Reviews VN2000: RADDAR; AVI ROSENFELD & STEFANO STEX SBRIGNADELLO; NIGHT DEMON; CONSUMED BY VULTURES
Voyage (RADDAR)
(2024, Independente)
O quinto álbum da banda texana Raddar, Voyage,
volta a ser uma homenagem ao rock clássico e ao hard rock
tradicional, caraterizado por uma sonoridade old-school. Lliderados por Razar
King e Randee Lee, a banda estreia aqui um novo baterista, na pessoa
de Horacio Peres que, todavia, não faz esquecer o trabalho rítmico dos
álbuns anteriores. Em Voyage continua-se a mostrar a paixão pelo rock
setentista, inspirando-se em bandas como Deep Purple e Uriah Heep,
destacando-se guitarras sólidas e teclados analógicos que reforçam o ambiente
clássico, transportando o ouvinte para uma atmosfera semelhante à dos anos 70. Todavia,
depois de um inicio promissor com Fly With Me e In God We Trust, Voyage
vai decaindo, notando-se uns Raddar que têm vindo a trabalhar com muita
pressa de produzir material, e que, nesta altura, já estão a entrar num
labirinto de ideias de onde parecem não conseguir sair. [73%]
Attack (AVI ROSENFELD & STEFANO STEX SBRIGNADELLO)
(2024, Independente)
O álbum Attack, é mais uma obra (já lhe
perdemos a conta!) do compositor israelita Avi Rosenfeld e, mais uma
vez, recorre à colaboração internacional de músicos de diversas partes do
mundo. Desta vez, no entanto, e como já tem acontecido, a componente vocal está
entregue apenas a um nome: o talentoso vocalista italiano Stefano
"Stex" Sbrignadello, cuja voz versátil e potente se destaca ao
longo do álbum. Musicalmente, Attack oferece uma impressionante fusão de
hard rock e influências orientais, com guitarras que exploram
tonalidades únicas e profundas. A variação rítmica é um dos pontos forte da
obra, sustentada por uma base sólida de teclados e solos de guitarra
fragmentados e criativos. Os teclados, que muitas vezes ganham uma atmosfera
espacial, dialogam de forma exemplar com as linhas vocais de Sbrignadello e com
as harmonias e solos das guitarras, criando uma sinergia envolvente que mantém
o ouvinte cativado. Temas cheios de swing e groove e melodias
poderosas evidenciam a capacidade técnica dos músicos envolvidos, que, embora
oriundos de diferentes culturas musicais, se unem harmoniosamente para apresentar
uma experiência sonora rica e variada. [86%]
Curse Of The Damned – Deluxe & Expanded (NIGHT DEMON)
(2024, Steamhammer/SPV)
Os californianos Night Demon têm vindo
a eletrificar as audiências um pouco por todo o mundo com o seu heavy metal
clássico e tradicional. Outsider, de 2023, tem sido a base desta tournée,
mas ao longo do caminho, a banda tem ouvido os seus fãs exigirem cópias físicas
dos ilustres álbuns da fase incial da sua carreira, nomeadamente da estreia Curse
Of The Damned e do sucessor Darkness Remains. Com estes álbuns
esgotados, pelo menos em alguns dos seus formatos, os Night Demon
decidiram lançar edições deluxe e
aumentadas pela sua própria editora, a Night Demon Records, mas fora da
Europa. Agora, é a sua própria editora da altura, a Steamhammer/SPV, que
traz estas novas versões para o velho continente. Originalmemte, Curse Of
The Damned foi lançado em 2015, não sendo por isso, um disco com muita
idade. Mas é um disco fundamental. Este é um disco que projeta o NWOBHM dos
anos 80 para o presente de uma forma muito competente, respeitando na perfeição
a traça original. Uns temas rápidos, quase na linha do que na altura se
chamava speed metal, outros mais mid-tempo, outros
ainda mais compassados constituem o menu deste disco. Esta
nova versão traz o álbum remasterizado pelo guitarrista Armand John Anthony,
bem como a adição de dois temas: uma versão de Road Racin’, dos Riot
e uma regravação de um clássico do trio, The Chalice, aqui rebatizado de
The Chalice ’15. A edição é em CD e vinil e será, seguramente, uma boa
oportunidade para todos completarem a sua coleção de uma das mais excitantes
bandas da atualidade. [85%]
Darkness Remains – Deluxe & Expanded (NIGHT DEMON)
(2024, Steamhammer/SPV)
Dois anos após Curse Of The Damned, os Night
Demon davam um passo em frente e lançavam aquele que ainda continua a ser o
seu melhor álbum: Darkness Remains. Para este álbum deu-se a entrada do
guitarrista Armand John Anthony, que substituiu Brent Woodward e
é notória a melhoria ao nível das seis cordas. À semelhança de Curse Of The
Damned, também algumas versões deste lançamento estavam esgotadas, pelo que
a editora da banda americana (num primeiro momento e para os EUA) e a sua
editora da altura (mais recentemente e para a Europa) promovem a sua reedição.
Esta edição é expandida com a adição da cover dos Black Sabbath, Turn
Up The Night, que na altura já havia sido incluída no lado B do single
em vinil Black Widow; e uma desestabilizadora versão de We Will Rock
You dos Queen. [88%]
Pseudobiblion (CONSUMED BY VULTURES)
(2024, L’Arte
Produce)
O álbum Pseudobiblion dos suíços Consumed
By Vultures mostra-nos como é possível combinar brutal death metal
com elementos técnicos e atmosféricos. O álbum, lançado em 2019, mas agora alvo
de uma nova prensagem via L’Art Produce, traz como conceito a Divina
Comédia de Dante (por isso as faixas nomeadas como Cantos), continuando
assim, a viagem conceptual que começou em In Eterno. Musicalmente, Pseudobiblion
traz diversidade rítmica e uma estrutura sólida, revelando-se um registo versátil
e ambicioso, através de uma mistura de riffs pesados e solos técnicos,
explorando novos caminhos sonoros e narrativos dentro da escola death metal.
Destacamos as faixas Canto III: Cenere e Canto VI: Servi del Fuoco,
pela sua interessante combinação de melodias técnicas e breakdowns
potentes. [74%]
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