O luto continua, as músicas e letras continuam
depressivas, mas esta era a altura certa para deixar de lado a sequência Mourning e passar a algo
diferente. Por isso Sere, o mais recente disco duo Australiano Lost In
Desolation tem mais pontos de afastamento do que de contacto com os trabalhos
anteriores. Josh Gee, vocalista e pianista, falou-nos de Sere, dos
convidados que musicalmente ajudam a cimentar esses cenários de dor e perda e
do próximo álbum do projeto Atra Vetosus, onde o duo também participa.
Olá, Josh, tudo bem? Obrigado por esta oportunidade
de entrevista! Podes apresentar os Lost In Desolation aos metalheads portugueses?
Olá,
Pedro, e olá aos teus leitores, muito obrigado. Obrigado pela entrevista. Bem,
para começar, estamos muito longe, Tasmânia, Austrália. Josh e eu (também Josh)
criamos músicas juntos há mais de uma década. Lost In Desolation é a
nossa saída para a música melancólica. Do depressive black metal ao doom
metal e tudo entre eles.
O que têm feito os LID desde o lançamento de Mourning II, há seis anos?
Seis
anos é muito tempo, por isso podes imaginar muitas mudanças num intervalo de
seis anos. Estivemos ocupados com vários projetos, mas Lost In Desolation
tem sido algo em que temos trabalhado em segundo plano… Sere tem sido um
projeto bastante intenso e estamos muito entusiasmados por já ter sido lançado
pela Talheim Records.
Para este novo álbum, Sere, refinaram a vossa sonoridade. Que pontos de
conexão com os álbuns anteriores podemos encontrar em Sere e que novas
abordagens foram introduzidas?
Os
álbuns são bem diferentes, pode dizer-se que são mais diferentes do que
semelhantes. Pensamos sobre isso e decidimos que não era o momento certo para
lançar um Mourning III, numa altura de algo completamente diferente. A
conexão ininterrupta é o mesmo tema depressivo, que transparece tanto na letra
quanto na música. A música em si entrou num género diferente, mas o sentimento
por trás da música ainda é o mesmo. É simplesmente uma expressão diferente do
mesmo sentimento. Quase tudo soa diferente, ainda é Lost In Desolation
porque aquele sentimento de tristeza permanece ininterrupto na música.
Considerando que Mourning II foi lançado há seis anos, como
dissemos, as músicas agora apresentadas em Sere são todas recentes e
preparadas para este álbum ou são fruto do vosso trabalho criativo ao longo dos
últimos anos?
As
músicas foram todas escritas no espaço de cerca de dois meses, só demorámos muito
tempo para juntar tudo. Sim, é um grande empreendimento, mas houve outros
fatores que causaram um atraso no lançamento. Digamos apenas que estamos
felizes por finalmente podermos lançar Sere para o mundo.
Sere é, mais uma vez, um álbum muito sombrio e triste. Que
temas abordam desta vez?
O
tema principal é a perda… o ouvinte é levado a um lugar de luto. É por isso que
filmamos o nosso vídeo num cemitério, a música é sobre perda e separação.
A
base da banda é uma dupla com participações especiais. Para esse novo álbum
quem convidaram e o que procuraram com esses convites?
O
grupo principal consistia em nós os dois nos vocais, piano e guitarra
(respetivamente), Zebadee Scott na bateria, Dave Luck no baixo e Denni
Sulzberger no violoncelo. Zeb, Dave e Denni fazem um trabalho brilhante nos
seus outros projetos. Tínhamos confiança nas suas habilidades por causa do seu
excelente trabalho nesses projetos. Houve também outros convidados para a flauta
chinesa (Dizi), clarinete, vocais femininos etc…
Visto
serem um duo, costumam tocar ao vivo? Têm uma banda para esse fim? Em caso
afirmativo, o que têm agendado para uma tournée de divulgação deste álbum?
Tocamos
ao vivo apenas uma vez, há algum tempo, não temos nada planeado nesta fase.
Também
são membros de outras bandas. Têm alguma novidade sobre elas que desejes compartilhar
com os nossos leitores?
Bem,
temos estado ocupados com algumas partes, mas o principal que actualmente nos
mantém ocupados é o novo álbum dos Atra Vetosus, algo também diferente
de tudo que fizemos antes.
Obrigado,
Josh. Foi uma honra. Queres enviar alguma mensagem para os nossos leitores?
Obrigado,
Pedro, pela entrevista. Quanto aos leitores e fãs, agradecemos muito pelo apoio
a este álbum que teve uma ótima receção e esperamos que ele possa entrar nas
vossas playlists principais do Spotify ou que possam obter uma
cópia física. O luto é algo real que sentimos às vezes, e confiamos que alguns
de vocês se possam identificar com este álbum. Certifiquem-se de superar essas
emoções negativas tanto quanto possível.
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