Last Request (CASABLANCA)
(2023, Metal
Soldiers Records)
Nasceram em 1982 como Valium e foram
uma das bandas pioneiras do metal nacional. Em 1988 mudariam o seu nome
para Casablanca, tendo lançado quatro álbuns antes do fim, em 2006.
Dentro desses, destaca-se Tanto, primeiro registo onde pontificava a
língua portuguesa. Já nesta década de 20, os três irmãos Figueira reativariam
os Casablanca e a primeira mostra de atividade (e vitalidade) acontece
com Last Request. Desconhece-se se foi por pedido ou não ou se será o último,
mas Last Request é a junção álbum Once Upon A Wasted Time,
lançado de forma independente em 2002, e alguns dos seus mais icónicos temas em
português. Mas, não se trata de uma reedição normal, uma vez que os temas
voltaram a ser gravados, misturados e masterizados. Aqui fica a
perceber-se a forma atual dos Casablanca num conjunto de temas que
respeitava a tradição da NWOBHM, mas onde já se notava alguma influência
de sonoridades mais orientadas para o grunge (como em Wait Till The
Clouds Roll By). Desta forma, este lançamento é uma maneira de recuperar o
tempo por parte de quem deixou passar esta fase do metal nacional; ou de
a conhecer para quem a ele chegou mais tarde. Se vai haver mais produção nova
dos Casablanca, para já desconhecemos, embora se note que a idade já vai
pesando! [80%]
Save The Sun (TAARN)
(2023,
Independente)
Vindo das
paisagens geladas da Noruega, os Taarn emergem como uma força sonora,
fundindo o arrepiante fascínio de histórias e atmosferas enigmáticas que se
entrelaçaram no tecido cultural do país, com a intensidade ardente do metal
britânico e americano. Com um pedigree musical profundamente enraizado
nas tradições de lendas clássicas como Black Sabbath e King’s X,
ou mais modernas e alternativas como Soundgarden e mesmo System Of A
Down, o coletivo nórdico espalha criatividade e groove um pouco por
todo o lado ao longo destes escassos cinco temas do trabalho de estreia. A
música de Taarn é crua, intensa e ritmada, refletindo uma sombria e que ultrapassa
fronteiras e géneros. [85%]
In Rhino We Trust (STEEL RHINO)
(2023, GMR
Music)
O mediático Herbie
Langhans (Avantasia, Firewind, Voodoo Circle, Sinbreed,
Beyond The Bridge, Seventh Avenue) empresta a sua voz a este
coletivo sueco que continua a espalhar as suas composições com riffs
musculados e batidas ritmadas e musculadas. Mas onde acaba sempre por encaixar
a melodia. In Rhino We Trust é o segundo disco do power trio e
volta a trilhar aquele som clássico que se situa num limbo entre o hard rock
e o heavy metal, sempre com o espectro do arena rock a pairar.
Como tão bem o fazem os Gotthard ou os Crystal Ball, por exemplo.
O som apresenta-se muito cheio, aqui e ali com a ajuda de orquestrações e
frequentemente mid-tempo. As guitarras têm um trabalho catchy e
as linhas de baixo são muito poderosas. No capítulo vocal, Langhans tem um excelente
desempenho, ajudando a guindar estes temas, que não se pautam por ser demasiado
entusiasmantes ou fortemente memoráveis, a um outro nível. [79%]
I Marors Djup (NATTSJÄL)
(2023, Independente)
Os Nattsjäl são uma recente banda sueca
criada por Jonas Almquist e Pierre Vilhelmsson, antigos membros
criativos dos Månegarm. Após alguns anos de ausência, o duo juntou-se a
outro sueco de renome, Thomas Vikstrom, para este projeto que lança dois
álbuns no mesmo ano. O que nos ocupa agora é o segundo na cronologia de
lançamentos, I Marors Djup, uma deliciosa mescla de thrash, black,
viking e folk metal que parece vir diretamente dos primórdios dos
Therion ou mesmo dos seminais Celtic Frost. Para além das
sucessivas surpresas estilísticas, outra peça importante em I Marors Djup
é a melodia sempre muito presente, reforçada pelo trabalho vocal feminino, que
apesar de pontual é de grande nível (lá estão, mais uma vez, os Therion
a injetar a sua influência). Portanto, acima de tudo, muita variedade e
qualidade num conjunto de grandes temas que merece começar a ter outra
projeção. [89%]
1982 (SODOM)
(2023, Steamhammer/SPV)
Primavera de 1982. Essen, Alemanha. Zona
industrial devastada. Quatro jovens de cabelo comprido e roupas estranhas.
Instrumentos afinados e nasce Witching Metal. Nasciam, também, os Sodom
e a escola germânica do thrash metal. Foi há mais de 40 anos e, com o
álbum 40 Years At War – The Greatest Hell Of Sodom, o quarteto celebrava
o seu aniversário ao mesmo tempo que lançava, em formato single, um tema
novo, precisamente dedicado ao seu início: 1982. Agora surge o mesmo
tema, num formato EP, alargado a mais 4 faixas, as regravações das suas
primeiras 4 canções: Witching Metal, Victims Of The Death, Let’s
Fight In The Darkness Of Hell e Equinox. Não considerando as edições
iniciais em cassete e/ou vinil na fase inicial da banda, estas músicas estavam
disponíveis anteriormente apenas na edição especial em box do
anteriormente referido álbum de aniversário, com exceção de Equinox que
tinha aparecido no álbum de estreia de 1986, Obsessed By Cruelty. Por
isso, este EP pode ser visto como uma pequena viagem no tempo para recuperar a
atmosfera do início dos anos oitenta, provando que os Sodom sempre preservaram
os seus ideais e, ao mesmo tempo, fazendo a ponte para o presente, porque estes
temas foram totalmente regravados com a atual formação. [90%]
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