Entrevista: Khirki

 


Depois do lançamento aclamado do seu álbum de estreia Κτηνωδία em 2021, os Khirki estão de volta com o muito aguardado segundo álbum, Κυκεώνας. Inspirados pela feiticeira lendária Circe da Odisseia de Homero, os Khirki conseguem manter a sua assinatura sonora que funde o excitante rock com a sedutora música folk grega, balcânica e da Anatólia, enquanto aprofundam e ampliam a sua paleta sonora. Κυκεώνας mergulha profundamente na temática do mar, explorando o poder elemental e simbólico da água através de histórias mitológicas evocativas. Já depois de terem tido a sua primeira tour europeia (que não passou por Portugal, é claro), tivemos a oportunidade de conversar com o trio helénico.

 

Olá, pessoal, tudo bem? Obrigado pela disponibilidade! Khirki é uma banda jovem, mas que já lançou dois álbuns. Por isso, antes de mais, podem apresentar a banda aos metalheads portugueses?

Saudações Pedro e todos os metalheads portugueses! Estamos felizes por estar aqui! Khirki é uma banda de metal da Grécia e os seus membros são Dimos Ioannou nos vocais/guitarras, Orestis Katsaros no baixo e Orestis Mavros na bateria.

 

Admito que a vossa sonoridade é muito difícil de descrever, mas se eu vos pedisse para a definir, o que me diriam?

Esse é um problema que às vezes também enfrentamos (risos). Acho que metal/hard rock com elementos folk e progressivos é uma maneira de descrever, mas é claro que a melhor maneira de descobrir o que tocamos é ouvir algumas das nossas músicas!

 

Κυκεώνας é o vosso novo álbum, portanto, como descreverias a evolução do vosso som e temáticas neste novo álbum em comparação com o trabalho anterior?

Κυκεώνας é mais experimental e tem uma variedade maior de estilos musicais do que o nosso trabalho anterior, Κτηνωδία. Isto também é verdade em termos de produção, que é menos compacta e mais “livre”, se é que isso faz algum sentido. Um dos temas principais do álbum é viajar no mar, o que coincide com a exploração, e neste álbum estamos definitivamente a explorar nas nossas composições e no nosso som.

 

E também se podem notar alguns elementos folk e étnicos. São representativos da vossa região/país?

Sim! Inspiramo-nos na tradição grega, na tradição dos Balcãs e na música da Anatólia, por isso está tudo aí! No entanto, não queremos que isso fique in your face, digamos, a primeira coisa que notas na música, mas sim espalhado na nossa música para que ela coexista em harmonia com os vários outros estilos de música que tocamos.

 

E essa instrumentação tradicional e outros instrumentos que podemos ouvir no álbum foram tocados por vocês ou chamaram alguns convidados para tocar essas partes?

Um grande amigo nosso é o violinista Christos Konstantinidis, que aparece em Father Wind, que também tocou em algumas outras faixas do nosso álbum anterior. Kostas Dimou gravou o clarinete que podes ouvir no final de Your Majesty, enquanto toda a percussão foi escrita e gravada pelo nosso baterista anterior, Spiros Stefanis.

 

Uma vez que cantam maioritariamente em inglês, por que escolheram um título grego? Já agora, o que significa?

Συμπληγάδες! Simplegades são as rochas que se chocam, que segundo a mitologia grega fechavam sempre que um navio passava! A história mais famosa a respeito delas é Jasão e os Argonautas. Originalmente, queríamos escrever as letras em inglês, mas não importa o que tentássemos, não conseguíamos encaixá-las na melodia vocal! Mas a letra em grego encaixou-se perfeitamente, portanto era justo que o título também fosse em grego.

 

Liricamente, quais são os principais assuntos que abordam em Κυκεώνας?

O poder elementar da água e do mar está presente na maioria das nossas músicas deste álbum. Além disso, mergulhamos em figuras e histórias mitológicas obscuras e tentamos dar ao público algumas boas imagens através das nossas letras. Queremos ser originais e tentamos construir um universo dentro da cabeça do ouvinte. Ler as letras deve aumentar o prazer da nossa música e esse é o nosso objetivo.

 

Mais uma vez uniram-se ao aclamado produtor Theodore Zefkilis. Que contribuição trouxe para a vossa música?

Ficamos muito felizes em colaborar com ele novamente! Theodore é um produtor experiente, que também é capaz de fornecer informações artísticas valiosas, o que significa que ele não está lá apenas pelo aspeto técnico das coisas, e isso é algo que apreciamos e procuramos num produtor! Além disso, ele não tem uma “estética metal” na produção, o que por mais estranho que pareça, também é algo que queremos. E por último, ele é uma ótima pessoa para beber cerveja!

 

Terminaram recentemente a vossa tournée europeia. Como foram as reações? E o que mais têm planeado para o futuro?

Concluímos a nossa primeira tournée europeia há algumas semanas… e adoramos! As reações foram incríveis, divertimo-nos muito a tocar em diferentes países e a conhecer os nossos fãs! Mal podemos esperar para voltar à estrada, o que provavelmente acontecerá novamente em outubro!

 

Obrigado, pessoal. Querem enviar alguma mensagem para os nossos leitores e para os vossos fãs?

Um enorme obrigado a todos que ouviram a nossa música e de alguma forma nos apoiaram! Esperamos visitar Portugal num futuro próximo e tomar algumas bebidas juntos! Até lá!!


Comentários

DISCO DA SEMANA #47 VN2000: Act III: Pareidolia Of Depravity (ADAMANTRA) (Inverse Records)

MÚSICA DA SEMANA #47 VN2000: White Lies (INFRINGEMENT) (Crime Records/We Låve Records)

GRUPO DO MÊS #11 VN2000: Earth Drive (Raging Planet Records)