Electric Omega (SILVER HORSES)
(2024, Bad
Reputation)
O novo álbum dos Silver Horses,
intitulado Electric Omega, marca o terceiro registo desta banda
italo-britânica, trazendo consigo uma energia renovada e um toque contemporâneo
ao seu som clássico. Tudo num trabalho que apresenta uma mistura de novas
composições e reinterpretações de músicas antigas dos Mantra, antigo
projeto de Gianluca Galli. Depois de durante muitos anos ter contado com
Tony Martin no microfone, para este trabalho os Silver Horses
chamaram Jacopo Jack Meille (Tygers Of Pan Tang), para outro
exemplar desempenho. Looking So Good abre o álbum com riffs
poderosos e vocais intensos, estabelendo o tom de um álbum que assenta numa
mescla de influências do hard rock clássico dos anos 70, com Led
Zeppelin e Whitesnake à cabeça, ao qual se adiciona com uma
abordagem moderna e pessoal. E que ganha uma vida própria quando entra por
campos funky, como acontece em Sandcake, Trapped In The Woods
e My Lady In Red. Ou quando abre espaço para belos arranjos acústicos,
como acontece em Somewhere Sometimes e The Grande Design. Já Family
Man, que explora diferentes nuances dentro do hard rock, acentua a
versatilidade da banda. [87%]
Rise (HOLY MOTHER)
(2024, Massacre Records)
Rise
é o segundo lançamento dos Holy Mother após a reunião em 2021, atingindo
o número de sete álbuns de estúdio no total. E é um registo onde Mike
Tirelli, reconhecido pela sua voz poderosa e presença icónica na cena metal,
presta homenagem ao co-fundador Randy Coven. Rise reflete o heavy
metal tradicional, com riffs robustos, refrões cativantes e solos
impressionantes. Tirelli, aos 58 anos, demonstra que a sua voz continua
inabalável, especialmente na faixa Jeremiah, que remete ao estilo de Dio.
O álbum, embora traga algumas influências modernas, mantém-se fiel às raízes
clássicas do metal, com saliência para Power, uma faixa que é um
verdadeiro festival do género, encapsulando o espírito da banda. Mas outros
temas como Rise ou Fire, se destacam pela energia contagiante e
pela qualidade técnica de execução. Rise é um álbum forte, com muitas
dinâmicas, que vai do hard rock e do glam a sons mais extremos do
groove. Sempre com uma secção rítmica poderosa, um baixo muito cheio, um
vocalista com uma incrível capacidade e um guitarrista altamente dotado. E,
assim, os Holy Mother consolidam a sua posição na cena, demonstrando que
ainda têm muito a oferecer ao género. [84%]
Vourukasha (BISMARCK)
(2024, Dark Essence Records)
Vourukasha, o terceiro álbum da banda norueguesa de stoner/doom
metal Bismarck, é uma obra ambiciosa que mistura riffs sludgy
com nuances psicadélicas, criando uma experiência auditiva que atravessa o
tempo e o espaço. Lançado pela Dark Essence Records, este álbum
destaca-se pela sua produção impecável e pela habilidade de criar atmosferas
densas e envolventes. A abertura com Sky Father é poderosa e imediata,
impulsionando o ouvinte numa viagem intensa com vocais rugidos e uma melodia
hipnotizante. A transição para Echoes mantém o ouvinte imerso em
passagens sombrias e reflexivas, antes de culminar num final explosivo. Kigal
surpreende com influências do Médio Oriente, oferecendo uma pausa contemplativa
no meio do caos sonoro. E nesta mistura de momentos agressivos, cáusticos, sludgy
e arrastados, mas também psicóticos, shamanicos e contemplativos, o álbum vai
perdendo força e coesão ao longo da sua duração, com momentos algo insipientes,
onde a curta faixa intermédia (Tree Of All Seeds) parece ter um efeito
cortante no cenário que vinha a ser construído. [73%]
Unbeliever (BLYND)
(2024, Pitch Black Records)
Unbeliever marca o regresso dos cipriotas aos discos,
nove anos depois de Liber Sum. E este quarto registo da banda cipriota
traz doses massivas de death/thrash metal bem pinceladas de elementos
carregados de um groove agressivo. Mantem-se a energia visceral que sempre
os caraterizou num álbum que oferece uma combinação eficaz de atmosferas
sombrias e passagens pesadas, resultando numa experiência sonora diversificada
e robusta. Temas como 1984 e Ground Zero destacam-se pelas suas
letras provocadoras que abordam questões como guerra, vigilância em massa e a
repressão da liberdade de expressão. Mas, Unbeliever nem sempre tem a mesma
consistência que Between Two Worlds ou Primordial Hunter, duas faixas
onde o trabalho instrumental se revela pormenorizado. Mesmo contando com uma
fusão de riffs poderosos, baterias avassaladoras e coros épicos, este
registo deixa no ar a ideia que todo esse poderio não é adequadamente
acompanhado no tocante às composições. [75%]
World Ablaze (BONE RIPPER)
(2024,
Independente)
World Ablaze dos Bone Rippper, é um sólido exemplo de hardcore metal numa combinação de brutalidade e mensagens atuais. Ao longo de 10 temas distribuídos por quase 22 minutos, World Ablaze mostra-se um registo intenso e direto. Final Warning, tema de abertura, mostra, de forma clara, a abordagem da banda com uma narrativa falada sobre um arranjo agressivo. A linha manter-se-á até de forma demasiadamente repetitiva para o bem do álbum. A tentar contrariar essa repetitividade surgem temas como Fear Of Death, Hate Is Hollow com a incursão por alguma melodia e Beyond Redemption, com uma construção mais lenta. Os fãs de Terror, Hatebreed e Sworn Enemy podem encontrar neste som brutal e agressivo alguns pontos de interesse, mesmo que os Bone Ripper nem sempre consigam ser tão sólidos nas suas composições como o são na potência da sua sonoridade. [70%]
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