Passo a passo, os Toxikull vão crescendo. E isso tem
ficando evidente de álbum para álbum. Com o novo Under The Souther Night, com
a estabilidade do line-up e com a assinatura com a Dying Victims
Productions, o quarteto nacional está, definitivamente, pronto para os mais
altos voos. Foi sobre todos estes temas que fomos, mais uma vez, conversar com
o vocalista Lex Thunder.
Olá, Lex, tudo bem? Antes de mais, deixa-me dar-te os parabéns,
a ti à banda, pelo espetacular Under The Southern Light.
Intimamente, como se sentem com este novo registo?
Olá, antes demais
obrigado pelas palavras, é sempre bom saber que o trabalho é bem recebido.
Sentimo-nos muito orgulhosos do resultado, e da reação dos nossos fãs.
Realmente pusemos tudo o que tínhamos nestes temas e não poderia ser um disco
mais honesto.
E este álbum é tão espetacular que acaba por quebrar algumas
ligações com o vosso passado assumidamente speed metal. O que procuraram alcançar com algumas dessas
novas abordagens?
Como foi tudo tão
natural, sem pensar em géneros e subgéneros acabamos por não querer alcançar
nada em específico. Simplesmente acabou por sair assim, e estas abordagens
acabaram por surgir sem segundas intenções, como já disse várias vezes, cada
disco (quando honesto) é fruto das fases da vida de cada um, das músicas que
ouvimos e do que sentimos, e foi apenas isso que procurámos fazer e compor sem grandes
restrições ou regras. Não nos imagino a fazer um disco Speed Metal ou Heavy
ou o que seja só para agradar e respeitar o passado da banda, artisticamente
não tem sentido para mim. Desta vez saiu assim, o próximo só o tempo dirá.
Podemos dizer que estes são os Toxikull mais maduros e evoluídos
de sempre?
Creio que sim, a
verdade é que a experiência na estrada e vivência no underground nos fez ganhar
maturidade e essa maturidade é expressa através da música. Estamos todos mais
velhos e vividos do que há uns anos.
E também poderemos afirmar que um álbum destes não poderia ter
sido feito antes?
É algo que não
tenho resposta, mas acho que seria difícil.
De que forma a estabilidade da formação dos Toxikull interfere
nesta notória evolução?
Sem dúvida que é
um dos pontos do nosso sucesso recente e respetiva evolução, já nos conhecemos
todos muito bem, já sabemos o que podemos contar e toda esta formação tem o
compromisso e disponibilidade para levar os Toxikull cada vez mais
avante. Afinal de contas crescemos todos juntos, absorvendo as mesmas
experiências dentro da banda, o que é muito importante para se evoluir no
caminho conjunto.
Por outro lado, a banda tem tido bastantes oportunidades de
tocar e tem-se mostrado cada vez mais uma máquina bem oleada. Esse crescimento
em palco também influencia o crescimento em estúdio?
Sim, as experiências
no mundo real, influenciam sempre a experiência artística e os próprios
“skills”. Uma máquina bem oleada permite estar oleada para todo o tipo de atividade,
quer seja técnica, artística, ou de mentalidade de já se saber o que se tem de
fazer e dar o máximo.
Finalmente, a assinatura pela Dying Victims (que já abordamos na
nossa última conversa) permitiu-vos o espaço para crescer e desenvolver que
ansiavam?
Sem dúvida, como
se pode ver os resultados do lançamento, é assim que se lança e se faz uma promo
de um álbum, e a Dying Victims é uma das responsáveis do sucesso que
este álbum está a ter.
Mais concretamente em relação a Under The Southern Light, este álbum traz um título com mais
luminosidade que os vossos anteriores títulos. Mas, nem por isso é um álbum
mais luminoso. Concordas?
Sim, concordo, e
é precisamente essa dualidade que procurámos transmitir neste disco. As terras
do sul da Europa também são terras com mais luminosidade, mas nem por isso mais
luminosas. Onde há muito luz, também há muitas sombras. Quisemos transmitir ao
mundo como é duro e por vezes desesperante viver por aqui e para isso não
poderíamos transmitir música em forma de emoções felizes e luminosas, mas
precisamente o oposto.
Este é o sempre importante terceiro álbum. Tiveram esse
sentimento de que sendo o terceiro, tinha de ser marcante?
Não pensámos
muito nisso, acho que os terceiros álbuns das bandas acabam por ser os melhores
por consequência da experiência da banda em estúdio e na estrada, e não por
tentarem de propósito fazer um terceiro álbum histórico. Acho que todas as
bandas acabam por tentar dar o seu melhor em cada álbum. Entendemos a questão,
mas como respondi, tentamos compor e fazer esta álbum sendo sempre iguais ao
que fomos e não colocar fronteiras em termos estilísticos.
Agora mais detalhadamente, fala-nos do processo de composição.
Como se processou desta vez? Mudaram alguma coisa em relação ao passado?
O processo foi
igual, eu e o Michael Blade compomos as bases das músicas e depois os
nossos amigos Antim e Tommy dão o seu parecer e a sua magia. A diferença agora
é que teve de ser composto um pouco mais rápido porque tínhamos prazos com
editora e uma tournée a ser marcada para final de março. Basicamente, o álbum
foi composto/arranjado em 3 meses com algumas pausas porque todos temos vidas
pessoais e outras atividades.
Em termos instrumentais nota-se uma abordagem mais melódica e
ritmicamente mais trabalhada. De que forma trabalharam esses aspetos?
Respondendo
sempre ao que a música pede. É muito importante sabermos ouvir, ter a “Antena”
no ar para captar o que realmente cada riff, cada nota, cada progressão
transmite ao ser tocada.
Também ao nível vocal, tens um desempenho que pode ser considerado
o teu melhor até agora. De que forma trabalhaste esse aspeto? Adotaste alguma
nova técnica?
Acho que me
cansei de estar sempre no limite do meu registo, é também fruto da maturidade
vocal e interpretativa ganha ao longos dos anos. Ao longo destes anos entendi
que não é preciso estar sempre em agudos superagressivos para ser energético e
estar ao nível dos melhores vocalistas deste género, creio que já mostrei o meu
alcance vocal noutros trabalhos, e agora era altura de ser mais honesto e de
experimentar outros modos vocais e técnicas. Tentar realmente dizer algo, consoante
a música e o tema. Foquei-me mais na interpretação.
Como surge a versão de hino intemporal que é Filhos do Metal? Também pode ser visto como uma homenagem aos
primeiros nomes do metal nacional?
Sem dúvida que é
uma homenagem. Isto surgiu, pois, nós somos grandes fãs de Xeque-Mate, e
gostamos bastante de fazer covers como já reparaste. Já há alguns anos
andávamos na ideia de fazer uma versão dos pioneiros do metal nacional,
e achamos que este álbum se encaixaria perfeitamente com a música Filhos do
Metal.
Em termos de gravação, com quem trabalharam e aonde? Correu tudo
como planeado?
Trabalhamos com o
Fernando Matias, do Pentagon Audiomanufacturers Studio numa
localidade chamada Guerreiros, irónico, não é? E não poderia ter corrido
melhor. Começamos a trabalhar com o Matias na Warriors Collection e
desde aí que nunca mais o deixámos de chatear. É um grande profissional que
consegue sempre tirar o melhor de cada músico.
Já tiveram algumas oportunidades de apresentar algumas destas
músicas ao vivo? As reações têm sido consistentes com a qualidade do álbum?
Só tocamos uma
vez e foi apenas a Night Shadows, por isso não te consigo dizer grandes
reações, mas teremos pelo menos 30 datas para depois dizermos como correu
(risos).
E, para breve, têm mais alguns concertos planeados, não é
verdade? Podes apresentá-los?
Temos as nossas
datas de apresentação em Lisboa e Porto, depois temos a tournée europeia
Electric Invasion com os Venator e de seguida a tournée ibérica
Through the Southern Lands. Depois disso vamos andar em festivais tanto
cá em Portugal, como Vagos Metal Fest e outros internacionais alguns a
serem anunciados.
Entretanto, já não vêm ao Lamaecum Metalfest pois não? O que aconteceu?
Não, com muito
pena, pois havia bastante gente para nos ir ver, mas por motivos de ordem
profissional tivemos que cancelar essa data.
Obrigado, Lex! Queres acrescentar mais alguma coisa para os
nossos leitores e para os vossos fãs?
Sim, quero
agradecer a todos por terem lido esta entrevista e que continuem a ouvir a
melhor música do mundo, o Heavy Metal!
Comentários
Enviar um comentário