Mudança
de editora, mudança de produtor e passagem de quinteto a quarteto foram algumas
das situações vividas pelos Mean Streak nos quatro anos que separam este novo
trabalho, Blind Faith, do anterior Trial
By Fire. E foi um Peter Andersson, que também andou em mudanças nesse
período, pois esteve algum tempo a viver em Espanha, quem respondeu às nossas
questões.
Viva
Peter, tudo bem? Obrigado pela tua disponibilidade?
Olá! Estamos
bem. Desfrutando (?), o verão sueco e tentar fazer tantos concertos quanto
possível.
Já
se passaram quatro anos desde Trial By Fire. O
que fizeram durante este período?
Bem temos
vindo a fazer coisas diferentes. Eu mudei-me para Málaga, em Espanha, em 2014 e
vivi lá durante algum tempo. Na verdade, foi lá que encontrei o tempo e
inspiração para escrever as músicas para Blind
Faith. Criei o meu estúdio numa casa em Benalmadena e comecei a escrever.
Os outros elementos mantiveram-se ocupados com outros projetos. As famílias
crescem, as pessoas divorciam-se, enfim, aconteceu merda por assim dizer!
Uma
coisa que aconteceu, porém, foi a mudança de editora. De alguma forma isso afetou
a vossa estabilidade?
Uma grande
razão para a falta de inspiração foi a de que todos nós sentirmos que Trial By Fire não teve a devida
comercialização. Sentimos e ainda sinto que é um bom álbum, só que foi atirado
para o lixo pela editora e nunca teve uma oportunidade. Entretanto, não
poderíamos estar mais felizes com a editora atual. Eles estão realmente a
trabalhar forte neste novo álbum.
E também
houve a passagem de quinteto a quarteto. O que aconteceu?
Sempre
tivemos problemas com guitarristas! Parecem incrivelmente ocupados e pouco
concentrados. Por isso decidimos assim. Hey,
Andy é um grande guitarrista e começou nesse posto em muitas bandas e durante muito
tempo. Voltamos a ser um quarteto e a ter um problema a menos para resolver
quando se trata de ir em tournée. David
passou a membro a tempo inteiro nos Soilwork e Patrik, de momento, está a
trabalhar no seu próprio estúdio. Estamos muito felizes com este line-up e pensamos que nunca soamos melhor.
Em
relação a Blind Faith, durante quanto tempo trabalharam
neste conjunto de canções?
Talvez um ano
e meio. Comecei a escrever em Espanha e depois regressei à Suécia e continuei.
Depois Max entrou em cena, fizemos os rearranjos de duas das canções e gravamos
a bateria novamente. Acredito que neste processo há uma diferença quando se usa
o tempo em vez de simplesmente lançar duas músicas por mês. O álbum teve
oportunidade de amadurecer e crescer e também há algumas canções que acabam por
cair ao longo do tempo. O que eu penso é que é melhor demorar um pouco mais de
tempo e tentar chegar à qualidade.
De
que forma este novo álbum difere do vosso trabalho anterior?
Em Trial By Fire tentamos expandir um pouco
o nosso estilo, olhando um pouco para o estilo norte-americano de produção. Há
algumas canções com um som quase Leppard, numa abordagem do estilo "maior
que a vida". Desta vez quis levar as coisas até ao verdadeiro significado
de Mean Streak – metal direto da
velha escola com as raízes na década de oitenta como Maiden, Priest ou Accept.
Como que um retorno ao que fizemos nos nossos dois primeiros álbuns. Acho que
isso é o que deveríamos fazer e onde nos concentrar.
Desta
vez, para a mistura escolheram Max Norman. O que vos levou a procurar um nome
tão ilustre como este?
Queríamos o Max
a bordo porque sentimos que queríamos alguém com as suas habilidades e ouvidos
frescos para assumir a mistura. Fredrik Nordström fez os dois primeiros álbuns,
e são grandes trabalhos. Plec fez o terceiro e pensamos que estava na altura de
uma mudança. Gostamos logo de Max na primeira vez que veio a estúdio. Um
mestre! Foi uma grande experiência e quase irreal que esse senhor que produziu
e misturou tantos dos nossos álbuns favoritos tenha trabalhado nas nossas
músicas. Lembro-me ter beliscado o meu braço a tentar perceber o estava a
acontecer! Max acabou por ser um grande camarada e depois de misturar a
primeira música (Retaliation Call) e
partilhar duas garrafas de gin, diria que nos tornamos grandes amigos. Ficaria
muito surpreendido se o nome de Max não aparecesse num trabalho futuro de Mean
Streak.
Em
que aspetos é mais evidente o seu dedo de mestre?
Max adicionou
nível de conhecimento e habilidade. Fez-nos ser 100% sérios em cada detalhe das
canções. Ele colocou tudo um nível acima, porque é malditamente bom no que faz.
Sei
que estão a planear uma tour para 2017/18. O que há em
concreto?
Axel da Rock
n'Growl está a trabalhar nisso agora. Penso que estamos a procurar alguns
festivais na Europa. Sabíamos que seria tarde para festivais em 2017 de modo
que visamos o próximo ano. Confiram o nosso Facebook
para obter mais informações atualizadas.
Têm
algum vídeo já retirado de Blind Faith?
Fizemos um vídeo
para Caught In The Crossfire como um trabalho
de teste com Azze Periera. Resultou tão bem que já estamos a trabalhar com ele
num sucessor, Retaliation Call.
Desta vez vai ter mais política e um pouco de sangue... A música é sobre a retaliação
entre as pessoas, em vez das guerras tradicionais, que é o vemos hoje sendo que
a questão que deve ser levantada é: como é que isto pode ser parado? Também já
falamos em fazer um para The Animal In Me.
Enquanto isso a nossa editora pôs um gajo a criar o lyric video para Tear Down
The Walls e gostamos muito.
Muito
obrigado, Peter! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Espero encontrar
tantos fãs quanto possível na estrada em 2018 e espero, também, ter a
oportunidade de voltar ao Japão para outra tour.
E quero agradecer a todos por nos apoiarem. Espero ver-vos a todos em breve!!!
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