Entrevista: Clerks

 

A nova banda nacional Clerks surge em 2023 com um som que resgata influências do pop underground nova-iorquino dos anos 70 e do pós-punk, culminando no EP de estreia Social Studies. Formados por quatro elementos, o grupo adota uma abordagem individual e experimental na criação e gravação das suas músicas, explorando sonoridades diversas e contando com a colaboração de músicos convidados como Vítor Bacalhau, Nuno Alex e José Matos. O guitarrista Rui Farinha, fala-nos sobre o trajeto dos Clerks, o processo criativo independente, as influências que permeiam o som do grupo, e os próximos passos, incluindo o lançamento de uma nova faixa em dezembro.

 

Olá, Rui, obrigado pela disponibilidade. Clerks é um novo projeto nacional. Podes apresentar a banda e falar um pouco do vosso, ainda, curto trajeto até aqui?

Olá. Os Clerks são uma banda de quatro elementos que se propuseram fazer música durante o ano de 2023. As músicas que compõem o Social Studies foram trabalhadas e arranjadas individualmente e gravadas também dessa forma, o que determinou a diversidade sonora que o EP apresenta. Gravámos também uma cover que deverá ser incluída num CD de tributo a uma certa banda a ser editado pela Lux Records.

 

Quais são as vossas principais influências musicais e como conseguem integrá-las no vosso som?

Não penso que tenhamos querido integrar no som da banda as influências que necessariamente temos, na medida em que todos ouvimos bastante música há bastante tempo, todavia reconhecemos algumas dessas influências em determinados momentos das nossas músicas, mas acho muito mais interessante que cada pessoa que as ouça possa encontrar influências diferentes das que nós encontramos.  

 

O nome da banda, Clerks, poderia ser uma referência ao filme dos anos 90. Esse nome foi escolhido por alguma conexão com o cinema ou reflete outra ideia na identidade da banda?

O nome Clerks veio de uma frase que o Lou Reed canta na Sweet Jane. A certa altura da música ele canta “I’ll tell you something, Jack is a banker and Jane, she is a clerk”, o que no contexto em que nos situamos, não deixa de ser uma afirmação curiosa que transcende a mera designação profissional e encerra uma condição social.

 

A sonoridade de Social Studies leva-nos para uma fusão de pop underground nova-iorquino dos anos 70 com pós-punk. Podem contar-nos mais sobre como essas influências se traduzem na música e no conceito do álbum?

Sim. Não somos indiferentes ao som e à estética da downtown pop underground de NY no final dos anos 70, nem à new wave que veio a seguir. On Hold sugere essa sonoridade.

 

Durante o processo de criação e gravação no Coalman Recordings, trabalharam com o Vítor Bacalhau e João Paulo Daniel. De que forma essa colaboração influenciou o resultado final do EP?

O Vitor Bacalhau foi determinante na gravação e sobretudo no conseguir o som final de cada música, interpretou na perfeição as nossas indicações e potencializou-as, enriquecendo indiscutivelmente todas as músicas. O João Paulo Daniel é um amigo de longa data, excelente músico a quem nós pedimos que fizesse a masterização do EP e que gentilmente acedeu fazê-la.

 

Incluíram músicos convidados, como Nuno Alex, Vítor Bacalhau e José Matos, em algumas faixas. Como foi o processo de integrar esses elementos externos e o que eles trouxeram de único para as músicas?

Foram participações pontuais que muito nos agradaram. Ocorreram de uma forma muito natural e espontânea.

 

Singles como Midlife e On Hold vieram acompanhados de videoclipes. Que mensagem ou atmosfera procuraram transmitir através desses vídeos, e como eles se conectam com as letras das músicas?

Os vídeos foram realizados por nós com os recursos que tinham e numa estética muito ready made. Quisemos que estivessem alinhados com as imagens que escolhemos para as capas dos singles e do EP. O que quer que tenhamos pretendido transmitir fizemo-lo através das músicas.

 

Para encerrar, que outros planos ou ambições têm para a banda após este lançamento? Podemos esperar uma continuidade temática ou sonora em futuros trabalhos?

O que virá, não será, com certeza, uma continuidade deste trabalho. Será resultado de uma abordagem diferente com resultados sonoros também eles diversos. Para concluir o Social Studies deverá sair uma nova música durante o mês de dezembro.

 

Obrigado pela entrevista, Rui. As maiores felicidades para este lançamento! Querem deixar alguma mensagem final?

Obrigado por nos terem convidado. Keep on rocking in the free world.

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