AV: Os
11/12 temas estão escolhidos e gravados em formato demo. Três deles já
tocámos inclusive ao vivo e com uma resposta muito positiva do público. Contudo
e infelizmente ainda não há previsão para lançamento, porque estamos bastante
condicionados para gravar, sobretudo pela indisponibilidade do Luiz, dado que
integrou novamente a equipa do Tony Carreira, e da minha parte, na
conclusão das letras, que é sempre o meu calcanhar de Aquiles, e onde necessito
de mais tempo para ficar satisfeito.
LG: É
preciso mergulhar de cabeça e estar 100% sintonizado com o caminho das músicas.
Para isso acontecer da forma correta não pode haver interrupções ou trabalhos
completamente diferentes em simultâneo a ocupar a cabeça e a parte criativa.
Por esse motivo eu vejo-me obrigado a adiar muitas vezes, mas o momento certo
há de chegar em breve durante este inverno.
FG: Lá
mais para o Verão (risos).
HT: Estou
muito animado em trabalhar temas novos com a banda, poder adicionar a minha energia
as músicas é algo incrível.
O que podemos esperar deste novo álbum? Vamos ter os YDC como os
conhecemos ou vai haver espaço para algumas inovações?
AV: Os YDC
têm várias facetas, desde baladas a versões acústicas, que esperamos lançar
também um dia. Contudo, e por insistência do nosso produtor para este álbum José
Castanheira, optámos por manter o registo hard rock, com temas
bastante potentes, mas com espaço para algumas inovações como por exemplo os
teclados. Como nós, os fãs vão aceitar e gostar.
LA: Não
vamos reinventar a roda, mas a ideia é melhorá-la.
FG: Vai
ser um disco fabuloso para os amantes do rock!
HT: Podem
esperar um trabalho sólido e muito coeso.
O single de 2019, Reaching For The Stars
estará incluído?
AV: A
decisão inicial era incluir esse tema no disco. Mas como surgiu mais um tema,
que se enquadra perfeitamente na linha traçada para o disco, estamos com essa
dúvida.
LA: Penso
que vamos gravar mais músicas do que as que vão realmente entrar. A escolha do alinhamento
do disco fica para mais tarde.
HT: É um
ótimo tema, poderia perfeitamente encaixar no álbum.
Entretanto tiveram uma passagem por Espanha, como correu?
AV:
Adorámos tocar em Espanha. O público foi fantástico e sentimos que saímos de lá
com novos fãs e novas oportunidades para tocar e apresentar o nosso trabalho.
Há mais concertos agendados?
AV:
Penso que não, mas o Israel, nosso manager, é que saberá melhor. Julgo
que em 2024 iremos tocar mais, em mais e melhores sítios.
Muito obrigado, malta! Querem acrescentar mais alguma coisa?
AV:
Muito obrigado à Via Nocturna pela oportunidade de divulgação do nosso projeto
e do rock nacional, que infelizmente enfrenta fortes dificuldades na
comunicação social mainstream.
LA: É
sempre um prazer poder expor o nosso trabalho a quem realmente sabe apreciá-lo.
Obrigado à Via Noturna, Pedro Carvalho e a todos os amantes de Rock
que nos seguem a nós e a vocês.
HT: Muito
obrigado Via Nocturna pelo espaço e divulgação do nosso trabalho. É
muito gratificante para nós poder compartilhar isso com as pessoas que
acompanham o nosso trabalho.
Comentários
Enviar um comentário