Entrevista: Greydon Fields


Os Greydon Fields partiram para a composição do seu terceiro trabalho com metade da formação renovada e logo ao nível da secção rítmica. Mas isso esteve longe de ser um problema. Com os novos músicos – Patrick Sonderman e Marco Vanga – a assumirem-se sem temores, Tunguska é mais um disco marcante do metal germânico. Naturalmente feito em Essen, portanto… com poder. Os restantes membros, Volker Mostert (vocalista) e Gregor Vogt (guitarrista) estiveram à conversa com Via Nocturna.

Olá pessoal! Obrigado pela vossa disponibilidade. Três anos se passaram desde o excelente The God Machine, e agora, o motivo para este novo álbum, é uma explosão causada por um corpo celestial. É assim que os Greydon Fields sentem este álbum? Uma verdadeira explosão?
Volker Mostert (VM): Sim, parece que o Tunguska está a ser muito bem-recebido. Já tocamos a maioria das novas músicas ao vivo e o público também parece gostar. E as músicas também são divertidas de tocar ao vivo.

Entre 2015 e agora houve algumas mudanças, nomeadamente ao nível da secção rítmica. Foram mudanças ocasionais ou a procura de uma maior coesão e poder?
Gregor Vogt (GV): Tivemos que mudar nossa formação depois das saídas do nosso baterista e baixista originais. Essa foi a decisão deles, não uma mudança deliberada da nossa parte.

Os novos elementos já tiveram a oportunidade de contribuir para a criação destas novas músicas?
VM: Patrick (baixo) e Marco (bateria) imediatamente infundiram as suas próprias ideias nas nossas novas músicas. Patrick não só escreveu a música para The Island (que tem recebido muita aclamação da crítica), como também tocou guitarra nesta música, enquanto Greg toca baixo. E Marco acrescentou a sua bateria muito orientada para o groove em todas as músicas. Portanto, sim, a contribuição deles para o novo álbum foi significativa.

Mas é algo estranho, até porque Riccardo Vinti foi um dos membros fundadores...
GV: Sim, foi estranho tocar sem o Riccardo pela primeira vez. Mas o Marco juntou-se a nós pouco depois da partida de Riccardo e a química certa estava lá desde o inicio.

As guitarras de Greydon Fields estão sob a responsabilidade tua, Gregor, e deixa-me dizer, que tens um desempenho notável. Não achas que uma segunda guitarra poderia deixar que te concentrasses nas partes mais técnicas?
GV: Durante mais de um ano tocamos com um segundo guitarrista, antes de decidirmos que o nosso som ao vivo era melhor apenas com uma guitarra. No palco, Patrick toca baixo com distorção e também faz acordes no baixo, não se notando a falta de uma segunda guitarra.
VM: Se Jeff Waters ou Alex Skolnick estiverem disponíveis para se juntar aos Greydon Fields, contratamo-los imediatamente, mas isso não vai acontecer tão cedo!

O que começou com um projeto já vai no terceiro trabalho. Definitivamente são uma banda?
VM: Absolutamente, nenhuma dúvida a esse respeito. Damo-nos muito bem, ensaiamos e tocamos de forma regular e estamos determinados a continuar assim.

Voltando ao título do álbum, Tunguska, a sua escolha deveu-se à música com o mesmo nome ou todo álbum segue alguma temática?
VM: Tunguska não é um álbum conceptual e as diferentes faixas não têm qualquer ligação temática. A canção Tunguska surge com fortes associações visuais por isso foi uma escolha natural para o artwork da capa e para título.

Neste novo álbum, mantém as interessantes linhas melódicas, mas desta vez existem músicas onde o poder de fogo é incrementado. Foi uma opção premeditada ou simplesmente aconteceu?
VM: Eu acho que se estás numa banda de metal de Essen, tens que prestar homenagem aos gigantes thrash metal que surgiram a partir daqui. Não podemos fazer baladas, desculpem! E também é muito divertido ver a energia das músicas no público. Adoramos isso!

Quem são os convidados que colaboram neste disco e em que músicas?
GV: Marek Schoppa, dos nossos companheiros de editora Ra's Dawn, contribui com dois solos na faixa-título Tunguska. Na última faixa Dancing On Our Graves tivemos o nosso vocalista original Ted Donath (atualmente vocalista e guitarrista dos Wicked Disciple) a fazer vocais adicionais no refrão e tivemos Cemile Jakupoglu no violino. Cemile já tinha tocado algumas cordas no álbum anterior The God Machine.

O que motivou a escolha de Autophobia para primeiro vídeo?
VM: Bem, antes de mais, é uma música matadora, literalmente, com letras interessantes e elementos visuais associados. Pensamos que seria uma forma apropriada de mostrar aos nossos ouvintes o que eles poderiam esperar do nosso novo álbum.

Gregor, além de guitarrista, também és responsável pela Roll The Bones Records, que, aliás, lança este disco. Quais são os objetivos para este ano em termos de lançamentos e que nomes tens planeado por cá fora?
GV: Nos últimos meses tivemos alguns lançamentos realmente bons, como, por exemplo, Wicked Disciple, Ignition, Lyra’s Legacy, Abnormal End, Tombstone e agora Greydon Fields. Todos eles foram bem-recebidos pelos fãs e pela imprensa. Os próximos meses serão mais calmos, no que diz respeito a lançamentos. Quero dedicar-me mais à composição, novamente. Mas já existem alguns projetos interessantes previstos para o início de 2019… Como os contratos ainda não estão assinados, não posso adiantar mais a este respeito.

Obrigado pessoal. Dou-vos a oportunidade de acrescentar o que entenderem…
GV: Nós apreciamos o teu interesse no nosso novo álbum. Muito obrigado por esta entrevista!


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