The Seal Of A New World não foi muito bem
recebido pela crítica nem pelos fãs (do qual discordamos frontalmente, pois
consideramo-lo como o melhor lançamento da banda) e isso colocou alguma pressão
nos Signum Regis. Talvez por isso a escolha, pela primeira vez, por um produtor
externo, numa opção que recaiu no lendário Jacob Hansen e até algumas mudanças
no procedimento habitual. Undivided foi o resultado desse trabalho e foi
para falar sobre este registo que contactamos o baixista Ronnie Köning.
Olá, Ronnie, tudo bem? Depois de todos os momentos difíceis de
que falámos da última vez, parece que os Signum Regis não foram afetados. Um
tremendo álbum ao vivo e agora um novo álbum de estúdio. Estão a viver o
período mais forte da história da banda?
Esperamos sempre
que os melhores momentos ainda estejam por vir, mas concordo contigo. Nunca
estivemos melhor antes em termos de popularidade e estatísticas.
The Seal Of A New World foi um álbum
majestoso. Achas que seria uma tarefa
difícil criar algo ainda maior? Olhando para Undivided, sentes que alcançaram esse objetivo, ou nem pensas
nisso?
Pessoalmente,
acho que tivemos ótimas músicas no álbum The Seal Of A New World, coisas
muito boas, mas em termos de críticas, vendas e feedback que recebemos,
esse álbum não foi tão bom. Não foi nada mau, mas não sentimos esse enorme entusiasmo
entre os fãs. Acho que agora não há problema em dizer que aquele álbum foi
subestimado, mas sou só eu. Os fãs falaram e a maioria acredita que o nosso
novo álbum, Undivided, é o melhor que já fizemos em muito tempo. Alguns
dizem que é o melhor da nossa carreira. Sentimos o apoio dos nossos fãs e da
comunidade.
Porém, o que mudou em
relação aos lançamentos anteriores, foi que, desta vez, os Signum Regis
contrataram um produtor externo. Qual foi a intenção com esta mudança na
metodologia habitual? O nome escolhido foi o lendário Jacob Hansen. Que
orientações lhe deram e que contribuições trouxe para as vossas suas
composições?
Somos amigos de
Jacob há muito tempo. Ele já trabalhou no nosso EP de 2014 chamado Through
The Storm e também em alguns outros lançamentos, mas nunca como produtor de
verdade, mas sim como engenheiro de mistura ou masterização. Nunca tínhamos
trabalhado antes com um produtor na verdadeira aceção da palavra. Queríamos
tentar algo novo, queríamos ter esse tipo de experiência e queríamos ouvir como
soaria, se tivéssemos alguém envolvido durante todas as etapas do processo de
gravação, por isso escolhemos Jacob. Acho que Jacob sentiu que não precisávamos
que ele segurasse as nossas mãos e nos guiasse em cada pequeno detalhe. Ele não
esteve envolvido no processo de composição. Seguimos o seu conselho técnico.
Por exemplo, ele recomendou que tipo de cadeia vocal deveríamos usar para a
gravação de vocais (que microfone, pré-amplificador, compressor, etc.). Ele
trabalhou sozinho na mistura, misturou a primeira música e enviou-nos para
aprovação. Ele acertou em cheio e então misturou todas as músicas no mesmo
estilo/configuração. Ele é uma boa pessoa e trabalhar com ele é sempre ótimo
porque sabes que o resultado será ótimo. E quando se tem esse tipo de
confiança, não precisamos de nos preocupar. Simplesmente sabemos que tudo vai resultar.
Ele é muito consistente!
E quanto ao processo criativo, seguiram o mesmo caminho de
sempre ou desta vez também tentaram algumas abordagens novas?
Acho que o
processo de composição não mudou. Simplesmente fizemos o que sempre fizemos.
Acho que a principal diferença foi que preparamos mais músicas do que realmente
precisávamos para um álbum. No passado, em alguns casos, gravávamos músicas até
termos o suficiente (seriam cerca de 10 músicas), mas desta vez acho que gravámos
13 ou 14 demos e escolhemos as melhores.
Quais foram as vossas principais preocupações para esta nova
criação?
Realmente, precisávamos
que este álbum tivesse sucesso. Era um objetivo importante por alguns motivos.
Precisávamos disso mentalmente, para o futuro da banda e precisávamos recuperar
parte do dinheiro que investimos neste álbum. Não estou a falar apenas da
produção do álbum em si, mas também de outros investimentos como vídeos,
promoções, recursos visuais de palco, merchandising e todas essas
coisas. Portanto, estávamos preocupados com o sucesso ou fracasso deste álbum.
Parece que o nosso objetivo será alcançado.
Quanto aos integrantes da banda, em Made In Switzerland contaram com a ajuda do guitarrista Majo
Suchan. Ele já não está na banda para este álbum?
Não, ele já não
está connosco. Estivemos juntos para os espetáculos ao vivo e depois decidimos
seguir caminhos separados novamente. Desejamos-lhe tudo de melhor, é claro.
Mas têm dois convidados para os solos de guitarra e um para os backing vocals. Qual foi a intenção ao convidá-los?
Somos amigos de David
Akesson desde 2018, quando começámos a trabalhar juntos. Ele faz backing vocals desde o álbum The
Seal Of A New World. Jimi Cimbala é provavelmente
o guitarrista eslovaco mais famoso. Fez muitos trabalhos de sessão e, claro,
tocou e gravou com as suas próprias bandas. Ele é fantástico. Daniel Fries
é o guitarrista da banda de prog metal Affector. Não o
conhecíamos antes, mas as nossas bandas têm fãs em comum e eles sugeriram que
deveríamos fazer algo juntos e fizemos. Daniel é incrível tecnicamente, muito
criativo e gravou 3 pistas neste álbum. Uma experiência muito boa com todos
esses convidados.
Para quem optar pela versão em CD, este inclui uma faixa bónus, Live Free Or Die. Por que decidiram incluir essa música nessa
versão?
Como mencionado
anteriormente, gravámos mais do que o necessário para caber no formato “álbum”.
Desta vez também lançámos uma versão em vinil e há um limite de quanto podes
colocar num vinil (fisicamente), portanto escolhemos 10 músicas para os
lançamentos padrão (CD físico e digital). No CD podes colocar mais (até 80
minutos), portanto pensámos que poderíamos colocar lá a Live Free Or Die
como faixa bónus. Todos nós achamos que é uma música muito boa.
Salt
Of The Earth e Daniel's Prophecy foram os dois primeiros singles
extraídos deste álbum. Por que escolheram estas duas músicas?
Essas músicas são
bastante diretas, sem introduções longas, não muito longas no geral, com
melodias cativantes e ótimos refrões. Essas caraterísticas tornam essas músicas
adequadas para lançamentos como single.
Em 2022 participaram na compilação Europe Against Bloodshed In Ukraine. Como se proporcionou
essa oportunidade e que significado teve para vocês?
Não sei muito
sobre isso e como tudo correu, mas tudo o que sei é que estamos felizes por
apoiar uma boa causa e não apoiamos nem encorajamos a violência. Nunca. A paz é
sempre a resposta para todas as guerras. Acredito nisso porque sou um seguidor
do “Príncipe da Paz”, que é claro, Jesus Cristo.
Já tiveram oportunidade para tocar este álbum ao vivo? Têm
alguma coisa planeada para uma tournée? Portugal será
incluído?
Teremos o nosso
próximo espetáculo no dia 16 de março na Suíça - Elements Of Rock Festival.
De momento, não temos mais espetáculos confirmados, mas estamos a trabalhar
nisso! Não temos nenhum plano concreto para apresentar neste momento, mas tudo
depende dos promotores locais. Seria ótimo tocar em Portugal! Quando formos
convidados, com certeza que consideraremos a oferta.
Obrigado, Ronnie, mais uma vez. Foi uma honra. Queres enviar
alguma mensagem para os nossos leitores e para os vossos fãs portugueses?
Obrigado pelo teu
interesse na nossa banda e pelo apoio. Agradecemos! A minha recomendação para
aqueles leitores que ainda não ouviram falar de nós: confiram o nosso novo
álbum Undivided. É a melhor introdução à nossa banda.
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