Live Report
Rendezvous Point + Temic - The Theory Of Dreams Tour
20 de março de 2025
Sala 2, Hard Club,
Porto
Foi no dia 20 de março
que a Sala 2 do Hard Club abriu as suas portas para receber mais uma
noite de prog metal de elevada qualidade, desta vez com os noruegueses Rendezvous
Point e os internacionais Temic. Dois headliners, muita
qualidade técnica e composições elaboradas foram a força criadora da segunda
noite da Theory Of Dreams Tour.
Vindos dos quatro
cantos do mundo, os Temic são uma das mais recentes forças da cena prog
internacional, muito devido à reputação individual dos seus membros. Simen
Sandnes, baterista dos Evergrey – que já conhecia bem a casa devido
ao concerto dos suecos em outubro do ano passado – Diego Tejeida,
teclista ex-Haken e Fredrik Klemp, vocalista dos Maraton
são todos renomados nomes da cena metal mundial e que, por isso
garantiram um selo de qualidade a este novo coletivo. Ainda assim, o maior
destaque da noite não lhes pertenceu, devido à quente receção que o povo do
Porto deu a Miguel Pereira, baixista da banda, e que estava a jogar em
casa, o que também ajudou a que a sala estivesse tão cheia desde o princípio,
principalmente tendo em conta a tempestade que caia nas ruas da cidade invicta.
Foi uma atuação de
1 hora e 15 minutos que permitiu ao coletivo tocar na íntegra o seu primeiro
álbum Terror Management Theory, numa atuação memorável e arrebatadora. A
onda de satisfação do público foi de tal maneira impactante que Fredrik saiu do
palco e veio cantar junto ao público por mais do que uma vez. A incrível Acts
Of Violence marcou, assim, o ponto mais alto do concerto e um dos mais alto
da noite. Uma experiência que certamente nenhuma das partes irá esquecer no
futuro próximo. O setlist iria terminar com Mothallah, deixando
todas os presentes com vontade de rever os Temic em Portugal num futuro
próximo.
Quinze
minutos de animada conversa foi o que separou o fim do setlist dos Temic
do início de Don’t Look Up, o tema que os Rendezvous Point
elegeram para abrir a noite. Apesar de não ser a primeira vez em Portugal, esta
foi a primeira presença dos noruegueses em solo portuense, algo que os proggers
nortenhos antecipavam há já algum tempo.
Tal
como era esperado, o foco do setlist recaiu sobre Dream Chaser, o
mais recente álbum da banda norueguesa, tocando 7 das 8 músicas presentes nesse
trabalho. Apenas Wildflower ficou de fora da hora e meia de concerto que
os comandados de Baard Kolstad, o carismático baterista dos Leprous,
apresentaram. Para além destas houve ainda tempo para ouvir alguns clássicos da
banda, como por exemplo Digital Wasteland ou Wasteland.
Desde
o groove de Don’t Look Up, que não deixou ninguém indiferente,
até à clássica Wasteland, passando pela inegável beleza de Still
Water (mesmo sem ser possível ter os verdadeiros elementos da orquestra ao
vivo), os noruegueses apresentaram um concerto repleto de momentos memoráveis,
capaz de solidificar o seu nome como um dos melhores criadores e interpretes da
cena prog mundial.
O concerto pré encore
terminaria com a épica Apollo, num final belíssimo onde a voz de Geirmund
Hansen se confundiu com as vozes dos seus fãs. Um final a capella
que certamente ficará para sempre gravado na mente de todos os presentes.
Haveria ainda tempo para um encore com outro clássico, Mirrors, e
uma despedida emotiva de todos os elementos dos Rendezvous Point. Agora,
resta esperar que regressem em breve.
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