Review: Moonshine (TAPEWORM ELECTRIC)

 

Moonshine (TAPEWORM ELECTRIC)

Pitch Black Records

Lançamento: 31/outubro/2025

 

Os Tapeworm Electric chegam finalmente ao álbum de estreia com Moonshine, um registo que confirma, com todas as virtudes e hesitações próprias de um primeiro passo, a vitalidade do coletivo grego formado em 2018. Assentes num hard rock de inspiração bluesy, com um pé no groove setentista e outro na herança psicadélica, a banda procura afirmar identidade e testar fronteiras. O disco, porém, não arranca da forma mais convincente. A intro bluesy que abre Moonshine soa tímida, hesitante, sem a chama necessária para captar o ouvinte. O tema-título, que se segue, começa a ganhar forma com riffs groove e uma estrutura fragmentada que o aproxima de uma certa liberdade funk rock, enquanto exala reminiscências assumidas dos Led Zeppelin. Mas, apesar dessa matriz clássica, falta-lhe impacto; salva-o um solo de evidente perfume oriental, capaz de elevar brevemente a fasquia e sugerir que os Tapeworm Electric têm mais para oferecer. E têm. Felizmente, Moonshine é um daqueles discos que melhoram à medida que avançam. Butterfly mantém a mesma linguagem estilística, mas nota-se um salto qualitativo: o trabalho rítmico ganha consistência e a introdução de órgãos acrescenta um irresistível sopro retro. É o primeiro sinal de que a banda começa a entrar verdadeiramente em velocidade cruzeiro. Essa ascensão cristaliza-se nos temas Out Of Luck e Already Left, duas joias absolutas deste trabalho e, provavelmente, os momentos que justificam, por si só, a sua audição. São temas que exalam groove por todos os poros, apoiados numa construção blues rock cheia de músculo e, no caso da primeira, em linhas de piano graves. A seguir, Right Reasons, oferece a primeira oportunidade para o vocalista masculino, George Kasapidis, brilhar em toda a plenitude. A sua voz ganha protagonismo e demonstra que há aqui uma dimensão interpretativa que o início do disco não permitira adivinhar. Esse destaque vocal regressará mais tarde, em Turn Into Black, outra excelente peça de blues rock que reforça a guarda de honra do álbum. Após esse pico emocional, a banda revisita as suas raízes, recuperando uma guitarra elétrica enérgica, febril, que volta a mergulhar no psicadelismo elegante à la Led Zeppelin. É uma faceta que se torna imagem de marca, mantendo a vibração do disco. Depois deste carrossel de emoções e diversidade, Moonshine fecha com Hold On, uma faixa longa e compassada, envolta numa auréola discreta de psicadelismo. É um final contemplativo, que procura sedimentar o percurso feito: uma viagem de progressão constante, onde os Tapeworm Electric se vão descobrindo e revelando ao mesmo tempo. No cômputo geral, Moonshine não é um arranque perfeito, mas é um arranque promissor. É um álbum que vai em crescendo, deixando claro que esta banda grega, com a sua técnica e feeling, tem um caminho muito interessante a trilhar no blues rock/hard rock contemporâneo. [84%]

 

Highlights

Butterfly, Out Of Luck, Already Left, Turn Into Black, Hold On

 

Tracklist

1. Interlude

2. Moonshine

3. Butterfly

4. Out Of Luck

5. Already Left

6. Right Reasons

7. Touch The Clouds

8. Turn Into Black

9. Loosen Up

10. Hold On

 

Line-up

Argyro Igkilizian – vocais

George Kasapidis – baixo, vocais

George Bizas – teclados, guitarras

Panos Leontaritis – guitarras

Antonis Michalakopoulos – bateria

 

Convidados

Dimitris Georgakis - guitarra solo (4)

Akis Dafalias – guitarra solo (3, 4)

 

Internet

Bandcamp    

Facebook   

Instagram   

 

Edição

Pitch Black Records   

Comentários

ÁLBUM DO ANO 2025 - Categoria Live/Re-Releases...: Studio Live Session (SSB)

MÚSICA DA SEMANA VN2000 #51/2025: A Sweet Thing Called Desire (FLYING CIRCUS) (Fastball Music)