Entrevista: Benjamin Croft

 


Para We Are Here To Help, Benjamin Croft não fez a coisa por menos e convidou uma formação galáctica para o ajudar a interpretar as suas composições. Para além disso, pela primeira vez o britânico assina um álbum com temas cantados nas vozes de Jeff Scott Soto e Lynsey Ward. Da junção de todos estes aspetos, resulta um espetacular álbum que fomos perceber melhor na conversa que mantivemos com o seu criador.

 

Olá, Benjamin, tudo bem? Obrigado pela disponibilidade para esta entrevista. We Are Here To Help é o teu novo álbum que mostra um lado muito inovador de ti próprio. Quando surgiu a ideia deste álbum e quando começaste a trabalhar nele?

O Reino Unido passou por vários confinamentos devido à pandemia em 2020 e 2021. Usei esse tempo com sabedoria. Durante esse período consegui escrever a maior parte de We Are Here To Help. Começo sempre primeiro com o título da composição. A música surge naturalmente quando tenho imagens na mente!

 

Neste álbum surges acompanhado por excelentes músicos. Foi fácil tê-los a todos a bordo?

Foi um prazer trabalhar e comunicar com todos os músicos apresentados no álbum. A parte difícil foi encontrar horários nas suas agendas lotadas para acompanhar o material. O álbum demorou um ano inteiro para ser gravado por causa disso!

 

Todos os nomes que convidaste estavam disponíveis ou houve alguém que não tenha sido possível?

Todos os que convidei estavam disponíveis, exceto um! Entrei em contacto com o incrível baterista Gregg Bissonette para tocar numa faixa. Greg ficou feliz em tocar. Infelizmente tinha saído em tournée com Ringo durante o período em que eu estava a programar para gravar a música. Espero poder trabalhar com Gregg num futuro próximo em algumas músicas.

 

O processo de composição esteve apenas sob a tua responsabilidade ou foi também um esforço coletivo?

Eu escrevi todo o material para os músicos. Porém muitos deles deram-me sugestões para melhorar as faixas. Os conselhos desses músicos incríveis não podem ser ignorados! Também me certifiquei em dar-lhes espaço nas faixas para fazerem as suas próprias coisas, solos etc. As letras das músicas do álbum foram uma colaboração entre mim e Marsha Swanson. Trabalhei com Marsha durante vários anos em vários projetos.

 

Não é muito fácil descrever a tua música. Portanto, enquanto criador, como descreverias We Are Here To Help?

Gosto de o descrever como rock/metal progressivo com um toque de fusão! We Are Here To Help é definitivamente um álbum inspirado no prog. As inspirações vêm de fontes bastante diversas. Existem as influências clássicas. Compositores como Bartok e Stravinsky. Portanto, prog clássico. Yes e ELP. Depois, nomes difíceis de definir. Kate Bush e Frank Zappa.

 

És teclista, mas este álbum é muito mais do que um álbum voltado para os teclados. Pretendeste desde o início escrever e compor algo mais musical, mas sempre com espaço para grandes solos?

Com o novo álbum eu quis romper com a música puramente instrumental. Originalmente eu decidi escrever 2 músicas com vocais. Ficaram tão bem que escrevi mais duas! E estou o mais orgulhoso das 4 músicas do álbum. Na minha música haverá sempre lugar para passagens instrumentais, mas no futuro pretendo desenvolver mais a composição.

 

No desenvolvimento deste projeto quais foram as principais dificuldades que encontraste?

A única parte complicada foi acertar o alcance dos vocalistas. Quando comecei a escrever, não tinha certeza se as peças seriam para um cantor ou uma cantora. No entanto, assim que as duas primeiras músicas foram concluídas e comecei a colaborar com Jeff Scott Soto e Lynsey Ward, e as outras músicas foram mais fáceis de escrever. Pude escrever especialmente para eles.

 

Como foi o trabalho de estúdio para este álbum? Como conseguiste gravar e gerir tantos músicos?

O álbum demorou um ano para ser gravado. Foi dividido em 3 blocos. Gravei 3 músicas no início do ano, 4 músicas no meio e uma no final. Aproveitei as pausas na gravação para fazer ajustes e melhorias. O álbum foi depois misturado e masterizado no ano seguinte.

 

Haverá possibilidades de levar este projeto para palco e ser tocado ao vivo? O que tens planeado com essa finalidade?

Adoraria tocar estas músicas ao vivo em algum momento. Já toquei material dos meus dois primeiros álbuns ao vivo. Não vejo razão para não o fazer com o novo material. É claro que também é caro levar um projeto como este para a estrada. Espero fazer alguns espetáculos no final do ano.

 

Obrigado, Benjamin, mais uma vez, foi uma honra. Queres enviar alguma mensagem para os teus fãs?

Agradeço as palavras gentis e o feedback positivo que recebi até agora. A única coisa que gostaria de dizer é: por favor, comprem o meu álbum e álbuns de outros artistas! Eu adoraria gravar mais no futuro e preciso do apoio dos fãs para que isso aconteça!


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