Formados em plena pandemia, os Amethyst são um
quinteto suíço dedicado a reviver e modernizar a energia do heavy metal clássico, marcado
pelo espírito do hard rock das décadas de 70 e 80. Desde as suas
primeiras atuações, a banda tem conquistado o seu espaço em palcos de
prestigiados festivais, como o Muskelrock e o Keep It True Rising, fortalecendo
a sua confiança e cimentando a sua identidade musical. Com o álbum de estreia, Throw Down The Gauntlet, o
guitarrista Yves, fala-nos sobre a origem da banda, o processo criativo e as
influências que guiam o seu som, bem como as ambições futuras da banda.
Olá, Yves, como estás? Obrigado pela disponibilidade. Antes de
mais, podes apresentar os Amethyst aos metalheads portugueses?
Obrigado, pelo
vosso interesse na música da nossa banda! Somos um grupo de cinco elementos da
Suíça que se entregam às raízes da nossa amada música e lutam para a trazer de
volta ao século XXI com uma paixão desenfreada.
Os Amethyst foram formados em 2020, durante a pandemia. Como é
que este período de isolamento influenciou a formação da banda e o seu processo
criativo inicial?
Embora tenha
certamente ajudado o facto de estarmos presos em casa sem mais nada para fazer
- nada que valha a pena - e com muito tempo disponível, teria acontecido mais
cedo ou mais tarde de qualquer forma, independentemente das circunstâncias
externas. A fome e a paixão só podem ser saciadas durante um curto período de
tempo, até que a fome e a paixão se apoderem de nós e nos obriguem a agir. Por
isso, agimos e assim nasceu Amethyst.
A vossa segunda atuação ao vivo teve lugar no Muskelrock, na
Suécia. Qual foi a sensação de atuar num festival tão prestigiado tão cedo na
vossa carreira e como é que a resposta do público moldou a vossa confiança
enquanto banda?
Sentimo-nos - e
ainda nos sentimos - incrivelmente honrados por nos ter sido dada a
oportunidade de tocar num local como este, que a maioria de nós já conhecia bem
por sermos visitantes de longa data desse festival. O público estava apaixonado
e vibrante para além do imaginável e a tenda que acolheu o nosso concerto mal
estava de pé depois da nossa conquista sónica. Foi tudo o que podíamos pedir e
ainda mais, pelo que naturalmente teve uma influência bastante benéfica na
nossa confiança.
Depois do Muskelrock, tocaram em vários festivais de renome como
o Keep It True Rising e o Chaos Descends. Como é que tocar ao vivo influencia a
vossa música e como é que adaptam as vossas gravações de estúdio ao ambiente ao
vivo?
Como grandes fãs
que somos, estamos bem cientes do facto de que é principalmente no ambiente ao
vivo que a música ganha vida na sua forma mais pura e genuína. Com isso em
mente, escrevemos sempre as nossas músicas de forma que seja possível tocá-las
ao vivo tal como são ouvidas no disco. Portanto, nada de overdubbing e
esse tipo de coisas...
O vosso som é fortemente inspirado pela energia crua do hard rock dos anos 70 e 80. Podem partilhar que bandas ou
álbuns específicos dessa época que tiveram mais impacto na direção musical dos
Amethyst?
Antes de mais
nada, queríamos capturar o espírito dessa época e, embora haja certamente uma
abundância de influências, queríamos fazer dela a nossa própria expressão
artística. Mas é claro, bandas como Iron Maiden, Thin Lizzy
(especialmente com Gorham/Robertson), Angel Witch, Saxon, Dark
Star, etc. tiveram uma enorme influência na formação e articulação da nossa
própria visão de heavy metal.
Com o vosso som enraizado no heavy metal clássico de décadas passadas, como é que os
Amethyst se veem na cena metal moderna? Como é que equilibram a
homenagem aos sons tradicionais enquanto mantêm as coisas frescas e excitantes
para os ouvintes de hoje?
É claro que essa
é uma pergunta muito válida. Mas nós não pensamos muito sobre a perceção
externa da nossa música e preferimos apenas tocar o que nos inspira e vem
diretamente do coração. Do nosso ponto de vista, esta música é intemporal e
ainda relevante, pois nem tudo foi dito a esse respeito. Não a consideramos
“retro” no sentido comum da palavra.
Sendo Throw Down The Gauntlet
o vosso primeiro longa-duração, qual é o tema ou a mensagem que queriam
transmitir? Como é que o título do álbum reflete a essência da música?
Não é um álbum
conceptual ou algo do género. Mas é antes uma tomada de posição sobre o que
achamos que esta forma de música rock deve ser e a sua relevância
imutável e, por isso, pode inevitavelmente desafiar os hábitos de audição de
algumas pessoas. Ou, pelo menos, assim o espero....
Podes explicar-nos o processo de composição na banda? Como é que
equilibram as contribuições entre os membros, especialmente com dois
guitarristas, tu e o Ramon?
Normalmente,
alguém apresenta, sobretudo um dos guitarristas ou o nosso baixista, algumas
ideias básicas que são posteriormente desenvolvidas nos nossos ensaios, com
todos a contribuírem da melhor forma possível. É muito essencial para o nosso
processo de composição captar uma certa espontaneidade que não pode ser
alcançada apenas sentado na secretária em casa.
O álbum teve uma receção
tremenda, com excelentes críticas. Estavam à espera desta receção?
Nunca pensamos
muito sobre as possíveis reações que um lançamento pode provocar, mas deixamos
as coisas seguirem o seu curso. Mas, no entanto, é bastante satisfatório se a
nossa produção artística atinge o coração e a alma de muitas pessoas de uma
forma favorável.
A faixa Rock
Knights aparece tanto no vosso EP como no vosso álbum de
estreia. O que levou a essa decisão? Como é que a canção evoluiu entre os dois
lançamentos?
Nota da banda:
não evoluiu. O EP foi chamado assim antes mesmo de escrevermos essa faixa.
Gravaram Throw Down The Gauntlet
no início de 2024 com Eldo na engenharia, mistura e masterização. Como é que
esta abordagem de produção interna influenciou o som final do álbum?
Nós sabemos muito
bem como queremos que a nossa música soe e o El Do tem a intuição e o
conhecimento técnico certos para o fazer acontecer. Esta abordagem “faça você
mesmo” permite-nos controlar basicamente todos os passos da produção e garante
que o resultado seja o mais próximo possível da visão inicial.
Os videoclipes de Embers On The Loose e
Serenade (Under The Rising Moon) foram lançados recentemente. Podes
falar sobre o conceito por detrás do vídeo e porque escolheram estes temas como
singles?
O facto de serem
a primeira e a última canção do álbum, respetivamente, teve certamente um papel
importante na nossa decisão. Além disso, são - pelo menos do nosso ponto de
vista - quase opostas em muitos aspetos, com Embers a captar mais o
nosso lado mais selvagem e rock’n’roll, enquanto Serenade tende
mais para o nosso lado introspetivo e (por vezes) melancólico. Assim, na sua
oposição de um género, englobam (quase) tudo o que esta banda é.
Quais são as vossas ambições para o futuro dos Amethyst, tanto
em termos de evolução musical como de atuações ao vivo? Há alguma nova direção
ou conceito que queiram explorar em futuros lançamentos?
Queremos
aprofundar a nossa paixão por esta música, pois o nosso fogo está a arder. Dito
isto, veremos o que o futuro nos traz e a que caminhos estranhos nos pode
levar.
Obrigado, Yves, mais uma vez. Queres enviar alguma mensagem aos nossos leitores ou aos vossos fãs?
Muito obrigado por nos receberem! Mantenham as vossas chamas acesas e Up The Irons! Saúde!
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