Entrevista: Achelous

 


Com Macedon em 2018 e The Icewind Chronicles em 2022, os Achelous conquistaram fortes seguidores na cena underground, apresentando-se também em festivais de relevância. A combinação de heavy metal épico estrondoso e direto com passagens atmosféricas tornaram-se uma marca registrada da banda que conseguiu alcançar um estilo reconhecível. Agora, no seu terceiro álbum os Achelous adicionam ainda mais chama e paixão à sua música, ao mesmo tempo que dão um passo em frente em todos os aspetos, incluindo musicalidade e performance. Confiram tudo com o vocalista Chris Kappas.

 

Olá, Chris, como estás? A última vez que conversámos foi em 2022, na altura a sair de um período de pandemia e com muitas indecisões. Como reagiram os Achelous a isso e o que têm feito desde então?

Olá! Espero que estejas bem! Achelous saíram da pandemia mais fortes do que nunca! Depois de lançar o álbum Icewind Chronicles tivemos a oportunidade de nos apresentar para públicos incríveis em festivais como Up the Hammers, Horn's Up e Golden R Fest! Também fizemos algumas apresentações ao vivo em outras cidades gregas como Lamia, Larisa, Volos e, claro, Atenas. Ao mesmo tempo, também trabalhamos no novo álbum. Finalizamos a demo no primeiro ano e ao mesmo tempo divulgamos Icewind Chronicles com espetáculos. Em 2023 fomos para estúdio gravar o novo álbum que foi lançado um ano depois, em março de 2024.

 

Tower Of High Sorcery é esse novo álbum dos Achelous e a novidade é que desta vez não temos gelo. O que trazem agora para ps vossos fãs?

Trazemos novos níveis de epic metal! Levamos a nossa música um passo adiante com este álbum. Adicionamos mais influências de todos os tipos de metal e também mais passagens folk. Acreditamos que temos que evoluir de álbum para álbum e adicionar coisas novas na nossa música, mas sempre permanecendo fiéis às nossas raízes. Podes ver evolução, mas ao mesmo tempo sabes que é a mesma banda.

 

Por que escolheram este título para o álbum? O que significa?

Este álbum é um conceito do Dragonlace, os incríveis livros de fantasia épica de Margaret Weis e Tracy Hickman. The Towers of High Sorcery eram lugares onde os magos podiam ir e estudar. A ideia do conceito surgiu quando terminamos o nosso álbum anterior e decidimos que esse título seria adequado para o próximo!

 

No que diz respeito aos processos criativos e de escrita, no último álbum houve mais contribuições de George Mavrommatis. E para este? Foi uma participação ainda maior dos demais integrantes da banda?

Este foi composto por George e por Chris Achelous e 95% da produção foi feita por George. Afastei-me do processo de composição deste álbum por causa das pesadas tarefas que tenho na gestão da banda, portanto demos a George muito mais espaço para criar músicas para a banda. Eu e Chris Achelous tratamos de todos os outros assuntos relacionados com a banda e George e Chris criam a parte musical.

 

Com este novo álbum promoveram uma mudança na formação, no departamento das guitarras com a entrada de Haris Dinos. No último álbum ele foi convidado; agora é membro permanente da banda?

Haris já esteve connosco em Macedon. Teve alguns problemas pessoais durante a criação de Icewind Chronicles, por isso recuou. Foi nessa altura que recrutamos Vicky Demetrzi. Vicky ajudou-nos nestes dois anos de gravações e divulgação do álbum, mas no final ela pensou em emigrar. Portanto, a nossa primeira escolha foi pedir a Harris que voltasse para a banda porque os seus problemas tinham terminado e agora temos a formação original do álbum Macedon.

 

Desta vez também têm alguns convidados, particularmente relevante com a contribuição de Anastasia Megalokonomou. Mais uma vez, o vocal feminino a trazer um pouco de magia ao vosso metal épico – foi essa a intenção?

Sempre tivemos vocais femininos nos nossos álbuns. Mesmo na demo Al Iskandar, Pagan Child foi cantada por Irene Sahtouri. Neste álbum tivemos uma grande contribuição não só de Anastasia, mas também de Evelina Megalooikonomou, The Soul Sisters como são chamados os seus duetos. Sáo duas cantoras incríveis e ajudaram-nos muito não só no álbum, mas também no grande espetáculo em Atenas para a promoção do novo álbum. Devo dizer que isso não acontece intencionalmente. Quando compomos uma música nós “ouvimos” o que a música “quer” e “precisa”. Se for vocal feminino, usamos.

 

Porém, desta vez, elas também trouxeram uma nova abordagem – algo mais celta e medieval. Foi o sentimento que estavam à procura?

Sabíamos que duas cantoras incríveis como Anastasia e Evelina poderiam fazer milagres acontecerem. Queríamos criar algo assim, mas demos liberdade a ambas para fazerem o que quisessem.

 

Ela participa na introdução (Whispering Forest) e em Pagan Fire, duas músicas com semelhantes moods. Estão conectadas?

Todo o álbum está conectado porque é conceptual. E deixa-me contar uma pequena história. Pagan Fire é a regravação de Pagan Child da demo Al Iskandar. Tínhamos 3 músicas nesta demo. Al Iskandar foi regravada para o álbum Macedon, The River God foi reconstruída e regravado no EP Northern Winds e, finalmente, Pagan Child foi a base para Pagan Fire no nosso novo álbum. Foi a última música da demo que não tinha sido reconstruída.

 

Que outras conexões podem ser encontradas neste álbum, uma vez que é um álbum conceptual?

Como disse, este é um álbum conceptual que tem a ver com contos do mundo de fantasia de Dragonlance. Para nós é mais fácil trabalhar num conceito padrão porque temos uma história, portanto torna-se mais fácil para as letras. Como uma banda de metal épico, somos como contadores de histórias, logo é muito melhor focar em algo do que ter uma temática mais solta.

 

Como foi a vossa metodologia de trabalho para este novo álbum? Semelhante aos seus álbuns anteriores ou tentaram abordagens diferentes?

Dizem que não se muda uma equipa que vence! Portanto, tivemos praticamente o mesmo método de Icewind Chronicles. A única coisa que mudou foi que nos concentramos em como nos tornar melhores músicos para entregar um álbum muito melhor. Por exemplo, comecei novamente com vocal coaching nos últimos 3 anos, e acho que apresento uma versão muito melhor de mim mesmo do que no álbum anterior. Isso vale para o resto dos elementos da banda.

 

Já tiveram oportunidade de tocar Tower Of High Sorcery ao vivo? O que mais têm planeado para o futuro?

Claro... a tour da Tower Of High Sorcery já começou. Há duas semanas estivemos no incrível Festival Open The Gates no Chipre ao lado de algumas grandes bandas como Domine, Arrayan Path, Solitary Sabred, R.U.S.T. X e muitas mais. No sábado passado, tivemos a nossa apresentação ao vivo do novo álbum num Temple Club lotado com os nossos amigos alemães e colegas de editora Servants To The Tide e no domingo estivemos na cidade de Patra diante de uma multidão selvagem!!! Também estamos agendados para uma tour europeia em maio em países como Croácia, Sérvia, Roménia e Hungria e, finalmente, a primeira etapa da tournée termina no dia 1 de junho em Hamburgo, Alemanha, no ilustre Tidefest! A segunda etapa começa em final de agosto no Golden R Fest onde compartilharemos o palco com bandas como Destruction, Warlord, Mayhem, Sorcerer, Suicidal Angels, Varathron, etc. e estamos em negociações para mais espetáculos em outubro.

 

Obrigado, Chris, foi uma honra. Queres enviar alguma mensagem aos nossos leitores e aos vossos fãs?

Muito obrigado por esta bela entrevista. Continuem a apoiar as bandas underground e Metal On!!!


Comentários

DISCO DA SEMANA #47 VN2000: Act III: Pareidolia Of Depravity (ADAMANTRA) (Inverse Records)

MÚSICA DA SEMANA #47 VN2000: White Lies (INFRINGEMENT) (Crime Records/We Låve Records)

GRUPO DO MÊS #11 VN2000: Earth Drive (Raging Planet Records)