Muita coisa mudou no reino dos
Sylvania. Novo vocalista, regresso a um formato quinteto com duas guitarras e a
entrada na Art Gates Records. Tudo elementos que confirmam o crescimento
sustentável de uma banda que, com quase duas décadas de existência e quatro
álbuns, se afirma como um nome incontornável do atual power
metal espanhol. O novo registo, o quarto da carreira, é Purgatorium e
demonstra isso cabalmente. Por isso, contactámos a banda valenciana para nos
falar deste salto de qualidade que se reflete num salto de visibilidade.
Olá,
pessoal, obrigado pela disponibilidade. Purgatorium
é o vosso novo álbum – o que nos podem dizer sobre ele?
Podemos dizer que é um álbum
que gostamos muito e que, atualmente, pulverizou todos os discos e números que
tínhamos antes. Acreditamos que é o álbum que tem melhor sonoridade e faz maior
sucesso melodicamente.
Quando
começaram a trabalhar nesta coleção de músicas? Logo após o lançamento de Testigos
de las Estrellas?
Começamos a trabalhar nas
músicas deste álbum no início de 2023. A verdade é que tudo aconteceu muito
rapidamente e efetivamente encontramos os recursos composicionais e o
entendimento entre nós. Depois de Testigos de las Estrellas focamo-nos em
Lazos de Sangre - X Aniversario, EP onde regravamos cinco músicas do
nosso primeiro álbum. Durante a pandemia tivemos tempo para iniciar novas
composições, mas a banda passou por outras circunstâncias, e só em 2023 é que
começámos com esforço redobrado.
Olhando
para a vossa formação, podemos ver algumas mudanças. Desde logo, têm um novo frontman.
Sendo esta uma posição muito sensível para todas as bandas, como lidaram com a
mudança entre Alfonso Arróniz e Alberto Symon?
Foi uma situação
desagradável que surgiu também num momento muito importante para a banda: a tournée
pela América Latina e EUA. Justamente essa mudança de formação deveu-se a isso,
já que Alfonso alegou motivos pessoais com os quais a banda não concordou. Por
isso foi relativamente fácil encontrar um substituto porque a condição era que essa
tour pudesse ser realizada, um prémio que milhares de pessoas perseguem
ao longo da vida e que apenas alguns conseguem. Alberto Symon fez um
teste impecável e não houve mais dúvidas, além de ser uma pessoa que já tinha
seguidores e a banda cresceu. De resto, ficam os números e dá para perceber o
enorme crescimento que a banda teve desde a sua chegada.
Onde descobriram esse
incrível vocalista Symon?
Symon é um cantor cuja
carreira já lhe deu visibilidade e relevância na cena heavy metal
espanhola. Foi ele mesmo quem escreveu para a banda para fazer um teste para o
cargo de vocalista e, como já dissemos, achámos que foi o melhor de tudo. Foi
uma grande aliança para ambas as partes porque ambos conseguimos melhorar os
nossos respetivos resultados e isso está agora a ser demonstrado. Muitos
seguidores e meios de comunicação especializados consideraram esta união um
grande sucesso e felicitaram ambas as partes pela sua incorporação.
Agora também são um
quinteto com duas guitarras. Quando sentiram a necessidade de adicionar uma
segunda guitarra?
Essa decisão foi tomada em
2019. No início éramos dois guitarristas, mas devido às circunstâncias fomos
apenas um durante vários anos, embora tenhamos feito algumas tentativas de vez
em quando. Em 2019 a banda atingiu um clima de estabilidade que nos permitiu
considerar esta opção com mais conforto e encontramos Sergio Garay como
a pessoa ideal para o cargo. Além disso, tem participado ativamente nas novas
composições, demonstrando muito boa sintonia com Alberto Tramoyeres -
principal compositor - e com a identidade própria da banda. Com ele, melhorou
não só o nosso som, mas contribuiu muito para a nossa composição musical.
Desde quando estão Sergio
Garay e Symon a bordo? Tiveram a oportunidade de cooperar no processo criativo
de Purgatorium?
Como já mencionámos, Sergio
Garay ingressou em 2019 e Alberto Symon em 2022. Ambos participaram na
criação de Purgatorium, principalmente Sergio nas composições, uma delas
inteiramente de sua autoria.
Sergio
também toca outros instrumentos de sopro, portanto, que outras e novas
abordagens e perspetivas trouxe ao som dos Sylvania?
Aproveitamos essa capacidade
para incorporar esses instrumentos como recursos musicais. É algo que nos
permite tornar as composições mais versáteis e tornar os álbuns mais completos,
além de ser algo que gostamos muito e que acreditamos ter contribuído com
aspetos muito bons para a banda.
Outra
estreia é a vossa entrada na família Art Gates Records. Como se proporcionou
isso?
Já tínhamos contactado há
alguns anos, mas em 2022 chegou uma proposta adaptada aos novos números da
banda e a uma série de condições que nos pareceram óptimas. A nossa antiga
agência gestora aprovou e não tivemos dúvidas, foi um avanço importante com o
qual estamos muito felizes, pois melhoramos muito os nossos números trabalhando
ao lado deles e é isso que queremos continuar a fazer.
Neste
trabalho têm alguns convidados. Podem apresentá-los e falar da sua contribuição
para a vossa música?
É sempre bom ter convidados
porque dão mais variedade aos discos, e para esta ocasião houve três pessoas
que colaboraram: Tete Novoa (Saratoga) surge em El Juicio de
las Almas e Hacia la Eternidad, Nacho Sánchez (Opera Magna)
fez o solo de teclado em El Río de los Lamentos e Soles Colomer (Foxxie)
também canta em El Juicio de las Almas. Os três fizeram um ótimo
trabalho e ficamos muito felizes com o resultado.
Três
singles foram lançados antes do álbum. Por
que escolheram Aunque Mi Alma Se Desgarre, Tu Calor Será Mi Voz e
Purgatorium?
Acreditamos que estas três
músicas representam muito bem a linha geral do álbum e a identidade da banda.
Entre as três cobrem a versatilidade que tentamos abranger e podem abranger um
público mais amplo. Além disso, são três músicas que acreditamos terem muito
poder de cativar e são estas condições que consideramos mais importantes para a
escolha destes singles.
Já
tiveram a oportunidade de tocar este álbum ao vivo? O que mais têm programado
para o futuro?
No dia 13 de janeiro, iniciámos
a tour Purgatourium. Haverá mais datas que ainda não podemos anunciar e
estamos muito animados para ver como as músicas serão recebidas pelo público.
Muito
obrigado, pessoal! Querem enviar alguma mensagem aos vossos fãs ou acrescentar
mais alguma coisa?
Em primeiro lugar, obrigado
pelo teu trabalho na cena e por nos convidares. Aos fãs, por favor apoiem este
novo álbum e venham ver-nos ao vivo se puderem porque nenhuma das duas coisas
lhes será indiferente. Um abraço e até sempre!
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