Soulspell é uma metal opera criada pelo brasileiro Heleno Vale. Hollow’s Gathering é já o terceiro ato
desta impressionante criação não só em termos criativos como também logísticos.
São, no total, duas dezenas de vocalistas dezena e meia de instrumentistas. Uma
produção majestosa e mais um disco de grande qualidade, seguindo as regras estabelecidas
pelas metal operas dos Avantasia mas
sempre com o dedo de Heleno Vale bem vincado. O próprio baterista respondeu às
questões de Via Nocturna.
Olá Heleno, tudo bem? O que tens feito com
os teus Soulspell desde a última vez que conversámos em 2010?
Olá! Muito
obrigado pela oportunidade. Eu tenho trabalhado muito para este novo lançamento
e para aprimorar a nossa banda ao vivo para as próximas tournées. Além disso, estou a preparar um novo vídeoclip.
Para a produção deste novo capítulo da tua história
voltaste a demorar dois anos. Costuma ser a tua média de tempo de trabalho?
Sim. Todos os
discos dos Soulspell demoraram cerca de 2 anos para ficarem prontos. Eu acho
que é uma boa média e espero mantê-la para os próximos discos.
E o que se passa de mais significativo neste
terceiro capítulo?
O ponto mais
importante é a morte da princesa Judith, que tenta ajudar seu filho, Timo,
mesmo estando no “purgatório”. Além disso, Timo encontra a sagrada árvore
morta, de quem consegue informações para procurar seu pai no Labirinto. É
melhor vocês lerem a história completa, pois é bastante complicado explicá-la em
apenas algumas linhas.
Como foi desta vez feita a escolha dos
músicos que te acompanham e de todos os convidados?
Tudo ocorreu
normalmente. Eu escolhi os instrumentistas e vocalistas que mais me agradam e
que mais se encaixavam com os personagens desta parte da história. Estou a
tentar dosear a quantidade de músicos internacionais e nacionais para que
possamos ter boa visibilidade internacional. Com o passar do tempo estamos a
criar uma boa rede de relacionamentos e, dessa forma, posso criar uma boa lista
com maior tranquilidade.
Voltaste a fazer algum concurso de prospeção
de talentos?
Sim. O
concurso é uma oportunidade maravilhosa para novos talentos do Brasil e,
particularmente, eu gosto muito desse tipo de competição. É muito emocionante!
A garotada se dedica pra valer!
E como foi a forma de trabalhar com todos
eles desta vez?
Eu adoro a
vontade, espírito, bom astral e dedicação dos garotos mais jovens. Eles animam
muito o ambiente durante as gravações e eu acho que isso contribui muito para o
resultado final. Eu tenho a certeza que eles aproveitaram bastante o momento e
que estão bastante orgulhosos de seu trabalho.
De todos os elementos que aqui colaboram há
algum que te tenha proporcionado um significado especial? Porquê?
É difícil
apontar um único momento ou pessoa principal. Todos contribuíram o máximo que
podiam. Todos foram importantes. Porém, acredito que posso apontar alguns
fatores de extrema importância para o resultado final: mais uma vez a grande
atuação de nosso produtor Tito Falaschi; a grande participação da
talentosíssima Daisa Munhoz e o grande Markus Grosskopf (Helloween) que nos
trata sempre com todo o respeito e carinho que todo ser humano deveria tratar
outro ser humano. Um grande abraço ao meu amigo Markus. Ele é um ser humano
maravilhoso e um talento incomparável.
Neste trabalho parece-me que tens algumas
composições um pouco mais dark. Concordas?
Não concordo,
não! Eu acho que o nosso disco anterior é um pouco mais Dark que o Hollow’s Gathering.
Esse novo trabalho é mais rápido, mais melódico, mais poderoso e mais maduro. O
meu objetivo foi resgatar um pouco da velocidade do nosso primeiro trabalho
(que é ainda mais rápido que este último), mantendo uma identidade própria e
dosando algumas pitadas do misterioso Labyrinth
Of Truths. Eu tenho certeza que temos três grandes discos e 30 grandes
canções para trabalharmos um excelente show
ao vivo daqui em diante.
Já agora, como é que processa a composição?
É a história que orienta a música ou o contrário?
Sim. É a
história que orienta as minhas canções. Eu prefiro trabalhar assim, como uma
trilha sonora para a história, pois, dessa forma, os fãs conseguem imergir um
pouco mais na história dos Soulspell, que é uma belíssima história. Porém, nem
sempre isso dá certo e eu confesso que já escrevi músicas antes de saber em
qual parte da história iria encaixá-la. Eu acho que dosear esse tipo de coisa é
bastante importante para um projeto como esse. Eu tento sempre trabalhar as
músicas de um disco de forma que elas funcionem bem sozinhas e em conjunto. E,
principalmente, que tenhamos discos que não se tornem chatos de ouvir. O
principal é sempre agradar os fãs.
E como decorreu o processo de gravação?
O mesmo de
sempre até aqui. Gravamos a maioria dos instrumentos e vozes em Lençóis
Paulista, num maravilhoso estúdio chamado Genesis
Hi Tech. Algumas coisas foram gravadas fora do país e outras na capital do
nosso estado: São Paulo. Temos um excelente produtor e excelentes conselheiros,
portanto isso não é um problema. Adoramos gravar e trabalhos com excelentes
músicos e produtores que possuem extremo bom gosto. Confiamos em todos por
igual.
O álbum foi masterizado pelo conceituado
Miro. Como se proporcionou essa hipótese?
Eu entrei
pessoalmente em contato com o Miro, de quem sou muito fã. Ele atendeu –me prontamente
e, como um produtor maravilhoso que é, desempenhou muito bem seu trabalho.
Pretendo trabalhar com ele mais vezes, quem sabe até mais profundamente já no
próximo álbum.
Chegaste a fazer uma tournée após a edição
do álbum anterior. Qual foi a sensação?
Nós fizemos
alguns shows com os Soulspell,
acabamos de encerrar uma tournée de
um ano e meio realizando espetáculos por todo o Brasil. A sensação de ver o
povo a cantar as tuas músicas é indescritível e maravilhosa. Desejo todos os
dias da minha vida que isso possa acontecer ao redor do mundo. Estou a
trabalhar muito para criar um show
sem precedentes para a nova tournée
dos Soulspell, na qual espero poder contar com as nossas grandes participações
internacionais e ter uma estrutura digna das grandes bandas de Heavy Metal de hoje em dia.
Então, já há algo planeado em termos de
futuros espetáculos?
Como eu disse,
estamos em fase de planeamento, pois queremos que a próxima tournée ganhe outras proporções.
Queremos muito realizar shows
memoráveis para os nossos fãs, com uma estrutura grandiosa e com participações
que mostrem que os Soulspell não são somente mais uma banda ou projeto, mas sim
o projeto que mais cresce atualmente no mundo.
A terminar queres dizer algo mais para os
nossos leitores aqui em Portugal e também aí no Brasil?
Sim. Queria
aproveitar a oportunidade para mandar um grande abraço a todos os nossos fãs de
Portugal (eu sei que são muitos, pois recebo muitas mensagens de incentivo) e
do Brasil também. Não vejo a hora de pousar em Portugal para fazer
apresentações emocionantes para todos vocês. Tenho certeza que posso contar com
o vosso apoio! Muitíssimo obrigado por todos esses anos de paciência e
incentivo. Grande abraço!
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